Três meses depois...
— Puta merda, Maraisa, você demorou quase duas horas comprando esses salgadinhos — Marília resmungou, finalmente ligando o caminhão novamente assim que a garota entrou entupida de sacolas de bobagens para digerir no caminho.
— São três longos dias, tudo bem? — Ela disse, se ajeitando entre Luísa e Lauana.
Estavam indo para Carolina do Sul para o aniversário de cem anos de da vó de Marília, Maraisa e Lauana.
— Amor, será que ela vai gostar de mim? — Maiara perguntou suspirando, sua cabeça estava apoiada no ombro de Marília e sua mão estava descansando sobre a coxa de sua namorada.
— Aquela velha não gosta de ninguém — Luísa disse rindo, recebendo um cutucão de Maraisa.
— Mais respeito com a vovó — Maraisa disse seriamente. — Mas então, Maiara. Vovó não gosta de ninguém. Aquela velha odeia o mundo.
— Não se preocupe, vovó nos instrui a chamá-la de nossa "velha" — Marília explicou quando viu Maiara olhar com horror para o casal que estava na boléia. — E não se preocupe, ela é meio ranzinza, mas no fundo tem um bom coração.
— Jamais, em hipótese nenhuma, toque no assunto da casa dela federå fumo — Lauana alertou.
— Jamais diga que fumar faz mal à saúde, pois ela esfregará os cem anos dela na sua cara — Maraisa disse rindo.
— Jamais converse com ela sem olhá-la nos olhos, ela insultará até a sua mãe por isso — Luísa disse, pois de fato sua mãe havia sido insultada.
— E jamais conte que já fizemos sexo. Ela, hm, gosta das tradições do século passado sobre ter relações só depois do casamento — Marília alertou, desconcertada.
— Ela acredita mesmo que, hm, todas vocês são virgens? — Maiara perguntou, rindo.
— Todas nós, amor — Marília disse. — Já mencionei você por telefone.
— E onde a gente vai transar nesses doze dias na casa dela? — Maiara perguntou no ouvido de Marília. — Não ligo de passear no seu caminhão — a loira riu e mordeu o lábio inferior.
— Não se preocupe, amor. Daremos nosso jeitinho.
— Maraisa e eu não conseguimos no ano passado. Nunca fiquei tanto tempo na minha vida sem sexo igual daquela vez — Luísa disse, tendo noção ao que Marília se referia.
— Ué, a noite — Maiara foi interrompida pela risada de Lauana.
— Vocês não irão dormir no mesmo quarto e, bem, fugir no meio da noite é complicado. A vovó acorda a noite inteira para ir ao banheiro e verifica os quartos.
—Mas dessa vez fingiremos ir ao shopping para ir à um motel — Maraisa disse sorrindo.
— Vovó adora compras, vai querer ir junto — Lauana disse e Marília riu.
— Melhor para mim e Maiara, porque aí a casa fica livre para nós.
— O vovô odeia compras. Ele não sairá de lá — Lauana disse, rindo do desespero estampado no rosto de Maiara.
— Marília Mendonça, eu não vou ficar doze dias sem transar com você nem fodendo — Maiara disse solenemente.
— Literalmente "nem fodendo" mesmo — Lauana zombou.
— A gente vai dar um jeito, tudo bem? Só não descobri qual ainda.
— Amor, eu acostumei a dormir sentindo seu cheirinho. — Maiara disse fazendo um biquinho adorável. — Como vou fazer?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Destino Incerto | Mailila
FanfictionMarília Dias Mendonça é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmãs ad...