Capítulo 11 - I never told you what I do for a living

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CAPÍTULO 11 – I NEVER TOLD YOU WHAT I DO FOR A LIVING

Helena ponderou sobre o que seria melhor: aguentar quieta a investida de Martinelli ou empreender algum esforço em se soltar. Ao calcular que seu corpo não aguentaria uma nova onda de violência sexual, a jovem reuniu forças para empurrá-lo e desatou a tropeçar alguns passos, já que correr não era mais possível. Mas Martinelli logo a alcançou e, agarrando seus cabelos, cobriu-a de socos nas costas, cabeça e ombros. A agitação fez com que Helena se sentisse mais uma vez arranhada por alguma faca que havia escondido no vestido – ela literalmente as costurava nas roupas que vestia – e esse deux ex machina foi responsável por lhe garantir mais alguns segundos de afastamento: com a faca, Helena cortou o próprio cabelo que Martinelli agarrava e, quando ele tentou agarrar a manga do seu vestido, a própria fragilidade da renda garantiu sua soltura. Alguns metros a separavam dele, àquelas alturas.

- Sua vadia estúpida! Não vai fugir tão fácil assim de mim!

Sua ira dobrou quando, ao tentar estender a mão para apanhar a caçadora, Martinelli terminou com ela rasgada na palma pela faca com que a menina havia acabado de se armar. Em compensação, quando ele a alcançou, atacou-a com um violento chute nas costas que a derrubou de bruços no chão.

- Maldita! Agora você vai ver!

Helena mal teve tempo para levantar, e Martinelli já estava sobre ela.

- Agora, você me pertence! Não se atreva a resistir!

Mas ela tentou resistir, o que afinal não deu muito certo: batendo a frágil mão de Helena contra o chão de pedra duas vezes, ele rapidamente a desarmou.

- Está assustada, querida? - ele perguntou com um sarcasmo ferino e vitorioso.

Ela não respondeu; não sentir nenhuma faca ou outra arma inusitada qualquer espetando seu corpo era resposta o suficiente.

- Quem disse que você precisaria lutar contra mim? Eu te amava, e ainda te amo... quero dar a ti a mesma eternidade que será minha... Mas tu, ingrata, tu não te cansas de me trair! Veja isto! - ele expôs o corte de faca a ela, e em seguida a agrediu com aquela mesma mão, fazendo o rosto dela ficar totalmente manchado de sangue em uma das bochechas. Depois, como tomado por outra personalidade, continuou: - Apesar disso, mesmo com todos esses revezes, é uma maldição que eu não consiga me esquecer do teu corpo...! Oh, minha preciosa e adorada Helena! É verdade que a princípio eu brincava consigo, mas agora, diante da oportunidade de encarar um infinito prazo de existência, não cogito mais vivê-lo sem ti!

Ao contrário do que ele dizia, no entanto, suas mãos ganhavam o pescoço da garota, como que no intento de enforcá-la.

- Este pescoço tenro e branco... quisera eu mordê-lo e eliminá-la de uma vez para todo o sempre, até a última gota de sangue! Mas não posso fazê-lo, não sem morrer junto contigo! Aceito qualquer missão, dou fim a qualquer um, mas enfraqueço diante de ti. E, ainda que me mate de raiva, você continua sendo essa vadia que beija deliciosamente bem...!

Helena desviou-se de suas tentativas de beijá-la por alguns segundos, depois ele tomou seu rosto com brutalidade e forçou seus lábios nos dela, ganhando uma mordida como resposta. Martinelli rebateu a defesa dela com um soco que fez mais um corte no lábio inferior da garota, e fez reborbulhar a hemorragia que ela tinha no nariz. Ela rolou para o lado, para desentupir o nariz, é verdade, mas também para tentar se levantar. Ele pacientemente esperou que Helena escalasse as paredes e se apoiasse nelas até ganhar a sustentação máxima: pernas relativamente eretas e costas curvas, as mãos agarradas nas pedras irregulares que montavam aquele corredor escuro. Mais uma vez refazendo a postura, Martinelli encaixou sua cabeça no ombro de Helena e sussurrou, de maneira quase sedutora:

Vampires will never hurt youOnde histórias criam vida. Descubra agora