04|No Convencional

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O ônibus que levaria Jungwon para casa chegou em quarenta minutos e o alfa loiro que se recusou a dizer o
nome verdadeiro esperou o tempo todo consigo,enquanto esperavam trocaram algumas breves palavras.

— Espero não te ver nunca mais,alfa loiro — Jungwon disse para Jay antes
de subir no veículo.

Pra' sua sorte você ainda me verá muito,Cerejinha — Jay falou um pouco mais alto para que o ômega escutasse.

— Idiota — O moreno resmungou ao passar pela catraca e se sentar em
um dos vários bancos que havia ali.

Antes do ônibus dar partida ele viu o loiro atravessar a rua e entrar no seu carro de luxo,Jungwon revirou os; aquele alfa riquinho estava querendo pagar uma de bondoso apenas para levá-lo para cama,como todos os outros e isso não era surpresa para si.

Sua casa não era tão longe da boate
em que trabalhava,Jungwon morava sozinho no subúrbio pois era a moradia que seu bolso podia pagar e ele gostava dela,era pequena e meio desgastada pelo tempo porém para si era aconchegante,no futuro pretendia fazer uma reforma no entanto isso são apenas sonhos que nunca serão realizados e o Yang não sabia ainda por que insistia em sonhar.

Desceu no ponto próximo a sua casa vendo um grupo de garotos que ele já conhecia,se aproximou com um pequeno sorriso sem mostrar os dentes.

— Wonnie! — Um dos alfas disse assim
que viu a aproximação do ômega — Ta' voltando do trabalho?

— Sim — Jungwon cumprimentou com um toque de mãos todos os alfas ali — Tem erva aí?

Não tinha nem um pingo de medo daqueles garotos pois haviam crescidos juntos no orfanato e depois da maioridade acabaram morando
no mesmo bairro,eram as crianças rejeitas pela sociedade.

— Você não tem jeito mesmo né nanico — O alfa alto que estava sentando na calçada murmurou,tirando do bolso um saquinho — Como você é nosso parceiro de infância,faço pra' você por cinquentão',fechou?

— Se liga vai,Riki! — Jungwon mostrou o dedo do meio para o alfa — Você não tem nem idade ainda e pra mim sempre é de graça,eu também faço parte desse 'negócio'.

Podia não parecer pela aparência jovial mas aquelas quatro alfas diante de si eram a 'cabeça' do tráfico de drogas de Ilsan,Jungwon algumas vezes levava o narcótico para vender aos os clientes da boate,fazia até que uma boa grana e ficava com 60% do lucro; Yeonjun que era o chefe da gangue sabia como a vida de Jungwon era sofrida e queria ajudá-lo como podia e secretamente nutria um sentimento mais forte pelo ômega tatuado.

Óbvio que não era sempre que podia levar as drogas para lá pois muitos
policiais frequentavam aquele lugar e não podia arriscar ser pego no
serviço de traficante.

Havia muitos alfas e até alguns ômegas que faziam parte daquele grupo e não ficavam apenas no tráfico,algumas vezes faziam pequenos furtos em lojas nos bairros nobres,não era sempre mas quando furtavam o dinheiro era distribuído para as famílias mais carentes da periferia eram tipo 'Robin Hood',ali todos eram como uma enorme família.

Jungwon sabia que tudo aquilo era arriscado,em uma vez que foi parte da equipe de furto levou um tiro de raspão de um policial na batata da perna mas o que podia fazer afinal,a vida toda escutou das tias do orfanato que ômegas não podiam levar essa vida de 'marginal',tinham que ser perfeitos para encontrarem um alfa para protegê-los de todos os males no entanto precisava sobreviver; e Jungwon nunca teve tendência a ser um ômega convencional e de qualquer forma que bom futuro espera uma criança que cresceu em um orfanato vendo diversas famílias lhe rejeitarem.

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