Capítulo 16

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Se naquele dia eu me chamei de masoquista, agora eu só posso mesmo me chamar de maluco

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Se naquele dia eu me chamei de masoquista, agora eu só posso mesmo me chamar de maluco. Isso. Maluco. Apenas isso pode definir como minha cabeça anda me deixando nos últimos tempos. Completamente alucinado e confuso. Como eu poderia me comportar de outra maneira?

Assisto o fujão sair correndo porta afora sem nem olhar para trás. Não posso nem mesmo julgá-lo, eu fiz o mesmo alguns minutos atrás. Deixei que ele ficasse com Noah e fugi para o banheiro com a desculpa esfarrapada de que queria lavar o rosto. Como se isso fosse o suficiente. Me enfiei debaixo do chuveiro frio de uma vez, achei que isso pudesse acalmar os ânimos.

Funcionou? Não, mas ao menos me deu um tempo longe de Jeff.

Ter ido no aniversário de Mia e Nina, as filhas gêmeas de Brooke e Nate, um dos casais que conheci no último final de semana, foi um respiro perfeito. Conhecer novas pessoas, outros pais e crianças, sair da rotina em que me enfiei desde que Noah nasceu... espairecer. Foi ótimo, foram horas de descanso para a minha mente cansada.

E, claro, junto a tudo isso teve Jeff, ainda mais perto, por mais tempo, conversando, rindo, bebendo e se divertindo abertamente. Realmente não consegui entender o porquê de tantas reticências dele com o grupo, como sempre parece se enxergar alheio a todos eles. Porém, também não foi exatamente possível fazer qualquer outra coisa que não fosse conversarmos os dois.

Consegui, sim, conversar e me divertir com seus amigos, ao menos nos momentos em que eles não estavam correndo atrás de crianças ou fazendo algo para elas. Porém, será aqui em casa amanhã que poderemos realmente ter a chance de nos conhecer e conversar. E será também ali que tentarei entender melhor Jeff.

Está vendo? Eu tento, mas vou e volto nos pensamentos e quando dou por mim estou pensando no delícia mais uma vez. Ficamos praticamente todo o tempo juntos naquele aniversário, dividindo os cuidados com Noah, perdidos entre um diálogo e outro. Gostei de como ele assumiu para si, de uma maneira leve e desobrigada, alguma obrigação com Noah, fosse trocar sua fralda enquanto eu estava comendo um pedaço de bolo ou niná-lo nos braços quando eu estava conversando com os caras ‒ e Emma ‒ sobre o próximo campeonato.

Voltar para casa depois daquele dia agitado foi igualmente incrível. Noah dormiu ainda no carro, não acordou nem mesmo quando troquei sua fralda e o amamentei, estava cansado depois de tanto colo que ganhou. Eu, por outro lado, demorei absurdamente a pegar no sono, estava cheio de coisas na cabeça. Desde que conheci Jeff, apesar de brincar e jogar meu charme nele todos os dias, eu me obrigava a manter uma certa distância, não queria me encantar por alguém que eu sei que não quer nada comigo.

E mais uma vez: Funcionou? A resposta é não.

Seria mais fácil não me ver encantado com ele se ele fosse um cara babaca. Mas não, ele tinha que ser um cara incrível como ele realmente é. Como se já não bastasse sua aparência de tirar meu fôlego, ele é engraçado, é companheiro, é doce, é divertido. É carente e sozinho também, o que me faz ainda mais querer estar por perto.

A Solidão do Cafajeste (Spin-off da Série Amores Nova-Iorquinos)Onde histórias criam vida. Descubra agora