Capítulo 6

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Estava triste por meu amigo se mudar com sua família para muito longe, mas sabia que tudo o que Deus faz, coopera para o bem daqueles que O amam.

[...]

― Ellie? Ellie, acorde!

Sinto o cheiro de café ser introduzido nas minhas narinas e meu estomago reclamar de fome.

Raphael estava abrindo meu olho com seus dedinhos enquanto eu simulava estar dormindo.

― Vovó, ela não acorda! ― preocupa-se ele, erguendo minhas pálpebras com delicadeza.

― Não se preocupe, ela vai acordar Rapha. ― menciona Vovó Emma, escuto ela bater as panelas.

― Ellie, não olhe para a luz! ― Raphael já estava enlouquecendo, meu irmão é muito dramático para uma criança, então resolvo abrir meus olhos segurando firme suas mãos e lhe dando um copioso susto.

― Te peguei! ―grito e ele esbugalha os olhos, paralisado.

― Vou contar para minha vovó que você está mentindo! ― reclama com voz chorosa e eu o abraço apertado.

― Calma ai, bonitinho. Só quis testar se você me ama!

― Ela faz isso sempre comigo também. ― meu coração sempre batia mais forte quando escutava aquela doce voz. H entrou na porta da sala com alguns ovos nas mãos. ― Sua avó me pediu para comprar, já que você estava dormindo.

Suspiro profundamente. Eu estava horrível, precisava urgente ir para o meu quarto.

― Você dormiu aqui? ― o questiono aflita.

― Dormimos juntos, não lembra? ― seu rosto sério fez meu estômago estremecer. ― Estou brincando, bobinha!

Soltei o ar dos pulmões com sua declaração.

― Ótimo!

― Você dormiu no inicio do filme e resolvi ir embora. ― falou Hugo, entregando os ovos para Vovó Emma.

― Ela nunca consegue assistir um filme completo. ― comenta Rapha, triste. ― Já sacrifiquei meus desenhos animados para assistir filmes de amor...

― Romance, Rapha. ― o corrijo rindo-me de sua expressão.

― E mesmo assim ela dormiu. ― Vovó termina de decretar a minha condenação com seu olhar doce.

― Ok. Eu já volto! ― declaro, pensando na roupa que usaria depois do banho.

Três dias. Tenho três dias com H antes de ele e sua família irem embora, necessitava marcar este dia com algo memorável.

Festa surpresa? Não, muito clichê.

Sair para comer pizza? Muito comum.

Boliche? Não sou boa nisso!

― O que você vai fazer hoje á noite? ― questiona-me H, depois de tomarmos café e guardarmos a louça, enquanto vovó descansava um pouco.

Estou observando ela em alguns dias e a vejo muito cansada, como se faltasse fôlego e vigor.

― Você percebeu que minha avó está estranha ultimamente? ― suspiro fundo, estava com medo que algo acontecesse a ela.

― Estranha como? ― H arqueia as sobrancelhas e dá de ombros.

― Muito cansada, H. Ela fadiga facilmente!

― Mas é claro que sim, Ellie. Sua avó não tem mais 15 anos!

Sorrio com seu comentário, fazia sentido.

― E, respondendo a sua primeira pergunta ― o fito sem desprender meus olhos dos seus, desvio o olhar quando sinto minhas bochechas arderem. ― não tenho nada na minha agenda para hoje á noite.

Hugo sorri de lado, eu amava o seu sorriso, me transmitia paz e sempre me acalmava quando estava prestes a explodir.

― Ellie, o que foi?

― Ah? Nada! Só estava pensando... ― H lança-me um olhar desconfiado.

― Certo dia eu estava observando as fotos de nossos pais, você é muito parecida com sua mãe, o rosto esbelto e os cabelos com ondas delicadas.

― Lembro-me muito pouco sobre eles, apenas pelas fotos sei que realmente sou parecida.

― Eu entendo, papai diz que seu pai era o melhor cirurgião da região, ninguém o substituía...

― Vovó contou-me que mamãe era enfermeira e se conheceram no Hospital Geral da cidade. ― suspiro pesado. ― Gostaria muito que eles estivessem aqui. ― fixo os olhos em algo que minha mente não deixa prestar atenção e imagino a minha vida com meus pais vivos.

Longos minutos em silêncio impera o ambiente.

― Mas eu estou aqui, Ellie. ― Hugo acaricia minha mão. ― Ok, então vamos?

― Vamos aonde garoto?

― Você estava em outro mundo mesmo. ― Hugo solta um riso sonoro e gostoso. ― Vamos jantar no Sweet Bufet..

― É muito caro, H. Não podemos...

― Ellie! ― Rapha chega ofegante. ― Tem um moço querendo falar contigo, ele está conversando com a vovó na sacada.

Eu não estava esperando ninguém, nem mesmo o entregador de pizza, que eu conheci num culto jovem.

― Charles? ― Hugo toma a frente. ― O que você faz aqui?

Charles estava com uma rosa na mão, seu olho batia de Hugo para mim.

― É... Eu gostaria de conversar com você, Ellie. ― suas palavras saíram sufocadas, talvez porque Hugo o lançara um olhar furioso.

― Falar o quê com ela, cara? ― Hugo se aproxima de Charles e eu me posiciono entre eles. 

Meu Céu Mais AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora