Cherry Mint | Dramione

(25) Eu também

Foi um acordo tácito de que eles não falariam nada sobre a inevitabilidade do fim. De sair de seus aposentos pela última vez.

Eles ignoraram o relógio na parede e lá estava o sol no céu e onde a sombra deles estava projetada no chão.

Deixaram as horas passarem naturalmente, com beijos demorados e carícias suaves na palma da mão.

Quando suas crises do cio abalavam seus membros, ele fazia amor com ela lentamente. Profundamente. E ela deixou a tensão do cio aumentar insuportavelmente porque sabia que eles só tinham alguns desses momentos juntos.

Agora era sábado e seu cio havia diminuído pela manhã, embora eles tenham optado por ficar juntos na cama compartilhada pela última vez. Por mais uma noite.

Seu nó estava firmemente preso nela enquanto eles se encaravam na cama, uma perna preguiçosa pendurada sobre seus quadris estreitos e afiados.

Os lábios de Draco se contraíram quando ele sentiu as unhas dela roçarem uma área sensível de suas costas, fazendo seu nó pulsar e Hermione sibilar.

Seu rosto se abateu quando seu alfa lembrou-lhe que, amanhã, haveria outra pessoa em seu lugar. Amando-a, cuidando dela, protegendo-a, fazendo amor com ela.

Ele engoliu em seco.

Certa vez ele pensou em Hermione carregando seu filho. Sua barriga era redonda e esticada o suficiente para que ele pudesse ver os pequenos movimentos de seu bebê. O bebê deles. Com cabelos loiros, cachos selvagens e olhos cor de mel.

E agora esse quadro havia mudado. Ele pensou em encontrar Hermione durante uma visita ao Reino Unido para visitar amigos - será que ela voltaria para visitá-los? Seu coração disparou... e ao vê-la em uma livraria com uma mão sobre a barriga e outra equilibrando a lombada de um livro.

Ele pensou nela com uma cicatriz branca e curada no pescoço formando um círculo perfeito.

Ele pensou em um homem sem rosto vindo atrás dela para colocar as próprias mãos sobre a colisão – a coisa que eles haviam criado.

Ela sorria para ele através daqueles cílios grossos e provavelmente discursava sobre tudo o que o livro dizia que ela achava fascinante. Como ela fez na mesa da biblioteca.

O homem sem rosto acenaria educadamente com a cabeça, mas estaria tão interessado quanto ela? Será que ele apreciaria a maneira como os olhos dela se iluminaram e o cabelo brilhou de curiosidade?

Por mais que doesse, e doía, Draco esperava que sim. Por Hermione.

E Draco não teria escolha senão dar as costas à livraria e tentar esquecê-la novamente.

— Pare de pensar nisso. — Uma pequena voz sussurrou para ele e pontas macias de três dedos acariciaram sua bochecha.

— Só estou pensando em como sentirei falta de ver você nua com tanta frequência.

Ela deu-lhe um sorriso que não chegava a alcançar seus olhos. — Idiota.

Eles ficaram sentados por um momento em silêncio.

— Eu não quero dormir. — Ele se ouviu confessar.

Hermione chupou a bochecha e tentou afastar a queimação em seus olhos.

— Não estou pronto para acordar e você não estar lá.

Uma única lágrima rolou por sua bochecha e ela rapidamente a lambeu quando caiu em sua boca. — Você quer que eu espere por você?

Sim, ele queria dizer, não vá embora sem se despedir.

— Eu... você deveria fazer o que for mais fácil para você.