CAPÍTULO 19

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Minerva abriu a porta para Honor, pelo menos ela achava que era ele, passar.
Ele vinha com Pride no ombro e Sheer nos braços e andava sem esforço, o que a surpreendeu. Lily veio logo atrás.
"Oi, mamãe!" Ela a saudou alegremente, Minerva achou tudo muito confuso. Ela seguiu Honor, abriu a porta do quarto de Sheer, ele entrou e soltou o menino sobre a cama, Minerva tirou a camisa dele e os sapatos, ele sorriu dormindo, o coração dela apertou. Sheer era especial para o coração dela, ele era bonito, forte, muito inteligente para a idade, e o principal: ele parecia gostar dela.
Ela ouviu o som da tv, Lily devia ter ligado, então deu uma espiada no quarto de Pride, uma vez que Honor deixou a porta aberta. Minerva, parou antes de entrar, porém. Honor tinha tirado toda a roupa de Pride, ele jazia nu, uma montanha de músculos, gigante e poderoso. Ele ia saindo e a viu.
"Tentei deixar ele confortável. Ele vai acordar com muita dor de cabeça." Ele desviou dela e saiu do quarto. Minerva ia fechar a porta, mas não resistiu a olhar mais uma vez para ele, Pride era magnífico. E muito bem dotado, é claro.
Na sala, Honor se despedia de Lily, mas ela não queria soltá-lo.
"Por favor, Gatinho tímido! Fique até eu dormir!" Ela estava agarrada numa das pernas dele. Minerva não pôde deixar de achar engraçado Lily, uma menininha pequena segurando um homem do tamanho de Honor.
"Querida, eu tenho de ir. Você vai ficar bem com a Minerva, não é, Minerva?" Ele a olhou suplicante.
"Lily, meu amor, vamos brincar? De boneca?" Lily olhou para ela com dúvida.
"Vamos mesmo?" Ela perguntou.
"É claro, querida." Ela soltou a perna de Honor, se aproximou de Minerva e estendeu os braços. Minerva a pegou com muito esforço, ela era muito pesada. Honor se aproximou para dar um beijo em Lily no colo de Minerva, e ouviram um rosnado que vinha na direção da porta da sala.
"Se aproximando de Minerva também, Honor? Sua traição não tem limites?" Os trigêmeos estavam parados, os três com os olhos belicosos e punhos cerrados.
"Você se aproximou dela muito mais que eu, Simple. Talvez esteja usando meu problema com Pride como desculpa?" Simple até abriu mais as narinas.
"Vejam só, o covarde tem língua. Mas vai precisar de muito mais que uma língua rápida para enfrentar a gente."
Candid deu um passo a frente.
"Não vão enfrentar ele aqui. Saiam. Sheer e Pride não estão bem, e vocês vem aqui brigar? Se eu conheço vocês, aposto que estavam envolvidos nessa merda toda. Saiam daqui!" Minerva disse. O esforço por segurar Lily no colo a impediu de ser mais enérgica, mas ela não ia deixar eles agirem como se fossem donos dali.
"O mesmo Honor de sempre. A diferença é que antes você se escondia atrás da mamãe. Nós temos uma justificativa e já falamos com Pride. Mas você..." Honest cuspiu as palavras.
"Vocês vão bater no meu tio? Por favor, tio Sim, não faça isso!" Lily disse e escondeu o rosto no pescoço de Minerva.
"Como Honest disse. Sempre se escondendo atrás de fêmeas. Mas não pode se esconder para sempre." Simple disse e virou as costas, os outros dois foram atrás dele.
Honor suspirou.
"Eu já vou, querida. Fique boazinha com Minerva, tá bom?" Ele tocou com a ponta do dedo no narizinho de Lily, ela riu.
"Eu vou contar pra essa mamãe daqui, que eu conheci a mamãe que morava na minha cabeça." Ela abraçou Minerva feliz.
"Honor, talvez fosse melhor você ficar, eles ainda devem estar lá fora." Minerva disse.
"É, gatinho tímido, eu tenho um boneco macho, você pode brincar com ele. O nome dele é Tim. Fica! Por favor!" Honor sorriu e retirou Lily dos braços de Minerva e a suspendeu. Ela riu.
"Amanhã, eu volto e vamos passar o dia todo juntos, que tal? Aí, você me mostra o Tim." Ele a suspendeu mais e beijou a barriga dela, fazendo barulho. Até Minerva riu.
Ele pousou Lily no chão, acenou e ia saindo, mas Minerva lhe segurou a mão.
