1001 Defeitos Para Yang Jeongin [SeungIn - Stray Kids]

💌❦ - 11

AVISO!!!: O CAPÍTULO À SEGUIR PODE CONTER GATILHOS EM RELAÇÃO À ABUSO SEXUAL, SE VOCÊ É SENSÍVEL À ESTES TEMAS, SUGIRO QUE NÃO LEIA.

[P.O.V Autora]

O mundo de Jeongin pareceu desabar diante de seus olhos. Ouvir toda aquela história sobre os acontecimentos com sua tia e sua mãe desencadeou uma serie de lembranças passadas... Se lembrou dos dias que seu tio preparava uma "Comida Especial" e no outro dia ele acordava estranho, com marcas ainda mais esquisitas pelo seu corpo, e mesmo que na época seu tio já o agredisse diariamente pela sua sexualidade, aquelas marcas não condiziam com os locais que ele lhe batia enquanto acordado, e mesmo assim, ele acreditava estar tudo 'normal'. Alguns rápidos momentos passaram pela sua cabeça, como fleches de luz rápidos o suficiente para ele apenas conseguir notar o rosto de seu tio Junseo, enquanto ele tocava descaradamente seu corpo durante a noite...

─ Eu não estou me sentindo bem. ─ Foi a última coisa que o Yang disse antes de correr para o banheiro completamente enjoado. ─

Jeongin colocou todo o conteúdo de sua última refeição para fora, com seu estômago revirando toda vez que uma nova memória aparecia para si. Ele queria vomitar toda a droga que um dia Junseo usou para dopar ele, queria arrancar sua pele manchada dos toques sujos daquele homem, queria que apagassem tudo que sua mente insistia em o fazer lembrar. Quando já não havia mais o que ser liberado pelo seu esôfago, o Yang se permitiu cair no choro constante, ele pensava já ter sofrido o suficiente com às agressões físicas, mas ao se lembrar das agressões sexuais, temia que algo mais estivesse para ser revelado, e se tivesse, ele não aguentaria.

Assim que o mais novo correu para fora do cômodo, Seungmin foi atrás dele poucos minutos depois, queria dar um espaço à ele, mas assim que ouviu os resmungos de choro vindos do banheiro, correu até lá sem pensar duas vezes. O Kim encontrou o garoto que amava jogado no chão, as costas encostadas na parede fria e a cabeça enfiada entre os joelhos enquanto tremia ao chorar. Seungmin se ajoelhou na frente do menor e tomou cuidado ao tocar duas mãos, tinha medo de assustar ele ou o afastar mais de si.

─ Innie... ─ Chamou, vendo que ele não se afastou dele, tomou liberdade e entrelaçar seus dedos. ─

─ Ele me tocou, Seung, tocou meu corpo. ─ Disse em meio ao choro, tomando coragem de encarar o mais velho com os olhos totalmente brilhantes e cheios de lágrimas. ─ Ele fez coisas comigo que eu não queria, será que eu dei à entender que queria algo...? Mas eu não queria aquilo em momento algum, Minnie, eu juro pelo meu ser...

─ Eu sei que você não queria, meu anjo, todos nós sabemos que vocês não queria. Você não tem culpa por ele ser um velho nojento e tarado.

─ Mas Min, eu deveria ter tomado mais cuidado, usei shorts curtos demais, roupas que mostravam demais...

─ Jeongin, pelos céus, por favor não fale isso! ─ Pediu sentindo seus olhos molharem também ao ver o menor se culpar daquela forma. ─ Você não fez nada de errado, precisa entender que o problema estava nele. Innie, você é a vítima aqui, não o culpado, entendeu?

─ Entendi, Minnie. ─ Afirmou fungando baixo, entretanto, ainda se sentia sujo, era como se as mãos daquele homem estivessem tatuadas em seu corpo, como se fossem sujeiras permanentes.─

─ Posso te abraçar?

─ Por favor, eu só preciso disso agora.

Seungmin nada mais disse, abraçando o menor trêmulo, deixando este chorar no seu ombro o quanto precisasse. Na sala, a tia Hyunseo procurava segurar suas lágrimas, havia compreendido bem aquela reação de Jeongin, sabia que ela e sua irmã não haviam sido as últimas vítimas, talvez nem as primeiras, e se não parassem Junseo, Jeongin não seria a última vítima dele. Os pais do Kim não sabiam bem o que fazer, tentavam consolar a senhora Yang, ao mesmo tempo que estavam preocupados com o Yang menor, mal o conheciam e já tinham um carinho muito grande por ele, afinal, seu filho amava aquele garoto. Toda aquela situação era complicada demais para outros de fora tentarem interferir, o que poderiam fazer no momento era consolar a família Yang e ajudar à colocar aquele homem na cadeia.