The Boss and The Gloss

TWENTY TWO

- Ana, você tá se precipitando - meu chefe diz com pressa - Por que tudo isso? Por que acabar o que temos por uma bobeira? - diz sem se importar, aquilo tinha sido a gota d'água

- Não é bobeira quando se trata de sentimentos, Sr styles - o olho profundamente o intimidando - E o que temos é só sexo - digo sem sentimentos, e sinto seu olhar murchar

- É claro, só sexo - se afasta - Então já que você quer assim, por mim tudo bem - ele penteia os cabelos com suas rápidas mãos

- Galinha azul - digo a palavra chave e ele me olha sem entender - Tudo de volta ao normal, nunca nos beijamos, nunca transamos, nunca fizemos nada além de uma relação saudável entre chefe e funcionária - digo pra ele, mas dizia também a mim mesma, passar uma borracha em tudo era no mínimo a coisa mais estranha que já fiz em toda vida, se meus pais estivessem aqui, provavelmente estariam decepcionados.

- Está cometendo um grande erro - ele me olha e o vejo contrair a mandíbula - Mas este foi o trato, e gosto de cumprir o que foi dito - ele continua a me olhar, e seu olhar era mais frio que nunca antes

- Acho que pela primeira vez na vida estou tomando uma atitude digna, isso tudo foi um grande erro, o qual nunca mais se repetirá - digo firme, mas minha voz estava sim embargada, não liguei pra isso, eu estava realmente magoada, eu estava triste, e não vi problema em demonstrar, ele anda em passos lentos até sua mesa, senta-se, e como se eu não estivesse ali, ele volta a fazer o que fazia antes. Eu fui uma burra!

O dia passa vagarosamente, como o inferno estava o clima dentro daquele escritório, ele não dirigiu se quer uma palavra a mim, ele não me olhou, era como se eu não existisse, e não sei dizer se isso foi bom ou se foi angustiante, bem, talvez um pouco dos dois. O horário de almoço eu preferi ficar terminando os meus assuntos, embora Nate insistisse pra que pudéssemos almoçar juntos, não queria por hipótese alguma tocar em certos tipos de assuntos, era como se meus sentimentos estivessem todos em confronto, eu realmente não sabia o que estava sentindo, era um mix horrível de emoções, e ao final do dia eu queria apenas tomar um longo banho e dormir.

Já em casa ouço meu celular tocar no balcão da cozinha vejo o nome de Nate no visor, não estava no clima pra conversa, apenas ignoro sua ligação e desligo meu celular, eu quero paz, e vou em busca dela, eram 20:35 saio do meu apartamento em direção onde eu sabia que encontraria alguma espécie de conforto, meus passos são rápidos, fazia pouco frio, mas sentia meu rosto arder pelo vento, minha cabeça estava a mil, preciso afastar estes pensamentos que me dominam, como eu pude um dia pensar que isso daria certo? Mas claro que eu mesma me iludi com isso. Ouço meu nome num carro que passara ao meu lado, olho de relance, vi o mesmo saindo do carro, agora sem o terno, nada formal, muito pelo contrário, agora, com um moletom branco com uma calça jeans clara.

- A não ser algo que deixei de entregar, não temos nada falar - continuo andando

- Só preciso que escute o meu lado - olho para trás parando

- Por que é tão importante pra você que eu escute seu lado? Eu não quero mesmo saber, já sei o suficiente pra me manter longe - o vento ia contra meus cabelos e favor dos dele, o que o deixava lindo, mas naquele momento não importava o quão era atraída.

- Os dois lados importam, Ana - se aproxima - me deixe falar, depois de me escutar, faça o que bem entender com a informação, mas peço que me escute antes - seu carro está logo atrás e ele olha pra o mesmo.

- Que fique bem claro, Sr. Styles, que isso nunca mais irá acontecer - seu olhar parece confuso - isso - digo fazendo gestos com as mãos apontando pra mim e para ele simultaneamente, ele não demonstra reação, apenas entro em seu carro, indo pra lá Deus sabe onde, ouvir a versão dele. Seja lá qual for a história, a ruptura entre mim e ele foi a coisa mais digna que fiz na vida, isso não voltará a acontecer, ele é zona proibida pra mim, assim como eu sou pra ele, isto está definitivamente acabado.