"Fique só mais um pouco. Até Pride acordar. Eles não estavam brincando." Os olhos de Simple estavam maus. Como ela nunca viu antes.
Honor colocou uma mão sobre a dela.
"Não se preocupe, eu sei lidar com eles. E se Pride acordar, eu apanharia muito mais." Ele sorriu, ela o viu sair. Minerva ficou muito confusa com toda a história.
Ela e Lily brincaram até a hora do jantar, Minerva preparou carne, arroz e salada, mas tanto Pride como Sheer não acordaram. Minerva se preocupou, mas como Lily parecia sonolenta, ela a preparou para dormir, e quando Lily ressonava em sua cama, Minerva se desesperou. Havia algo muito errado.
Ela entrou no quarto de Pride, ele continuava imóvel, na mesma posição que Honor o deixou. Minerva ficou um tempinho admirando o pênis dele, afinal Pride devia ter uns dois metros e era todo proporcional, mas ela estava preocupada.
"Pride?" Ela deu tapinhas no rosto dele. Ele respirava normalmente, em sua bochecha havia um risco vermelho que devia ter sido feito por uma lágrima de sangue. Minerva lhe afastou os cabelos vermelhos do rosto dele, achando curioso ele manter os cabelos tão compridos. Todos na família dele tinham comprimentos de cabelos diferentes. James devia ser o que usava os cabelos mais curtos, na altura dos ombros. Os outros os mantinham maiores, mas os cabelos de Pride chegavam em sua cintura.
"Pride?" Ela colocou o ouvido no peito dele, seu coração batia forte, ele parecia estar dormindo. Talvez fosse preocupação a toa. Minerva ia retirando sua mão do peito dele, depois de acariciar a pele quente, é claro, quando num movimento rápido, Pride os virou e ficou sobre ela. Os olhos dele estavam azuis, mas estavam confusos. Ele os abriu e depois fechou com força.
"Pride?" Minerva o chamou, ele estava esmagado-a.
Ele se ajeitou sobre ela a forçando a abrir as pernas, para que ele se ajeitasse melhor.
"Está me esmagando." Ela disse. Pride sustentou seu peso nos braços mas continuou com o corpo poderoso e nu sobre o dela.
"Minha cabeça está explodindo!" Ele fechou os olhos com força de novo e colocou o rosto no pescoço dela. Minerva gemeu, o pênis dele estava bem no meio das pernas dela, ainda que ele estivesse imóvel. Se ela se mexesse só um pouquinho...
Ele abriu os olhos de novo, suas pupilas eram apenas uma fina linha vertical em meio ao azul intenso, Minerva ficou um pouco hipnotizada pelos olhos dele. Ele saiu de cima dela e se levantou. Ele jogou a cabeça para trás e rosnou. Minerva se levantou e ficou a frente dele, ele não se importou em estar nu com ela ali.
"Eu fiz merda. Perdi o controle. Faziam anos que isso não acontecia." Ele inspirou fundo e olhou para ela, mas não disse mais nada.
"Eu estava..." Minerva estava sem palavras, Pride nu na frente dela como se fosse uma coisa normal, a deixava sem ter para onde olhar. Seus olhos queriam se dirigir a apenas um lugar: a virilha dele.
"Eu estava preocupada. Mas agora você está bem. Eu vou embora." Ele lhe segurou o braço.
"Você não vai embora." E ele queria dizer isso. O coração dela disparou. Graças a Deus que ele não ouvia corações.
" Eu ia pro meu quarto." Ela explicou.
Pride olhou em volta, viu que estava em seu quarto e acenou.
"Sim. É claro. Eu vou tomar um banho." Ele lhe deu as costas e entrou no banheiro. Minerva ficou olhando a bunda dele até ele entrar pela porta. Ele não fechou a porta, e ela o ouviu urinar, dar descarga e depois ligar o chuveiro. Minerva saiu do quarto pensando que nunca imaginou que desfrutaria de tanta intimidade assim com alguém. Era estranho, afinal eles não eram um casal de verdade.
Ela entrou no quarto de Sheer, ele ainda dormia, parecia confortável. Minerva tocou no rosto dele, ele parecia bem.
Ela voltou a cozinha e preparou mais carne, logo, ele saiu pelo corredor, só com uma toalha enrolada na cintura.
"Pra mim?" Ele perguntou com um sorriso. Minerva segurou um suspiro, ou um gemido. Ele todo molhado, com o imenso cabelo para trás, deixando seu rosto bonito em evidência. Era demais.
