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― Hum?

― Quem será o seu céu mais azul? ― quesitiona.

― Não o encontrei ainda, mas estou conhecendo pessoas e tenho certeza que Deus me mostrará um dia― falar de Deus queimava em meu coração uma vontade irrefreável de orar.

― Você namorou o Charles Marshall, não? ― questiona-me.

― Sim, mas foi alguns meses nos conhecendo e então Deus disse não para aquele relacionamento. - suspiro lembrando de tudo o que Marshall fez para me ajudar! - Mas não foi bem um namoro.

Hugo pestaneja.

― Lembra que contaríamos um para o outro quando déssemos nosso primeiro beijo? - Hugo se ajeita no banco gelado. Pigarreia e então se pronuncia. - O seu foi com ele?

― Não. ― digo rápido.

Não pergunte H, por favor. Não pergunte!

― Com quem foi? ― ah, não! Ele perguntou.

― É... Me diga você primeiro! ― tento enrolá-lo.

― Você sabe com quem foi! ― seu sorriso branco ilumina seu rosto.

― Ingrid, é claro. 

― Você não me falou ainda. ― insiste, levantando-se e atirando uma pedra no rio.

― Não foi.

― Não foi o quê? ― Hugo se vira com uma pedra na mão.

― Nunca beijei ninguém. ― os olhos de Hugo arregalam-se estupefatos pelo que acabara de ouvir. ― Não acredita em mim, não é?!

― Eu acredito em você, Ellie. É a pessoa mais honesta que eu conheço. Só estou... Assustado e ao mesmo tempo muito feliz... por ter se guardado.

― Feliz porque nunca namorei em meus vinte e quatro anos? - rio.

― Sim! ― seus olhos brilham. ― Não, claro que não!

Nosso silêncio é quebrado pelo toque do meu celular.

- Não vai atender?

― Alô? ― atendo o número estranho.

― Girassol! Como você está?

― Estou bem...

― Finalmente resolveu me atender! Liguei por semanas...

― Eu sei me desculpe, passei por momentos difíceis...

 Dylan me faz sorrir e suas piadas sem graça aquecem meu coração, ele é um bom amigo. Queria me distrair me convidando para o cinema.

― Vocês estão bem íntimos. ― comenta Hugo, jogando outra pedra na água, agora com mais força.

― Dylan é um bom amigo. 

― Não gosto muito do jeito dele.

― Devido ao beijinho que ele deu na mão da Ingrid? - rio pelo nariz. - Deixa de ser ciumento, H! 

― Claro que não sou! - disfarça. - Só acho que ele fica dando em cima de você invés de ser seu amigo.

― Eu não entendo você. ― minha voz saiu como um pensamento alto.

― O quê você não entende?― H passa por mim deixando seu perfume inebriante, seus olhos escuros e seu rosto refletido na luz do luar parecia uma escultura. Eu preciso parar de vê-lo. H não era mais meu melhor amigo e eu preciso respeitar seu relacionamento com a Ingrid. Sua melhor amiga deve ser sua esposa, e não quero desagradar a Deus tendo sempre os mesmos pensamentos quando o vejo: Querer me casar com um homem comprometido!

Meu Céu Mais AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora