Capítulo 4

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Noah não me deixou dormir mais uma noite

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Noah não me deixou dormir mais uma noite. Ok, não é exatamente culpa dele, aposto que se tivesse que escolher, ele também escolheria poder dormir e não resmungar de dor a noite toda. A cólica está maltratando o pequeno. Dormir não é tão fácil, mesmo quando eu faço tudo que eu posso para ajudá-lo a lidar com o incômodo. E se ele não dorme, eu também não durmo.

E eu preciso dormir.

Consegui apenas tirar breves cochilos durante a noite, assim como Noah. Deitei com ele na poltrona do quarto, ouvindo a cascata ligada a noite inteira. O efeito do remédio que dei a ele ia e vinha e eram nesses picos que ele acordava e dormia.

Mas agora, felizmente, depois de uma noite conturbada e de uma manhã recheada de fraldas explosivas que ao menos aliviaram a barriga irritadiça, consigo fazê-lo dormir. Sequer arrisco tirá-lo de cima de mim onde ele resolveu se acalmar, nem mesmo a minha bexiga implorando por atenção irá me fazer levantar daqui agora. Se eu conseguir fechar os olhos por dez minutos já irei me dar por satisfeito.

A bexiga ficou realmente esquecida, acredito que em algum momento o meu corpo simplesmente aceitou que eu não iria me levantar e resolveu parar de me incomodar. O ar escapando da respiração de Noah atinge os pelos do meu peito me fazendo sentir cócegas, mas ignoro junto à vontade de ir ao banheiro. Vou me concentrar no cheirinho do topo da cabeça dele e então dormir, antes que ele acorde e eu perca minha oportunidade de cochilar.

O sono estava tão agudo em mim que não demorei muito para dormir. O ar condicionado do quarto ligado para amenizar o calor absurdo que está assolando Nova York, Noah apenas de fralda sobre o meu peito nu e com apenas um fino lençol sobre nós dois.

A dormência nos meus braços e nas pernas por ficar na mesma posição por muito tempo, me demonstra exatamente isso, que dormimos bastante. Ainda acordei antes de Noah, mas agora não há outra maneira senão deitá-lo em algum lugar seguro e correr para o banheiro, meu corpo está em chamas por segurar minha bexiga por tanto tempo.

Olhando para o relógio na minha mesa de cabeceira, percebo que boas quase quatro horas se passaram desde que me deitei aqui com ele, e isso me faz sorrir. O primeiro dia em mais de uma semana que consigo dormir por um bom tempo seguido, ele também, não é à toa que ainda não acordou. Está tão cansado quanto eu.

Me levanto em meio a uma careta pela cãibra nas pernas e o deixo deitadinho bem no meio do meu colchão. Aproveito que ainda dorme para correr ao banheiro e fazer tudo o que eu precisava desde antes de dormir, seguindo logo para um banho, melhor aproveitar a oportunidade, afinal, sabe-se lá quando vou ter oportunidade de fazer isso novamente.

Quando saio do chuveiro, olho em direção a cama apenas para checá-lo e vejo que já acordou, mas ainda se mantém quietinho, deitado e sugando uma das mãozinhas. Troco de roupa rapidamente, evitando que ele comece a chorar, não quero ainda mais drama do que já tivemos nessa última semana. Ontem fomos à pediatra dele e descobri o porquê dele parecer ter esquecido tudo que eu lutei tanto para ensiná-lo, principalmente como dormir. Salto de desenvolvimento é o nome do que ele está passando nas últimas semanas e, até que isso passe, estaremos lidando com várias inconstâncias como essas.

A Solidão do Cafajeste (Spin-off da Série Amores Nova-Iorquinos)Onde histórias criam vida. Descubra agora