Minerva pegou um prato, colocou bifes nele e pôs na bancada a frente dele. Pride se sentou na banqueta e começou a comer.
"Está melhor?" Ele balançou a cabeça dizendo que não.
"Tomou alguma coisa?'"
"Sim, uns analgésicos, mas não resolve muito." Ele fechou os olhos.
Minerva pensou em Sheer dormindo.
"Sheer vai acordar se sentindo mal também?" Ela sentiu seu coração apertar.
"Infelizmente sim. Mas o corpo dele aceita analgésicos melhor que o meu."
"Talvez devêssemos dar a ele agora, enquanto ele dorme. Assim ele não sofreria muito."
"Se mexermos muito nele ele vai acordar. É melhor que ele durma, ajuda ao corpo dele se recuperar."
"O que aconteceu?" Ela perguntou, ele suspirou.
"Eu aconteci. Descobri que Honor e Livie mantinham um relacionamento estranho a mais de dois anos e através de Lily. Eu surtei." Minerva ficou em silêncio. Era a tal traição que os trigêmeos acusaram Honor. Mas ela conheceu Honor, não conseguia duvidar do amor dele pelo irmão.
"Minerva?" Ele a chamou, ela o encarou.
"Qual foi a justificativa de Honor?" Ela queria saber. Minerva tinha feito muita coisa errada, algumas por burrice, outras levada pelas circunstâncias e outras por inconsequência mesmo, o que lhe fazia se sentir muito mal.
"Ele não se justificou, não há justificativa, Minerva. Eu vivi uma meia vida, preso aos sonhos a noite e a solidão que acordar trazia. E Honor conversando com ela sobre... Poesia!" Ele rosnou, ela se afastou. Pride a encarou.
"Você tem medo de mim?" Minerva o encarou de volta. Ela não podia mentir.
"Eu não sei. Acho que você não me bateria, mas..." Ela não terminou. Haviam violências piores que as físicas. Ver os trigêmeos prontos para baterem em Honor foi assustador."
Ele largou o prato, deu a volta na bancada e segurou na mão dela.
"Não precisa me temer. Eu nunca machucaria você."
"Mas machucou Honor." Ela afirmou, ele baixou a cabeça.
"Sim e não. Eu o ataquei, mas não é muito fácil machucar ele." Pride disse o rosto sério, frio. Ele estava com muita raiva do irmão. Minerva se lembrou de Honor carregando Pride no ombro e Sheer nos braços com facilidade. Pride devia pesar quantos quilos?
"Cento e dez quilos." Ele sorriu, Minerva ergueu os olhos.
"Eu pensei alto de novo?" Ele balançou a cabeça.
"Você só mexeu os lábios." Ele delineou os lábios dela com o dedo. Minerva olhou nos olhos dele, estavam quentes, intensos.
"Como foi ver Livie depois de todo esse tempo?" Minerva quebrou a onda de excitação que estava despontando entre eles.
"Foi estranho. Não era como se a estivesse vendo depois de tanto tempo. Era como se o tempo não tivesse passado. Eu me dei conta que senti falta dela, mas não saudade. Dá pra entender?" Dava. Se ele e ela conviviam em sonhos, o subconsciente dele estava acostumado a presença dela, ainda que a parte consciente não.
"Ela beijou Lily, a abraçou, mas como um pretexto para chegar perto de Honor. Isso, porém, não me despertou raiva ou ciúme. Eu fiquei mais puto com a traição dele que a dela." Ele voltou a se sentar e voltou a comer.
"Deve estar frio, deixa que eu esquento." Ele negou com a cabeça.
"Já está mais cozido que eu gostaria, se esquentar vai ficar pior." Ela abriu a boca sem ter o que dizer, ele sorriu de lado, malandro. Ela pegou um pano de prato e bateu nele.
"Da próxima vez, você faz!" Ele riu e segurou a cabeça.
"Está doendo ainda?" Ele suspirou.
"Sim." Ele respondeu.
"Eu queria ligar para o seu irmão." Ele fechou a cara.
"Qual deles?"
"Honor. Estou preocupada. Os trigêmeos estavam muito bravos. Eu pedi pra ele ficar aqui, mas ele se foi." Ele sorriu amargo.
"Não se preocupe com ele. Se eles o encurralarem, basta que ele fique em posição de defesa. Ele é muito resistente." Minerva inclinou a cabeça para o lado.
