(21) Cardiomiopatia Takotusubo

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"Você pode morrer de coração partido – é um fato científico – e meu coração está partido desde o primeiro dia em que nos conhecemos. Posso sentir agora, uma dor profunda atrás das costelas, como acontece toda vez que estamos juntos, batendo um ritmo desesperado: Me ame. Me ame. Me ame."

-Abby McDonald, Superando Garrett Delaney

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— Então? — Ele disparou e ela estremeceu.

— Eu... eu... — O que ela deveria dizer? O que havia para dizer depois disso?

— Você.. Você... — Zombando. — O que?

Ele só está fazendo isso porque está ferido.

Ela o machucou.

Seu ômega estava soluçando, implorando para que ela consertasse. Ela mal conseguia respirar o suficiente para pronunciar as palavras. Suas panturrilhas tremiam por se equilibrar na ponta dos pés.

Seu nó estava esticado dentro dela, ainda pulsando. Seu peito vermelho e expandido pela força de seu orgasmo e pela raiva que borbulhava em sua garganta.

— Eu... — Seus olhos percorreram a sala.

Sua mão subiu para agarrar seu queixo trêmulo, segurando seu rosto em direção ao dele.

Aqui estavam eles. Finalmente cara a cara. Finalmente conectados, amarrados. Sua marca nela. Só que não foi assim que ela imaginou.

Em vez de acariciá-la e sussurrar palavras de amor e devoção, tremendo após o vínculo compartilhado, ele ficou sentado tremendo de pura raiva. Em vez de suas mãos acariciarem a marca em seu pescoço, sua marca, elas se fecharam em punhos ao seu lado.

Seu seio estava sujo de sangue, o ferimento era tão profundo que ela podia ver o amarelo da gordura e do tecido sob o vermelho seco.

Seus lábios estavam puxados para trás em um sorriso de escárnio. Quando foi a última vez que ele olhou para ela daquele jeito? Como se ela não fosse nada?

Onde estava seu Draco? Ela só viu Malfoy.

— Desembucha. — Ele cuspiu e ela se encolheu novamente.

— Eu tive que... eu tive que... Ele ia me tirar de você, Draco, eu tive que...

— Quem? Quem iria levar você embora?

— E- ele! — Ela agitou os braços e Draco a estendeu para firmá-la em seu colo.

Ela sibilou quando ele tocou os hematomas que deixou em seus quadris. Ele recuou imediatamente. Como se só então ele percebesse que a havia tocado.

— Quem é ele? — Ele perguntou com os dentes cerrados.

E então ela contou a ele. Contou tudo a ele.

Ele e Blaise na biblioteca.

O jantar.

O envelope vermelho.

Finalmente, quando ela lhe contou sobre o dinheiro, sobre a instituição de caridade, sobre seu plano de sair dessa; ela soluçou.

Seu corpo tremia e gaguejava. Antes, antes disso, quando ela precisava chorar, Draco a embalava. Aconchegava os cobertores bem apertados em volta deles. Esfregava o polegar em sua testa e têmpora.

Mas não havia Draco aqui. Apenas Malfoy.

Ela queria estender a palma da mão e tocar o peito dele, esfregar círculos suaves sobre os pelos finos que separavam os músculos. Enfiar os cobertores bem apertados em volta deles. Passar o polegar na testa e na têmpora dele.

Cherry Mint | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora