Capítulo 10 - Demolition Lovers

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Helena, levantando uma parte do corpo de cada vez, finalmente ficou de pé. Trêmula, mas de pé. Só que, em vez de se juntar a Arthur como seria o esperado, voltou-se rapidamente para Julius Martinelli, para conferir se continuava a ser seguida. Infelizmente, a resposta era sim. Ao sentir os ferimentos por todo o corpo, alguns de combate e outros de espancamento, não calculava que estivesse em bom estado, a ponto de sua beleza convencer qualquer um dos inimigos. Ela teria que pensar em outra estratégia. Além disso, na última vez em que se encontraram, Arthur acreditava que havia sido traído por ela. Ainda assim, lidar com ele parecia menos terrível do que contar com a caridade do noivo, se é que poderia chamar alguém como ele desta maneira. Mal fez sua escolha, debulhou-se em cima do meio-vampiro, sem nenhuma compostura:

- Ajude-me! - soluçou, cravando as unhas em suas roupas.

Arthur, ao vê-la como um farrapo, não conseguiu esconder o susto. Mas a presença daquele homem atrás de Helena lhe causava confusão. Até onde ele sabia, Lee Rush e Martinelli eram noivos que se casariam. Foi o que eles anunciaram antes de se despedir dele, cúmplices e sorridentes, no último embate que eles tiveram. Agora, o noivo tinha na cara uma expressão sinistra e assassina, e a garota estava com tantos ferimentos quanto fios de cabelo – o que teria acontecido?

- Ele fez isto com você? – isso foi tudo o que Arthur Seingalt conseguiu dizer, diante de tão revoltante acontecimento.

Sem forças para responder, Helena desabou. Foi amparada por Julius Martinelli, que a agarrou com um sorriso no rosto, antes que Arthur pudesse pensar em fazê-lo.

- O que há, meu caro? A menina me pertence, como bem sabes. Nada fiz além de nosso nível natural de consentimento. Helena é incapaz de me resistir, a tal ponto que mesmo nesse incrível estado, acaba de me pertencer!

Arthur, boquiaberto, tentava entender o sentido por trás daquelas palavras perversas. Não conseguia encontrar em Helena o menor indício de alegria com a companhia daquele homem. Além disso, ela pedia ajuda, e parecia querer escapar dele.

- Ela estava fugindo do senhor – Arthur concluiu, rangendo os dentes de ira – Pediu minha ajuda!

Martinelli sorriu.

- Ah, criança! Tu não entendes nada das artimanhas das mulheres! Por acaso não sabes, e nem desconfias, de que ela o engana? Enganou desde o primeiro dia, e engana hoje! Uma vez recuperada, o apunhalará – é uma caçadora, o sangue sempre irá falar mais forte!

- Helena! - o jovem meio-vampiro estendeu a mão em direção à menina ferida, que foi um passo arrastada para trás.

- Não acredita, não é?

Martinelli, com um braço erguia Helena pelo tronco, enquanto a outra mão contornava as formas mimosas daquela ninfeta semimorta. Seus dedos maliciosos pararam a acariciar as auréolas pequenas e rosadas de seu busto infantil, agora manchado de sangue. Observando a expressão chocada do adversário, baixou mais um pouco a frente rasgada do vestido de Helena, expondo ainda mais seu seio desnudo.

- Este corpo me pertence, e é meu em todos os momentos que eu solicitar.

- Eu não admito que a toque desta maneira! Solte-a agora!

O caçador nada fez além de rir. Sabia que qualquer esforço empreendido pela fera para resgatar Helena poderia matá-la, e usava o medo que Arthur tinha de machucá-la para controlá-lo.

- Veja como o corpo dela reage a mim.

Martinelli percorria sua mão depravada pelas pernas da noiva. Parecia queria repetir na noiva o mesmo experimento que Arthur testemunhou Bertrand realizar em Angela. O meio-vampiro não queria acreditar que fosse isso, mas na última meia hora, seus olhos foram apresentados a muita perversidade de uma única vez. Ele não estava pronto para ver algo semelhante àquilo acontecer com Helena.

Vampires will never hurt youOnde histórias criam vida. Descubra agora