Capítulo 17

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― Charles só vem amanhã!

― É o Hugo. ̶ diz ele, me lançando um olhar pávido.

Desespero-me. Estava sem maquiagem, mal vestida e sem perfume.

― Ai Jesus me ajude! ― sibilo, derrubando as roupas do guarda roupas em cima da cama. ― O que vou vestir? Pijama? Não... Não... Essa camisa de bolinhas que H me deu? Não posso usar isso, irá me denunciar!

Apareço sem jeito na sala, talvez eu houvesse passado muito perfume, o cheiro estava coçando minha garganta.

― Oi H. ― digo tossindo.

― Oi. ― ele levanta-se. ― Você quebrou o vidro de perfume?

― É... Sim. ― eu sou doida mesmo.

Sento-me no sofá e faço sinal para que ele faça o mesmo.

― Eu vim saber como você está. ― sibila, devido ao cheiro forte do meu perfume não consigo sentir o seu.

― Estou bem, e você? ― ah, se você soubesse o quanto almejei a sua presença!

― Bem. Ele gesticula algo com as mãos, parecia nervoso. ― Vim trazer o convite do meu casamento.

Hugo me entrega um papel em alto relevo em dourado e branco escrito: Ingrid Walker Perry e Hugo Perry. Sua mão tremia.

― Obrigada, nem sei o que dizer...

― Se não quiser ir, tudo bem. Eu vou entender.

― Eu vou sim. Posso levar Charles como acompanhante? ― seus olhos se estreitaram e ele sorriu de lado.

― Quem diria que iríamos casar com namorados da nossa juventude.

Ri pelo nariz, eu estava nervosa se continuasse assim iria estragar tudo.

― Pois bem, o importante é sermos felizes, sempre foi nosso lema não é?

― E você é feliz com ele? ― diz sem jeito. Reparo que ele está usando o cabelo mais curto do que na adolescência. Seu maxilar está menos acentuado e seu corpo ganhou mais músculos do que eu me lembrara. Seus olhos encontram os meus e eu desvio fitando sua camiseta branca.

― Sou feliz porque tenho Jesus, não por causa de pessoas...

― Entendo. ― vi tristeza em seus olhos.

― Você quer sair para tomar café?

Olho para o relógio e tento achar alguma desculpa para recusar sua oferta.

― São quase dez horas da noite e não tenho ninguém para deixar com Vovó, Rapha saiu para ver a namorada.

― Sinto muito pelo que aconteceu a Vovó Emma, eu a amo muito e fiquei de coração partido.

Levantei de um salto.

― Quer vê-la? ― quem sabe alguém diferente faria bem a ela, ou não.

― Com certeza! ― disse animado.

Estendo a mão para que ele me acompanhasse até o quarto de Vovó. Já estava na hora de lhe dar os remédios das vinte e duas horas.

― Que bom que está acordada Vovó. Você tem visita!

Vovó Emma me analisa enquanto toma a água logo após ingerir os remédios.

― Tudo bem Vovó Emma? ― H chega de mansinho, pois sabia como falar com pacientes desta doença.

― Meu menino Hugo veio me ver, Mary Helen! ― Vovó diz, me chamando pelo nome da minha mãe.

Hugo me olha por um momento e torna a conversar com ela.

Meu Céu Mais AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora