the unknown

Capítulo 17

Pov: Jenny

Me olho no espelho e vejo a antiga eu dê volta, bem agora ela é a atual eu. Não importa de qualquer forma, agora só existe uma. Mas o lado bom é que posso estar com meus pais novamente, isso me conforta.

 — Talvez eu possa fazer um acordo?

— Não pai, não quero que o senhor se engolva mais nesse assunto — digo o encarando pelo reflexo —  Luca já está com raiva o suficiente de vocês.

— Me corta o coração ver você submetida a ele — sua mandíbula trava.

— Não importa mais — me viro pra ele — o que importa é que estamos bem, todos...

E principalmente Billie...

Não falei nada sobre ela para meus pais ou sequer citei seu nome para Luca novamente, mas ela não saio dos meus pensamentos por nenhum segundo.

Mas eu escrevo o tempo todo em pedaços de papéis que acho por aí, blocos de notas, jornal, revista, a lista do supermercado que a empregada esquece na mesa, então eu os escondos, principalmente no meu closet, em uma gaveta de fundos falso que o Luca não sabe da existência.

E escrever pra ela preencher quase toda a minha agenda do dia, além de fazer coisas complemente inúteis.

— O que eu faço para o almoço senhora? — a empregada pergunta me tirando dos meus pensamentos de cor azul gelo.

— Um risoto tá ótimo — digo sem encará-la

— De ? — ela pergunta.

— Queijo — digo.

Luca odeia risoto de queijo, ele diz que é como um mingal fedorento.

— Tudo bem... e senhora ?

— Diz — respiro fundo e olho prara ela.

— A senhora está bem ? Parece um pouco triste... desculpa eu não devo me meter...

Ela sai tão rápido como estou, e eu vejo que eu não a conheço e que provavelmente ela não sabe nada sobre minha história com Luca.

Levanto e vou atrás dela na cozinha, ela está começando a cortar legumes.

— Como é seu nome ? — pergunto.

— Lyssa.

— Lyssa, você pode me ajudar com uma coisa no banheiro?

— Claro — ela parece realmente animada com isso.

Vamos até o banheiro do meu quarto, é um dos únicos lugares onde não tem câmera, quando entramos deixo a porta aberta, mas sei que a câmera consegue pegar a porta e alguns movimentos dentro do banheiro, vou ate a banheira que fica longe do alcance da câmera.

— Venha aqui e olhe isso — digo a ela.

Ela fica do meu lado mas não sabe bem o que olhar.

— Preciso de um favor Lyssa.

— O que senhora ?

— Da próxima vez que sair, preciso que vá ao correio e mande uma carta pra mim.

Ela pensa um pouco e me olha, respira e seus olhos demonstram entender o que está acontecendo.

— Isso é extraoficial? — ela pergunta.

— Sim.

Ela sai do banheiro e fala.

— Talvez alvejante tire essa macha na parede senhora, eu vou comprar quando for ao mercado.

Eu saio do banheiro também.

— Isso é maravilhoso, não suporto essa macha.

Ela balança a cabeça e sai do banheiro e eu procuro um bloco de papel e caneta pra escrever a carta da minha vida.

Billie,
Ontem a noite sonhei com você, estávamos na Escócia, era verde e tinha cheiro de grama molhada.
Meus pés estavam molhados e frios, mas eu estava feliz e você ria tão alto que ecoava pelas montanhas ao redor.
Quando acordei você não estava ao meu lado e estava quente no quarto, chorei o resto da madrugada e quando amanheceu eu rezei para um Deus a qual é não acreditar para que eu pudesse voltar pro sonho.
Eu me sinto vazia o tempo todo, como se nada fosse o suficiente, todas as comidas são sem graça, todas as roupas são cinzas, e parece que não chove nunca.
Eu gosto quando chove, isso me lembra você.
Mas o verão parece infinito.

Espero que você não esteja me odiando, por que eu consigo para de te amar.

Com amor,
Jenny.

Todas as palavras das cartas que venho recebendo de Jenny são como 2 segundos de paraíso, mas então quando eu leio o nome dela no final, tudo se acaba e eu volto pra minha solidão.

Não consegui aceitar que não posso nos salvar e é por isso que estou indo em direção à casa dos meus pais com shark.

O taxista diz que lembra de mim de algum lugar, mas o pago o mais rápido possível.

— Billie?

Mamãe diz assim que abro a porta.

— Preciso de um favor