XIX

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── Ae Ret, viu a Maju!? ── Tico pergunta aparecendo todo suado

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── Ae Ret, viu a Maju!? ── Tico pergunta aparecendo todo suado.

── Não, por quê? ── minto e ele respira fundo antes de falar.

── Nois tava brincando. ── pelo amor de Deus...

── Dezenove anos nas costas e brincando? Porra! ── bato na nuca do preto que rir voltando a correr.

Caminho até minha casa pra ir atrás da minha mulher. Achei foi estranho ela não tá aqui, resolvo tomar um banho pra tirar o sangue do verme do meu corpo.

De banho tomado, eu acendo um baseado. Saio de casa trajado e vou pra antiga casa da maluca, ela não mora longe de mim nem fudendo. Nunca mais.

Não consigo dormir sem ela, acordar sem ela, ficar sem falar com ela. Essa mina virou meu mundo de cabeça pra baixo e trouxe de volta um Filipe que eu já não conhecia a anos atrás.

Entro na casa estranhando o silêncio, tá tudo vazio porquê ela pediu pra eu guardar a maioria das coisas que já tem lá em casa. Ela vai alugar aqui, melhor que vender.

Olho pra escadinha que dá em direção a laje e subo ela, vejo a preta sentada em um bloco toda encolhida. O rosto coberto pelos braços que estão apoiados na perna.

Me sento do lado dela e trago o baseado, a maconha já não dá tanta brisa quanto essa mina. Papo reto.

Beijo o braço dela que tá descoberto, toda favelada de regata e short, os pé tá branco, sujo de barro.

Começo a rir, gargalhando. Mano que brisa, a mina é preta e o pé tá quase branco.

── Mano, tu virou criança de volta, foi? ── falei rindo mas a mina nem de mexeu.

Fico em silêncio e respiro fundo. Paciência Filipe, ela só tá brava com você. Bagulho momentâneo.

Ela não vai terminar contigo por causa de um bagulho besta desse. Se fosse um tapa eu até entenderia, mas nunca bateria na minha preta.

── Desculpa ter apertado teu rosto. ── falo pra preta ── Mas é que, sei lá. Você tá aí toda com medo de mim por causa de um bagulho que eu acho que fiz certo.

── Matar pessoas é certo? ── diz ainda toda encolhida.

── Estrupador sim. ── falei sério e ela tirou o rosto da perna pra me encarar ── Velho, eu te amo Zé. Não fica brava comigo por causa de um bagulho que eu fiz pensando na minha favela.

── Você apertou meu rosto. ── resmunga chorona.

── Pra você me olhar, tu tava transtornada e nem sabia oque tava acontecendo. ── e desvia o olhar ── Olha na minha cara, Maria Júlia. ── mando e ela obedece ── Tô conversando contigo olho no olho, bele?

Era Uma VezOnde histórias criam vida. Descubra agora