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AVISO!!!: O CAPÍTULO À SEGUIR PODE CONTER GATILHOS EM RELAÇÃO À ABUSO SEXUAL, SE VOCÊ É SENSÍVEL À ESTES TEMAS, SUGIRO QUE NÃO LEIA.

[P.O.V Autora]

As aulas daquele dia passaram como um furacão, tão rápidas que logo o mais novo grupo de amigos um tanto quanto estranho já estava de saída, tendo um Jeongin todo animado pulando sem parar á frente deles depois de ter recebido a informação que sua tia estava vindo o buscar pessoalmente. Sua animação não era para menos, fazia muito tempo que não via a tia que o criou como uma mãe, ela fazia uma enorme falta na sua vida e agora finalmente iria se reencontrar com ela. O grupo de amigos andava atrás do rapaz ansioso, conversando normalmente até verem o Yang correr mais rápido ainda até o portão do colégio: Sua tia Hyunseo tinha chegado. 

─ Titia! ─ Jeongin exclamou, correndo para os braços da mais velha. ─ 

─ Meu anjinho, quanto tempo! Como você cresceu, querido. ─ Disse Hyunseo cheia de lágrimas nos olhos. ─ Perdi tanto do seu crescimento, já é um rapaz! Como você está? Aquele homem te machucou?

─ Eu estou melhor, Seungmin me ajudou muito...

─ E quem é este anjo á quem devo muitos agradecimentos? 

─ É meu, ainda não oficial, namorado. ─ Vindo mais atrás, estava o último citado. O Kim tinha as bochechas vermelhas pela vergonha o consumindo pelo adjetivo usado para si, sendo um pouco zoado pelo seu grande amigo Minho. ─ 

─ Olá. ─ Seungmin cumprimentou a mais velha com um sorriso tímido. ─ 

─ Olá querido. ─ Hyunseo abraçou com força o rapaz envergonhado. ─ Obrigada por cuidar do meu sobrinho enquanto eu não estava por aqui, tenho certeza que você fez muito bem para ele.

─ Eu tentei cuidar dele da melhor forma, senhora. ─ O jovem tentou achar uma saída para a situação vergonhosa, procurando seus amigos para ajudar em algo, porém estes já estavam bem longe dali. ─ 

─ Não tendo duvidas, Jeongin falou um pouco sobre você por mensagem... Se me permite dizer, ele usou as seguintes palavras: "Um homem para casar".

─ Err, tia acho que a senhora deve estar bem cansada da viagem, não é? Já está em algum hotel? ─ Jeongin tentou desviar do assunto, recebendo um sorrisinho de Seungmin. ─ 

─ Ainda vamos terminar essa conversa, Seungmin. ─ A Yang piscou para o Kim antes de voltar á falar com os dois. ─ Eu já estou em um hotel querido, inclusive, queria conversar com os seus pais Seung, tanto para agradecer eles, quanto para pedir para irem na delegacia comigo e Jeongin, pretendo denunciar meu irmão Junseo hoje. 

─ Ah claro, eles devem voltar mais cedo do trabalho hoje, tenho certeza que vão amar receber a senhora!

─ Perfeito! Querem uma carona até a casa dos pais do Seungmin? ─ Questionou sorridente, queria conversar um pouco mais com aquele possível novo membro da família. ─

─ Com certeza.

Hyunseo afirmou que seu carro estava ali perto, e logo foram andando até lá. Mesmo com o curto caminho, a tia Yang ainda conseguiu fazer perguntas o suficiente para deixar Seungmin e Jeongin envergonhados, respondendo algumas delas e desviando de outras completamente constrangedoras. Dada a partida no carro, não demorou muito para que já estivessem chegando na casa do Kim, afinal, indo de carro, o caminho ficava bem mais rápido do que à pé. Após uma seção de perguntas diversas, os rapazes ficaram quietos o resto do caminho, tendo apenas as mãos unidas no banco e alguns breves olhares que diziam "Hey, eu estou aqui para tudo que precisar".

As coisas com certeza iriam ficar bem tensas pelo resto do dia.

[•••]

─ Mãe, pai, está é a senhorita Hyunseo, tia do Jeongin.

─ Ah, é um prazer conhecer você! ─ A senhora Kim exclamou, abrindo espaço para a outra mulher entrar. ─ Jeongin falou bem de você, Hyunseo, estávamos ansiosos para conhecê-la e resolvermos está situação ruim que aconteceu.

─ É um prazer conhecer vocês também, eu adoraria conversar com calma com vocês sobre este assunto, mas tenho que relevar algumas coisas... Um pouco mais complicadas. ─ Hyunseo encarou os dois rapazes no canto da sala, como se fosse um aviso para o senhor e a senhora Kim. ─

─ Meninos, vocês gostariam de aguardar lá em cima até terminarmos a conversa?

─ Com todo respeito, eu gostaria de ouvir o que minha tia tem a dizer, se é algo relacionado ao Junseo, eu quero saber, por favor. ─ Disse Jeongin um pouco ansioso por aquela conversa. ─

─ Se possível, também gostaria de ficar aqui, mãe.

─ Senhorita Yang, acha que eles poderiam ficar aqui? ─ O senhor Kim questiono, também preocupado com eles. ─

─ Creio que podem, mas estejam cientes que vão ouvir coisas desagradáveis.

─ Estamos cientes.

A mãe de Seungmin pediu que todos se acomodassem melhor pela sala, procurando pela cozinha alguns petiscos para beliscarem antes do almoço que ela já estava preparando antes, e pegou um chá de maracujá feito à pouco, aquela era uma das especialidades da mulher, um chá inigualável e saboroso como nenhum outro. Hyunseo parecia tensa, e isto preocupou o sobrinho é claro, sabia que seu tio era um completo babaca, mas havia algo que ela não queria que ele ouvisse, e temia saber o motivo disto.

─ Quando se sentir confortável, Hyunseo, pode começar. ─ Disse docilmente a senhora Kim, sorridendo minimamente para a última citada. ─

─ Bem, tudo começou bem antes de se quer Jeongin nascer. ─ Iniciou limpando a garganta em seguida. ─ Junseo nunca foi alguém de juízo perfeito, nem estável. Quando éramos pequenos, ele tinha a estranha mania de encarar outras crianças se machucando, era como se sentisse prazer na dor delas, e com o passar dos anos, passou à sentir prazer infringindo dor à elas. Eu e a mãe de Jeongin sempre nos mantivemos um passo de distância dele, sempre atentas à suas atitudes estranhas, mas nunca havia feito nada conosco, até nossa adolescência.

"Quando ficamos mais velhos, ele começou à ter uma compulsão por bebidas. Ele voltava bêbado quase todos os dias, talvez por influência dos seus amigos ou por influência do nosso pai, que nunca ligou muito para isso, igual nossa mãe, que achava que eram coisas normais de adolescente. Depois de algum tempo, ele começou à ir quase todas as noites para o meu quarto e de minha irmã, e tocar na gente sem nossa permissão. É claro, começamos à resistir à isso, achávamos que o problema estaria resolvido assim, mas ele arranjou outra forma de nos usar... Passou à nos drogar antes de dormir, tudo que a gente se lembrava era de alguns momentos da noite anterior, junto com dores peculiares pelo corpo e tons arroxeados pela nossa pele em lugares muito específicos. Nós nunca tivemos coragem de contar para nossos pais, e vivemos por muito tempo assim, até sairmos de casa para termos nossa vida. Porém, eu acabei perdendo meu emprego e precisando morar de novo com o Junseo, mesmo não querendo, era o único lugar que eu iria achar por hora.

Quando a mãe de Jeongin morreu, eu não queria que ele tivesse contato com Junseo, mas infelizmente ele acabou vindo para nós e tive que tentar controlar Junseo. Eu fui tão ingênua, pensei que ele tinha mudado, havia parado de beber parcialmente e nunca mais me tocou, até tentou se redimir, eu, como uma irmã amorosa, dei uma chance à ele. Tudo seguiu bem por anos, e quando tive a oportunidade de ir para o Japão, quis ir, mas não poderia arrancar Jeongin de seu país natal tão jovem, e cometi o erro de deixá-lo lá, deveria ter ao menos ficado..."

─ E é por isso que eu te perguntou, Jeongin. ─ Hyunseo se virou para o sobrinho cheia de lágrimas nos olhos. ─ Você sabe se já acordou estranho ou com marcas pelo corpo?

Continua...
É boy de mal à pior.
Kissus, até (talvez) segunda que vêm.

1001 Defeitos Para Yang Jeongin [SeungIn - Stray Kids]Onde histórias criam vida. Descubra agora