"Eu explico. Honor não é um lutador, ele é a porra de um poeta, que meu pai não saiba. Mas ele é forte, muito mais forte que eu, ou Noble, que somos os maiores. E tem algum tipo de resistência, ele nunca se machucou, nunca quebrou um osso. Candid já quebrou uma faca tentando esfaqueá-lo no braço. Novas Espécies tem os ossos mais duros que humanos e os ossos de Honor são mais duros que os nossos. Os trigêmeos não vão bater nele por que dar um soco nele pode quebrar a sua mão." Ele deu de ombros.
"Mas se eles estavam furiosos!" Ela achou estranho.
"Vão insultá-lo, bater nele com alguma barra de ferro, ou algo assim, mas depois vão acabar pedindo desculpas." Ele deu de ombros.
"E você?" Ela perguntou, segurando na mão dele.
"Eu não sei. Ele não fez por mal, mas... Tenho de pensar no dano em Lily. Nem ele nem Livie levaram isso em conta." Ele disse, Minerva se preocupou.
"Lily parece muito bem pra mim." O coração dela apertou. Lily e Sheer eram gêmeos. Havia uma diferença gritante entre os dois.
"Quantos filhotes Nova Espécie você conhece?" Ela só conhecia mesmo os dois. Na festa de ano novo, ela viu várias crianças cada uma de um tamanho, mas ela não ficou encarando por mais que ficou curiosa por conversar com alguns deles.
"Na festa, eu vi uma muito bonita, loira. Ela tinha calda, eu achei tão diferente!" Na verdade eram duas loirinhas de calda. E a mãe delas que corria com elas pelo espaço todo.
"Faith. Ou Missy. Viu Rebbeca?" Ele perguntou.
"Sim. Ela parecia uma criança." Ele acenou.
"Se você conversar com qualquer filhote, vai entender o meu medo. Lily tem cinco anos. Faith tem dois, Missy também. Jewel , embora ela não seja Nova Espécie, tem três, Claire tem quase dois. Todas sabem ler e escrever. Todas andaram com menos de um ano de idade. Todas são muito precoces para a idade. Lily não." Minerva demorou para absorver o que ele disse. Lily era uma menininha normal na visão dela, embora...
"A doutora Alli tem um interesse no desenvolvimento dos Novas Espécies de segunda geração e já a alguns anos ela estuda os filhotes Novas Espécies, procurando estabelecer um padrão. Alguns filhotes, como John e meus irmãozinhos, ficaram acima desse padrão, Sunny, devido a genética de Silent, ficou um pouco abaixo, ainda que ele seja o maior filhote de todos os tempos. Lily não pôde ser enquadrada em nenhum parâmetro.
Você percebeu que ela nem mesmo amarra seus próprios cadarços? Ou que está sempre pedindo colo?"
"Isso é comum. Eu acho que ela gosta de estar perto, de carinho. E crianças demandam cuidados mesmo."
Ele a encarou, seu rosto estava pesaroso.
"Eu não sei. Minhas irmãs, foram as primeiras fêmeas Nova espécie, e tudo era novo. Elas são mais velhas que John, mas ele as superou em tudo. Depois há Lunna, ela superou John em inteligência, mas não em desenvolvimento. Desde então, depois de Rubi e Flora, Lily foi a única que andou depois de completar um ano e a que demorou mais a falar. Ela não sabe ler direito, e não tem nenhum interesse. Isso é totalmente incomum. E aí eu descubro que Livie e Honor a usavam para se comunicarem!" Ele disse, um brilho vermelho cruzou seus olhos.
"Minerva?" Sheer estava parado a frente do corredor, Minerva correu até ele. Ele parecia desnorteado.
"Eu quebrei a promessa." Ele disse triste, ela o abraçou, forte.
"Não. Você não queria, queria?" Ele balançou a cabeça.
" E nós esquecemos de especificar as condições. Toda promessa tem de ter condições, por que a vida é cheia de imprevistos. Vamos conversar, colocar condições e daí a promessa começa a valer." Ele sorriu, mas estava visivelmente com dor.
Pride o pegou no colo e o sentou na banqueta.
"Você vai comer essa carne super cozida que Minerva fez e vou te dar uns analgésicos. Tudo vai ficar melhor." Pride disse.
Sheer comeu um pedaço de carne e suspirou.
"Cara, isso desmancha na boca, parece comida de bebê." Ele deu um sorrisinho de lado.
"Não faço mais comida pra vocês!" Ela cruzou os braços, Sheer a puxou e a abraçou.

FILHOTES DE VALIANT - PRIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora