Rotina.
Uma palavra pequena, seis letras, mas que trazem consigo algo muito maior. Rotina quer dizer uma sequência de procedimentos e costumes. Implica em dizer que há um caminho habitual, um itinerário a ser seguido em um determinado intervalo de tempo. É o modo regular e cotidiano como se realizado algo sempre da mesma maneira.
Algumas pessoas têm o costume de achar que ter uma rotina pode ser sinal de tédio. No meu caso, ou ao menos nas atuais circunstâncias, ter estabelecido uma rotina é uma das melhores coisas que poderiam ter acontecido.
Estamos seguindo esse esquema com Jeff me ajudando com Noah há três semanas. A minha manhã gira em torno do meu filho, enquanto Jeff está ocupado com seus afazeres da empresa, os ensaios com os Giants e também o pequeno curso profissionalizante que ele resolveu dar para Joe, o caixa da hamburgueria.
Joe apareceu na empresa de Jeff logo no dia seguinte e desde lá está estagiando com Marie e Gustav, dois dos fotógrafos que trabalham com Jeff. Joe acompanha um dos dois nos compromissos, mas na parte da manhã ele fica com Jeff. O menino quase não se controlou quando soube o projeto que Jeff está envolvido. Por enquanto ele não faz nada além de assistir Jeff tirando fotos e, depois, ouvindo o seu novo professor explicar as suas técnicas e preferências.
À tarde, Jeff o deixa com algum dos outros fotógrafos e vem para minha casa ficar com Noah enquanto eu sigo para os meus treinos que, com a proximidade do início do campeonato, tem se tornado cada vez mais intenso e cansativo.
Eu realmente adoro a vida e os programas de treinos que envolvem a minha profissão como jogador de futebol, mas, eu preciso admitir que nesse último ano, o futebol tem sido muito mais um passatempo, um momento que uso para treinar e me distrair. É a hora que começo a ver que preciso entender o que eu estou sentindo em relação a tudo isso.
Ainda tenho alguns anos para jogar na NFL antes de começarem a me considerar velho para o esporte, a questão é que eu já não vejo mais o futebol como meu maior sonho. Foi meu sonho por muito tempo e eu me realizei quando pude torná-lo verdade, mas, desde que Noah surgiu na minha vida, isso parece ter ficado em segundo plano. Ainda gosto muito do que faço, e posso continuar trabalhando em algo envolvendo o esporte mesmo que não seja na liga profissional. Mas isso é conversa para outra hora.
Meu ponto aqui era dizer que, apesar de gostar da rotina de treinos, o que mais me deixa contente é chegar em casa todos os dias e me deparar com diferentes versões de Jeff e Noah juntos.
Já os flagrei dormindo no sofá.
Já vi Jeff trabalhando na poltrona do quarto do bebê por não querer deixá-lo sozinho enquanto dormia.
Já cheguei a tempo de encontrá-los rindo um para o outro enquanto Jeff dava um banho nele.
Já cheguei e vi Jeff resmungando e basicamente regurgitando enquanto trocava uma fralda caprichada. E admito que nesse dia demorei a me fazer presente, deixei que ele se ferrasse com aquilo sozinho.
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A Solidão do Cafajeste (Spin-off da Série Amores Nova-Iorquinos)
RomansaJeff Ridges pode ser definido em duas principais características: fotógrafo e cafajeste. Ok, talvez três palavras: inseguro. Essa é uma das grandes, ainda que ele tenha aprendido a disfarçar. Viveu a maior parte da sua vida concentrado em seu trabal...