(19) Conversas com café

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Eles não tinham encontros regulares como Daphne e Harry faziam.

Não havia viagens a Hogsmead ou piqueniques em campo.

Havia, em vez disso, bibliotecas à luz de velas, com risadas suaves e sussurros de afeto. Em vez disso, havia arranhões de pés sob a mesa e dedos se juntando enquanto pegavam o mesmo livro.

Apesar de toda a sua imaturidade, parecia muito imaturo chamar Draco de namorado. Ele era muito mais. Ele era o bater de cílios após o fechamento da biblioteca quando ele estava sucumbindo ao sono, mas não suportava deixá-la. Ele segurava sua cintura com força enquanto a guiava pelos corredores silenciosos. Ele dava beijos silenciosos para não acordar as pinturas e calava-se quando empurrava de forma brincalhona a carne macia de sua coxa com as pontas dos dedos. Ele ficava no corredor depois que ela passava pelo retrato, só para dar mais uma olhada.

Daphne e Harry eram um amor simples. Beijos roubados entre as aulas. Cervejas amanteigadas nos finais de semana. Fácil e elegante e com todas as respostas apresentadas para você.

Depois de Voldemort, foi o tipo de amor que Hermione sentiu que teria. Talvez com Ron. Ela seria capaz de cometer erros, grandes erros. Ter rompimentos e rebotes complicados e aprender o que ela queria de um parceiro. Canecas de sorvete e fotos queimando e perdendo a virgindade em uma cama macia depois de uma noite romântica, lábios doces de vinho e chocolate. Desastrado, bagunçado e cheio de erros. Ela tem apenas 19 anos.

Draco não era isso. Ele era melhor. Ele colocava os pés em um sofá novo, sem se assustar se ele ficasse estragado, se fosse confortável e você estivesse feliz.

E ela desejou tê-lo conhecido mais tarde. Depois dos erros bagunçados e desastrados. Depois de rompimentos e reencontros e de aprender o que ela queria em um parceiro. Então, no mínimo, a imaturidade do relacionamento dela não o afetaria.

Ela seria a mulher certa para ele, então. Ela seria mais velha, mais sábia. Ela não se atiraria na primeira carta que passasse por suas mãos para se livrar dele. Ela não se esgueiraria por trás das estantes de livros e ouviria conversas que não entendia.

Ela seria mais velha. Mais sábia.

Mas não era assim agora. Ela estava sendo bagunceira. Cometendo erros. E isso ia lhe custar, para sempre. Seu Draco. Seu alfa.

Minha querida Hermione,

Espero que esta carta a encontre bem. Sinto muito por não termos nos encontrado ainda. Minha agenda, no momento, me impediu de fazer visitas fora do país. Por causa de sua escolaridade, não posso pedir que saia para me encontrar aqui, em uma terra tão desconhecida. Não poderei visitá-la nos próximos tempos, mas tenho uma reunião de negócios no início de março em Londres e farei uma parada na Escócia para encontrá-la.

Enviarei outra coruja em fevereiro com mais informações sobre minha viagem. Só faltam mais dois cios. Espero que você esteja passando bem por eles, por não ter sido marcada.

Tudo de bom para você,

Delphinus Harrison

Mais dois cios. Janeiro, que faltava apenas alguns dias. E fevereiro. Dois meses. Dois meses para convencer Draco a marcá-la.

Ela esfregou as têmporas latejantes.

— Quer um chá para essa dor de cabeça?—

Ela deu a Harry um sorriso tímido. Ela deveria estar ajudando-o com uma redação avançada de DCAT, mas sua mente estava vagando cada vez mais longe de onde eles estavam na sala comunal da Grifinória.

— Não, mas eu mataria por uma xícara de café.

— Vou pegar minha capa.

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Cherry Mint | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora