Capítulo 10

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O som estridente interrompeu os sonhos de Any. Resmungando, ela estendeu o braço, pensando tratar-se do despertador, mas logo percebeu que o barulho era provocado pelo telefone.

— Levante-se! — Era Josh, que parecia muito animado. — Apostei comigo mesmo que você iria perder a hora e não me enganei.

— Mas está chovendo!

— Não está, não. Passo por aí dentro de meia hora.

Josh não esperou uma resposta e desligou. Any olhou em direção à janela e percebeu que o Sol brilhava. Saltou da cama e foi correndo para o banheiro. Tomou uma ducha e lavou os cabelos, aborrecida por ter de se apressar tanto. A culpa era sua por imaginar que algo tão insignificante quanto o tempo poderia modificar os planos de Josh Beauchamp.

Any não tinha a menor ideia de onde iriam, mas chegou à conclusão de que havia um único esporte que exigiria o uso de um chapéu.

— Espero que ele não tenha a infeliz ideia de me levar para pescar! — murmurou.

Mal terminou de trançar o cabelo e se vestir quando a campainha tocou. Foi atender e sorriu.

— Você se atrasou, Josh.

— Achei que você precisaria de alguns minutos a mais. Afinal de contas, se eu chegasse na hora combinada, poderia surpreendê-la de pijama...

Any ficou vermelha como um pimentão. Se ele chegasse cinco minutos antes a teria surpreendido usando menos do que um pijama...

— Podemos ir? — perguntou.

— Onde está seu maiô?

— Estou com ele por baixo. — Any pegou uma pequena sacola de couro que continha roupas e uma toalha. — Como não sei aonde vamos, não tive muita certeza do que seria necessário levar.

— Tenho tudo que você precisar. — Ele passou o braço em torno da cintura de Any e a levou para fora de casa. — Se não partirmos imediatamente talvez não haja tempo de chegarmos lá.

Não se via uma nuvem no céu. Soprava uma brisa deliciosa, o gramado estava muito verde e o Sol brilhava por entre os ramos das árvores.

— Aonde vamos? — perguntou Any.

— Você verá — disse Josh, fazendo mistério. — Primeiro tomaremos o café da manhã. Sente fome?

— Morrendo de fome!

— Assim que eu gosto!

Pararam em um pequeno restaurante à beira da estrada. As mesas estavam cobertas com toalhas axadrezadas, em branco e vermelho, e as cortinas brancas davam ao lugar uma atmosfera caseira. Ao entrarem, Josh e Any provocaram certa curiosidade nos demais frequentadores, que logo voltaram a conversar.

— Você já conhecia este lugar? — perguntou Any.

— Bem, sou aquilo que Ruby chama de amigo da casa. É a garçonete. Não existe ninguém como essa mulher!

Ruby era uma criatura de idade indefinida. Usava óculos de lentes grossas e tinha cabelos grisalhos. Movimentava-se com muita rapidez, mas falava sem a menor pressa, o que não deixava de ser uma combinação muito estranha.

— Como vai? — perguntou a Josh, toda sorridente.

— Muito bem. E você, Ruby?

— Como sempre. Quem é sua amiga?

— O nome dela é Any. Any, quero lhe apresentar Ruby.

— Bonitinha, não?

— Também acho.

Desejo Ardente [ Beauany ]Onde histórias criam vida. Descubra agora