FILHOTES DE VALIANT - PRIDE

CAPÍTULO 1

Simple olhou nos olhos bicolores de Minerva, ela, como sempre acontecia quando a olhavam nos olhos, os baixou.
"Eu me pergunto como conseguiu uma identidade falsa tão perfeita, Minerva. Com inscrição no serviço social e tudo." James voltou a carga. Ele tinha passado a noite toda, desde que ela chegou no refeitório a interrogando. Candid o olhou dizendo com os olhos que desse um bofetão em James, já os olhos de Honest sugeriram que Simple ameaçasse James ou o desafiasse. Simple sorriu internamente. Se eles nunca tivessem trocado, nunca haveria a rivalidade de Simple e James, uma vez que para ele, o Simple verdadeiro, James era só um filhote inseguro, que se fazia de mal para se diferenciar de Joe, que era a bondade encarnada. Mas ele já estava de saco cheio de James ficar irritando sua convidada. Ia seguir a sugestão de Honest quando ouviu a voz melodiosa de seu outro irmão:
"Acho que meu irmão está afim de se passar por outra pessoa, Minerva. Vamos dançar e deixar ele com cara de idiota." Pride se levantou da cadeira e estendeu a mão para ela. Para crédito de Minerva, ela ainda olhou para ele, como se perguntando se ele se importava. É claro que ele se importava e muito, mas todos também olharam para ele, então, não ouve outra alternativa senão sorrir.
Ele ainda olhou para Celina, a faladeira, segundo Noah, e se levantou, a convidando a ir dançar.
Celina olhou para Honor, cujas orelhas deviam estar ardendo e se levantou um pouco hesitante. Claudia, a fêmea que estava ao lado de Candid, fechou os olhos, com certeza sufocando um gemido, Candid provavelmente devia estar tocando-a por baixo da mesa. Simple não sabia se o chutava ou se chamava a mãe deles de volta para a mesa.
Ele conduziu Celina até o espaço separado para a dança, jurando que descontaria sua frustração em cima de Noble, que assim que Pride se levantou começou a tocar uma balada lenta. Ele colocou suas mãos nas costas sedosas de Celina, ela o abraçou pelo pescoço e começaram a se mover no ritmo sensual da música. Simple inspirou, Celina cheirava muito bem, Noah era realmente um perdedor por não ter nem tocado nela quando teve a oportunidade. Celina tinha a pele deliciosamente limpa, apenas um hidratante sem cheiro e um leve perfume atrás das orelhas estavam misturados no cheiro original da pele dela. Simple sentiu seu corpo reagir, a música instrumental era tão sensual, ele a apertou contra ele, ela sorriu.
Celina era loira, tinha olhos amendoados e castanhos, uma boca pequena num rosto delicado. Ela abriu a boca e antes que começasse a falar, e Simple sabia que ela não pararia, ele lhe deu um beijinho. Ela arfou, arregalou os olhos e descansou o rosto no peito dele. Pronto, isso a calaria até a música acabar e ele ainda a deixaria mais receptiva se Honor resolvesse afogar seu ganso gigante pela primeira vez.
Eles se moviam, a música era por demais intrigante e Simple se amaldiçoou por estar ficando excitado. Celina não fazia sexo a muito tempo, ou talvez fosse até virgem, o que ele não duvidava se tudo o que ela disse a Honor sobre seu pai rígido e babaca fosse verdade. Simple odiava seu corpo que não se importava com nada, e se excitava com qualquer buceta que se aproximasse. Ele era o extremo oposto de seu pai e os outros, os Novas Espécies de primeira geração. Ainda que estivesse atraído pelos olhos diferentes de Minerva, o cheiro intocado de Celina estava o consumindo. Ele desceu uma das mãos pela lateral do corpo dela e quando subiu tocou em sua bunda levemente antes de voltar a mão para as costas. Celina gemeu baixinho. Que porra! Se aquela maldita música não acabasse pelos próximos segundos, Simple subiria a mão e a passaria pela lateral do seio dela.
