Capítulo 11

5.7K 886 154
                                    

Daner estava ansioso, mais do que normalmente ficaria, seu medo de Clarissa ficar insatisfeita com seu presente era enorme.

Mas então a campainha tocou, suas mãos suavam ao destrancar a porta; o presente havia chegado.

- Daner, são sete da manhã,  por favor não me diga que você convidou alguém para... - a voz doce é sonolenta da mulher morreu ao sair do quarto e encarar a entrada do apartamento.

Clarissa Arantes gritou, lágrimas grossas correndo por suas bochechas enquanto ela andava lentamente, sem acreditar, até a porta. Sua respiração irregular, mãos tremendo e pernas moles.

- Ah, querida... - E foi quando ouviu a voz de sua doce mãe que a pobre garota soltou um soluço quebrado e sentido, se jogou nos braços da mulher que a criara enquanto recebia beijos calorosos.

- Mamãe... e-eu estava com tanta, tanta saudade  - a mulher parecia uma criança de tão delicada e quebravel.

Clarissa não via a mãe a muitos meses, desde que fora morar em Nova York, mesmo fazendo ligações longas sempre que conseguia, a saudade era muita. Sua mãe mal continha a felicidade pela escolha da filha, uma da qual ela nunca se queixou, a mesma havia crescido rápido para ajudar em casa e mesmo  indo morar fora do país, ainda cuidava de sua mãe e irmã  - Ela fazia questão de cobrir com as despesas de ambas, dando a vida confortável que antes nenhuma delas conseguiu ter.

Lentamente Sarah, mãe da Clarissa, a soltou quando percebeu um pouco de estabilidade na filha, mas não demorou muitos segundos até a mesma cair no chão de joelhos e agarrar a pequena irmã, que agora não era tão pequena.

- Meu Deus... você cresceu, está enorme! - Poucos meses haviam feito diferença na vida da pequena Sofia, que antes era magricela de roupas largas, agora tinha um corpo claramente saudável e usava roupas, mesmo que ainda largas, bonitas que a cabiam muito bem e não as que eram doadas por vizinhos.

Clarissa nesse momento soube que não havia feito uma escolha ruim ao sair de casa, e a culpa que antes a mesma carregava com medo de parecer que havia abandonado sua família, já não existia mais.

- Eu amo você, Clah! - A pequena Sofia disse, claramente grata pelo esforço que via a irmã fazendo. - Mas quando vou poder vir morar com você e os bonitões aqui em NY?

A fala fez a irmã mais velha dar uma grande gargalhada, até mesmo Daner riu - sem ao menos saber o que a mais nova havia dito, já que ela estava se comunicando em português.

Vendo a cena Daner, juntamente de Tyler e Andrew, sorriam satisfeitos.

- Que modo os meus... - Clarissa riu no meio de seu choro, se levantando  e secando as lágrimas - vamos entrar.  - ela indicou a cobertura e esperou até sua mãe e irmã entrarem.

- Gostou do meu presente? - Daner sorria orgulhoso.

- Eu amei - ela se jogou em seus braços o abraçando fortemente, logo o soltando para se juntar a uma conversa com a mais novas convidadas, as levando até a sala extensa.

- Idiota. - Andrew falou, assim que Clarissa estava longe.

- Ela chorou e está muito feliz com o meu presente... - ele ergueu o queixo em afronta - Mais do que ficou com o de vocês.

- Isso não foi um presente, Daner. - Tyler deu um tapa na cabeça do amigo, fazendo o mesmo virar indignado.

- Como não?

- Você as comprou? - Andrew se intrometeu, ficando do lado de Tyler.

- Bom, eu paguei a viagem.

- Nada de interessante, eu poderia ter comprado um avião e dado a elas para virem até aqui, se eu quisesse. - Tyler debochou, sarcasmos escorrendo por suas palavras. 

Dois bebês e quatro amigosOnde histórias criam vida. Descubra agora