XXVII

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Fumo o baseado com calma e respiro fundo

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Fumo o baseado com calma e respiro fundo. Olho pra minha quebrada tentando me sentir calmo. Mas porra, tá difícil.

Eu quero ter minha preta só pra mim, só pra mim, velho. Qual o problema nisso?

── Ret, querem falar com você. ── Tico avisa e concordo.

Volto a olhar pra favela e escuto os passos, olho pra trás dando de cara com o próprio demônio. A mãe da Anna.

── Qual foi? ── pergunto neutro.

── Precisamos conversar. ── ela diz e apenas aceno pra cadeira jogada logo ali ── Quando você viajou, por sete meses. A Anna descobriu que estava grávida. ── meu estômago embrulha ── Você passou sete meses fora e ela teve o bebê, porém te traiu e você a matou.

Começo a rir. Papo dez, esse povo inventa cada.

── Quer que eu acredite? ── pergunto rindo.

── Você é um babaca!

── Abaixa o tom porquê tu não ta na sua casa. ── falo manso ── Tu deixou a puta da tua filha engravidar, não me disse e ainda por cima me escondeu por 4 Anos!?

── Ela não queria te contar. ── começa a chorar e me levanto puto.

Será que minha preta iria me querer se eu tivesse um pivete? Sei lá mano, mó estranho essa fita.

Aí pensa, briguei com minha mulher por causa de filho e chego em casa com um. É foda viu.

── Traz o menor amanhã aqui, me passa teu número pra nois marcar essa porra. ── É óbvio que vou fazer exame de sangue com o muleque, não to louco ainda.

A veia sai e fico pensando na merda que eu fiz. Porra como isso foi acontecer?

Será que a Anna tava pensando que eu já sabia e engravidou pra eu não matar ela? Só pode lek.

A preta vai ser mãe agora pô, Aleluia.

Vou pra casa me sentindo estranho, essa fita mexeu comigo. Um relacionamento de um ano me trouxe chifre, x9, prisão e um menor pra criar. De fuder.

── Eu nem sei oque dizer. ── Maria Júlia resmunga quando termino de contar os proceder.

── Eu não sei se o pivete é meu, mas eu nunca quis ter um filho, preta. Sempre me precavi. ── falo a verdade e chego perto do meu amor. Mas ela de afasta ── Para com essa porra, Maria Júlia.

── Você pode me deixar em paz!? ── grita e respiro fundo ── Que saco, Filipe! Você não me deixa nem respirar! ── se levanta e sai do quarto.

Penso em ir atrás, mas paro ao escutar seu choro, me deito na cama e olho pro teto, ligo o pisca-pisca na tomada e apago a luz vendo o bagulho brilhar devagar.

Era Uma VezOnde histórias criam vida. Descubra agora