A música acabou, Simple voltou para a mesa, rápido, quase fazendo Celina tropeçar, só para ver que Pride e Minerva ainda estavam na pista e não pareciam que iam parar de dançar.
Simple olhou Honor, ele parecia um pouco triste, então, ele se forçou a se sentar.
"Honor, o que acha de dançar com Celina agora?" Ele perguntou, seu irmão pareceu ter perdido alguma coisa no chão.
"Honor?" Candid o chamou. Honor levantou a vista e sorriu.
"Eu não danço muito bem." Celina sorriu:
"Mas se não é uma música lenta! Só precisamos nos balançar no ritmo. Eu não te disse, mas meu pai chama esse tipo de ritmo de ritmo que vadias dançam. Se ele me visse agora, iria ter uma apoplexia, você não imagina..." Honor e ela se afastaram em direção a pista de dança, Cláudia se levantou, chamando Marcy para ir ao banheiro com ela. Ela estava corada e com um grande sorriso no rosto.
Simple balançou a cabeça, Candid não tinha limites.
Candid sorriu e chupou o dedo, o gosto devia ser tão bom quanto o cheiro, pois ele fechou os olhos.
"Você é nojento." James disse torcendo o nariz, com nojo. Ele também se levantou e se afastou. Joe olhava para longe, totalmente alheio ao que Candid fez, ou o fato de Pride ter tirado Minerva para dançar.
"Acha que ele está atraído?" Honest o provocou. Simple deu de ombros.
"Eu a convidei, Pride não iria tentar nada. Ele, diferente de nós, é um fodido de um macho vinculado, e a uma fêmea morta." Simple disse. É claro que eles entendiam que ele falava em código. Livie estava muito viva e se eles não tivessem a ajudado nessa palhaçada, ele próprio já a teria trazido pelos cabelos da Inglaterra e a jogado aos pés de Pride. Mas ele e seus irmãos viram mérito em Livie ficar pelo menos um ano longe, para que Pride pudesse se livrar da sede de sangue e amadurecer. Mas ela estava já a cinco anos naquela porra de país, e eles eram obrigados a ver Pride mergulhado na merda que era a vida de um macho vinculado sem sua companheira.
"Talvez ela faça ele esquecer Livie. Se eu fosse você..." Honest começou.
"Você não pode ser o mais velho mais, nem o nosso líder, então vá tomar no cu. Eu a quero, ela é deliciosa, eu a encontrei. Não vou cedê-la a Pride." Ele disse e de longe se deparou com os olhos de Thorment. É claro que ele estaria ouvindo, Thorment parecia estar sempre de olho nele.
"Veja por esse lado: Honest é um cuzão que não tira os olhos de uma certa doutora deliciosa, o que significa que Marcy vai ficar a ver navios hoje. Ela é parecida com Minerva, então, você mostra pra Marcy que é muito melhor que o 'doutor' aqui e deixa Pride se divertir um pouco." Candid sugeriu. Marcy era mesmo linda e realmente Honest estava apenas conversando educadamente com ela, não tirando os olhos da doutora Mônica. Simple tinha de admitir que se Celina o tinha atraído, Marcy, experiente e madura o atraía ainda mais. E, afinal, ele era um dos culpados pelo sofrimento de Pride.
Mas aqueles olhos bicolores eram tão lindos! Tão únicos!
Candid sorriu para Cláudia quando ela voltou e a levou para a pista de dança. Honest se levantou e antes que Marcy parasse em frente a mesa, ele começou uma conversa animada com Brass na mesa ao lado.
Marcy o olhou, ela era mesmo bonita e cheirava bem. Simple segurou na mão dela e a levou para o corredor onde os quartos dos funcionários humanos ficavam. Ele realmente odiava quando Candid tinha razão.