1001 Defeitos Para Yang Jeongin [SeungIn - Stray Kids]

💌❦ - 05

[P.O.V Autora]

Seungmin esperou Jeongin ir embora da escola para enfim seguir seu caminho habitual para casa. Sua mente tentava ignorar o estranho acontecimento de poucos minutos atrás, mas era impossível não se lembrar do quão entranho o Yang agiu quando pediu para acompanha-lo até sua casa. Poderia ser só um pequeno constrangimento? Claro que poderia, porém o próprio Jeongin havia dito que estava com um problema em casa. E se ele estivesse passando por dificuldades emocionais ou financeiras em casa? Se a questão fosse dinheiro, o Kim não poderia ajudar, afinal, sua mesada era pouca, duvidava que ajudaria em algo. Agora, se ele estivesse com algum problema interno, poderia ao menos servir de ouvinte, ajudar em algo, das conselhos... No entanto, não poderia chegar nele e simplesmente perguntar o que acontecia, teria que esperar o mais novo desejar falar consigo.

Espantando seus pensamentos, Seungmin mandou uma mensagem em seu grupo de amigos, composto por Minho, Felix e Hyunjin, perguntando se eles gostariam de tomar um chá de bolhas com ele, e quem sabe assim o  Kim pudesse desabafar um pouco. Minho respondeu rápido, avisando que estava com Jisung e já tinha planos para o resto da tarde, já o casal... Bom, sem se quer visualizaram, Seungmin sabia bem do motivo, em todo caso, preferia se fingir de idiota e pensar que eles apenas tinham deixado o celular descarregar... Os dois celulares, que curiosamente, deveriam estar largados juntos em algum lugar enquanto seus donos ocupavam o tempo com outras coisas.

Seungmin acabou indo sozinho para o café mais próximo, e diga-se de passagem, sua cafeteria favorita. O local era o clássico neko-kafe, mais conhecido como o café de gatos, popular no Japão, porém muito presente na Coreia do Sul, especialmente nos centros. O Kim foi ao local ainda com a carta de Jeongin em seu bolso, pronto para ler ela tomando seu líquido gelado. Ao chegar no estabelecimento, cumprimentou os atendentes já conhecidos e se sentou em uma mesa perto da janela para poder observar a movimentação lá fora. Acabou pedindo o de sempre: Chá de pêssego com bubbles de blueberry e um pedaço de torta de morango. Talvez uma mistura muito doce? É claro, porém nada melhor para acalmar os nervos do que uma boa dose de açúcar, pelo menos na cabeça de Seungmin as coisas funcionavam assim.

Uma garçonete simpática de cabelo negro e mechas azuis veio lhe trazer o chá e a torta, se curvando ao sair e voltando à conversar com a balconista do local. O Kim não demorou à começar à se deliciar com os doces, o aroma suave de pêssego invadindo suas narinas e trazendo calmaria, as bubbles estourando em sua pouco causavam uma certa diversão ao garoto, e o sabor da torta de morango era incomparável, não era à toa que Seungmin vinha nesta cafeteria pelo menos uma vez por semana. Aproveitando que o local estava vazio e silencioso, o garoto puxou a carta de Jeongin em seu bolso e começou à lê-lo animado pelas palavras do menor.

Para o meu Minnie:
Você é um fofo, sabia? Eu te juro, eu chorei lendo suas palavras, há tempos não ouvia alguém dizer palavras tão boas sobre mim, você simplesmente me deixou todo bobo de amores.
Não, eu não vou dizer isto frente à frente, você me conhece, sou muito tímido, então fique com minha letra escrita, você é também muito lindo Kim Seungmin! Fala sério, olhe só para você! Seus olhos são fofos demais, são seu charme sem dúvida, seu sorriso, tão raro, nem se fala (Por favor, sorria mais Minnie! É tão lindo! Pare de esconder ele com suas mãos!) É areia demais para meu caminhãozinho, e ai vamos para o segundo defeito.
2° Defeito: De tanto que ouvi por ai, acho que sou imaturo demais para ter outro relacionamento, eu tenho tanto medo de não ser bom o suficiente para você, de não atingir suas expectativas, de acabar te machucando... Eu quero tanto estar com você, mas temo acabar quebrando o seu coração de ouro.
Querendo ser seu, mas ainda não de fato, Yang Jeongin ♥️

Seungmin ficou no mínimo intrigado com o segundo defeito, e se pôs à escrever uma carta na folha de seu fichário às pressas, com as primeiras coisas que surgiam em sua mente. O garoto passou bons minutos escrevendo a carta enquanto acaricava um dos gatos manhosos do local, até finalmente terminar sua refeição, pagando o quanto antes sua conta para ir para casa. Logo estaria muito tarde para andar pelas ruas, e isso não era exatamente seguro. Seungmin saiu do estabelecimento e seguiu seu caminho para casa. Ao que já estava quase em sua residência, o Kim avistou uma figura que lhe intrigou muito: Era Yang Jeongin, chegando aonde acreditava ser a casa do menor. O garoto mais velho ficou confuso, ele não tinha ido para casa aquela hora, logo depois de de despedirem? Curioso como era, Kim continuou seu caminho, agora mais devagar para ver Jeongin entrar em casa e ver se tinha algo de errado.

