Cherry Mint | Dramione

(13) Orgulho cego

— Prometa que vai escrever para mim.

As terras altas da Escócia já estavam cobertas de neve quando chegou meados de dezembro. O ar estava fresco e implacável. Daphne e Harry cederam a contragosto o local de encontro do campo em troca de um espaçoso armário de vassouras para suas "reuniões", onde voltavam ainda com as bochechas rosadas e os lábios inchados como se tivessem se aventurado na neve.

Dias depois do furo audível de Hermione na biblioteca, ela manteve o queixo erguido e as esperanças baixas quando se tratava de Draco Malfoy. Ela não o encontrava mais na biblioteca. Não havia mais longas caminhadas sozinha até seu corredor.

Ele se aproximou dela no Salão Principal depois de dois dias de espera. Ele foi recebido com um sorriso amigável de Harry e dois olhares de Hermione e Ron.

Ela não teve a decência de avisá-lo que não se encontrariam mais. Quando ele disse isso, ela negou as acusações.

"Acredito que só deveria lhe contar quando fosse para a biblioteca, não se não fosse."

A expressão em seus olhos era de mágoa, tão estranha de se ver nas luzes de sua íris. Embora assim que chegou lá, desapareceu. Substituído por um cinza metálico e voltou para sua respectiva mesa, com sua própria carranca no lugar.

Ela não o tinha visto desde então e, para ser honesta, sentia falta dele. Nas aulas que compartilhavam, ela propositalmente tomava goles gananciosos de ar que continha o cheiro dele. Certa vez, ele deixou sua capa de poções pendurada no banco. Hermione fez as malas lentamente até o resto da turma sair, então enfiou a peça de roupa "perdida" em sua mochila.

Ela dormiu com ela todas as noites desde então. Isso deixou seu coração firme e seus sonhos agradáveis. Quão patético era ela confiar tanto em seu cheiro.

Em DCAT, Nico Paley, um alfa da Lufa-Lufa, ocupou o lugar vago ao lado dela. Hermione inicialmente entrou em pânico por estar tão perto de um alfa que não era, bem... seu alfa.

Malfoy não é seu alfa, ela lembrou a si mesma, ele nem gosta de você.

Mas então ela captou o olhar frio e cinzento que ele tentou mascarar com o canto do olho. Nervoso. Possessivo. Ela estremeceu com o olhar.

Bem feito.

Paley era um cavalheiro perfeito. Todos os livros sobre biologia ômega que ela leu sugeriam o fato de que ela não seria capaz de se conter perto de outros alfas enquanto estivesse solteira.

Quando Paley se colocou tão perto, ela não ficou tão enojada com o cheiro dele como estava com o de Dante, mas não encontrou nenhuma outra resposta corporal além de uma apreciação olfativa.

Foi porque ela era forte ou porque já havia escolhido um alfa?

Hermione riu de algo que Paley disse e olhou de relance para o loiro com frequência, sua mandíbula estava cerrada dolorosamente e os nós dos dedos estavam brancos em volta da pena. Em uma ocasião específica, Draco chegou atrasado à História da Magia. Ele estava bufando quando irrompeu pela porta. A maneira como seu peito subia e descia a cada respiração, o desgrenhado de seu cabelo, o tom rosado de seu rosto faziam a boceta de Hermione pulsar. Era exatamente como ela imaginou que ele ficaria em cima dela enquanto a fodia.

O resto da turma já estava sentado. Com os lábios franzidos, o professor Binns o instruiu a ocupar o lugar vago ao lado de Hermione.

Eles não falaram, mas várias vezes Draco se pegou inclinando-se para o calor da bruxa à sua esquerda. Mais tarde, ele deu uma punheta bastante insatisfatória no chuveiro ao ver a imagem das coxas bronzeadas dela cruzando e descruzando ao lado dele.