Capítulo 15

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Acho que desde que mudei meu estilo de trabalho, assumindo ensaios fotográficos como aquele que fiz com Hannah e Nick e todos os outros que vieram depois daquele primeiro, eu não estive tão animado assim com um projeto profissional

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Acho que desde que mudei meu estilo de trabalho, assumindo ensaios fotográficos como aquele que fiz com Hannah e Nick e todos os outros que vieram depois daquele primeiro, eu não estive tão animado assim com um projeto profissional.

A ideia de trabalhar com o time de futebol americano para o qual eu sempre torci me deixou empolgado quando ainda era apenas uma ideia. Ir às reuniões, assinar e formalizar o contrato, conhecer os jogadores em um clima tão íntimo quanto aquele churrasco, conversar com os chefões dirigentes do time, reorganizar minha agenda para acomodar meus novos horários sem deixar que os outros projetos sejam deixados de lado ou que meus parceiros sejam sobrecarregados... tudo isso tornou essa experiência ainda mais instigante e ansiante.

Claro, não posso deixar de pontuar que o fato de ter me tornado amigo de Connor tornou tudo ainda mais fácil. É simples, no melhor sentido da palavra, estar perto dele quase diariamente, seja estando presencialmente na sua casa e convivendo com ele e Noah ou seja por telefone. Quando não estou na sua casa, conversamos por mensagens ou chamadas de vídeo.

Ontem mesmo, assistimos um mesmo filme cada um na sua casa enquanto ficamos, como adolescentes que não tem permissão dos pais para sair de casa à noite, conversando sobre ele através de uma chamada de vídeo.

É descomplicado estar perto dele.

Rimos das provocações mútuas ‒ ok, eu fico rindo das cantadas baratas dele para cima de mim enquanto ele ri da minha cara ‒, dividimos histórias aleatórias sobre a vida, ele me contou sobre como desde sempre teve vontade de ser um jogador profissional e por isso se esforçou para isso, contei para ele que a fotografia desde sempre me encantou porque eu detestava aparecer em fotos e sempre pedia para tirá-las, o que me fez ganhar gosto por aquilo e querer me profissionalizar.

As conversas vêm e vão com facilidade, mesmo que a gente ainda não tenha tido coragem de tocar nos assuntos complicados. Antes, era por uma questão de confiança, hoje não é mais por isso e sim por covardia. Nem eu, nem ele, tocamos em assuntos minimamente desconfortáveis, ou até mesmo sérios. Mantemos nossos momentos em um clima leve e descontraído.

Porém, algo me diz que se esses assuntos surgirem, não haverá fuga, da minha parte ou da dele. Acredito que, assim como eu sinto, existe confiança entre nós dois, independente do tempo em que nos conhecemos. Não importa que eu o conheci há apenas um mês, Connor se tornou um fator de grande importância para mim. Não há um dia que eu não fale com ele, ou com Noah, não há um dia sequer sem que ele me chame de delícia e me faça rir desse apelido.

É engraçado como as pessoas se tornam importantes para nós mesmos, às vezes sem sequer percebermos. Essa sensação que tenho, diante de tudo que disse, fica maior ainda quando percebo que a presença dele, seja por telefone ou presencialmente, me faz esquecer os buracos dentro de mim, me faz leve, me faz preenchido.

Não há solidão física e principalmente emocional com ele por perto.

Mesmo sem ter consciência de nada disso, afinal eu não vou falar nada  disso para ele, Connor me ajuda a calar dores que nem mesmo ele sabe que existem dentro de mim. A presença de Noah torna tudo isso ainda maior. Aquele menino é incrível. E hoje completa cinco meses. Combinei com Connor de ir até a casa deles mais tarde, porque quero dar um beijo nele e parabenizar por mais um mês de vida. É apenas mais um mês, mas colocando em perspectiva, cada mínima coisa deve ser comemorada. E não há nada de pequeno em completar mais um mês de vida.

A Solidão do Cafajeste (Spin-off da Série Amores Nova-Iorquinos)Onde histórias criam vida. Descubra agora