O jovem Yang nem teve tempo de abrir a fechadura da porta quando um homem alto e rechonchudo a abriu e encarou Jeongin por longos segundos. O homem falou algo com um rosto frio e impassível, até o momento que agarrou os cabelos de Jeongin e o puxou para dentro de casa. O coração de Seungmin começou à palpitar rápido, sua boca ficou seca e seu corpo congelou. Aquele deveria ser o pai do menor, o qual não parecia estar totalmente sóbrio quando puxou o garoto. O Kim temia o que ele poderia fazer, se poderia machucar o garoto ou algo pior, então, sem pensar muito nas consequências, correu até a casa de um andar só e se esgueirou até uma das janelas, iria ficar de olho por algum tempo.

─ Aonde estava, Yang Jeongin? ─ Perguntou o homem da voz grave sentando na mesa da cozinha, tendo o menor à mais ou menos dois metros de si. ─

─ Eu estava na escola, titio Yang. ─ Respondeu vacilando na voz, demonstrando seu medo do tio. ─

─ Mentiroso! Aonde você estava, caralho?! Não me faça repitir uma terceira vez!

─ Eu... Eu estava na casa do Chan-hyung... ─ Admitiu abaixando a cabeça, talvez esperando mais gritos ou um belo tapa. ─

─ Seu viadinho de merda! ─ Gritou o homem enquanto se levantava batendo forte na mesa, andando cambaleando até o menor, que se afastava com medo. ─ O que estava fazendo lá, hein? Estava dando para ele, não é vadia?!

─ N-Não! Eu não...

─ Cale a boca! ─ Desferiu um tapa ardido na bochecha do menor, Seungmin, que até então ouvia e via tudo quieto pela janela, se assustou e se pôs de pé, tomando cuidado para não ser visto. ─ Vá para o seu quarto antes que eu te quebre ao meio.

O Kim viu o garoto correr para o corredor da casa e se enfiar em seu quarto, o homem que antes gritava com ele se sentava novamente no sofá para assistir alguma coisa aleatória e beber mais de sua vodka. Seungmin se levantou e correu ao redor da casa, conferindo cada janela com cuidado até finalmente achar o quarto de Jeongin. O jovem se encontrava na cama, tão encolhido dentro das cobertas que quase não era possível notá-lo ali junto com a escuridão da noite que chegava, a cômoda estava na frente da porta, impedindo a entrada de alguém de fora. Se aproximando devagar da janela, o Kim conseguiu ouvir choramingos baixos, como se o Yang tentasse controlar eles para não ser ouvido. Seungmin bateu na janela e viu o mais novo seu levantar assustado, encarando ele como se fosse apenas um sonho. Jeongin se levantou da cama rapidamente e foi até a janela, a abrindo com delicadeza para não emitir sons altos.

─ Seungminnie? O que está fazendo aqui?! Não pode ficar aqui! Se ele te ver, vai machucar não só à mim, como você também! Vá embora! ─ Disse desesperado, colocando ambas as mãos no peito deste e tentando empurrar ele, falhando pela falta de força no momento. ─

─ É isso que não estava me contando, Innie? Que você sofria este tipo de abuso em casa? Que era machucado? ─ O Kim segurou as mãos grandes do menor e as afastou minimamente somente para entrar no quarto deste. Jeongin apenas conseguiu encara-lo com os olhos vermelhos pelo choro. ─ Porque, Jeongin?

─ Eu não... Eu não queria que você se preocupasse, eu não queria que ninguém se preocupasse comigo. ─ Respondeu choroso, respirando com dificuldade e se agarrando ao maior, o abraçando com força. ─ Ninguém precisa se preocupar comigo, eu posso lidar com isso...

─ Não, você não pode, Yang Jeongin. Aonde já se viu ter que aguentar isso? ─ Seungmin questionou já cheio de lágrimas nos olhos. ─ Isso não é vida! Viver com medo, com dor... Desde quando sofre essa violência? ─ O Yang ficou calado, se separando do abraço para encarar o maior, este que tocou seu rosto com a palma da mão e acariciou a bochecha molhada de lágrimas. ─ Innie, por favor, à quanto tempo?

─ À mais de quatro anos...

Continua...
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