Abandonment Of Incapable || Malila

Flores?

Maraisa Pereira point of view

Algumas horas antes...

Eu estava dormindo tranquilamente, sentido as mãos possessivas de Marilia me envolvendo em seus braços. Não posso negar que senti falta disso. Não é a mesma coisa dormir sem ela, sem sentir os seus carinhos, sem sentir seu corpo junto ao meu.

Acordei um pouco antes do meu despertador tocar, pois Marilia não parava de se mexer ao meu lado. Virei pra ver o que tava acontecendo e não sei se isso foi uma boa ideia.
Marilia tinha uma de suas mãos apertando seu seio direito e murmurava palavras desconexas. Ela já estava suando e não parava de se remexer. Eu quis muito conseguir virar-me de costas para dormir de novo, mas toda minha sanidade foi embora quando lhe ouvi gemer meu nome.

Marilia estava tendo um sonho erótico? Comigo? Era demais pra mim. Instantaneamente, senti todo meu sangue esquentar e meu coração começar a bater freneticamente. Meu centro se contraia contra o nada e pulsava sem parar.

Saio da cama lentamente pra que ela não acorde e entro no banheiro.
Eu sabia que não seria uma boa ideia dormir aqui. São 6h da manhã e eu já tô precisando me aliviar.

Eu realmente não acredito que vou fazer isso. Essa Marilia me paga.

{...}

Termino o serviço, aproveito pra tomar logo um banho e trocar de roupa. Volto para o quarto e ela ainda estava inquieta. Caralho, que sonho é esse?
Decido acorda-la, não sou obrigada a ficar vendo isso.

- Marilia? Oh Marilia. - balanço seu ombro, mas ela não acorda.

- Marilia? - Chamo pela terceira vez e só assim ela abre o olho, um tanto quanto assustada.

- Marilia, tá tudo bem? - pergunto me sentando ao seu lado, fingindo não ter visto nada.

- Si-sim, tá tudo bem. - ela gagueja e eu luto pra não soltar uma risada.

- Tem certeza? Você estava se mexendo muito, tava suando e muito ofegante. - digo parecendo preocupada. A Globo deveria me contratar. - Teve algum pesadelo?

- Não, não tive pesadelo, longe disso... - olha só que filha da puta. Eu sei bem o que tava se passando com você, querida amiga.

- Então tá né. - digo, me esforçando pra mostrar indiferença. - Eu já vou indo. Preciso passar em casa ainda antes de ir para o trabalho. - digo me levantando.

- Você não quer ficar pra o café? - ela pergunta.

- Não da mesmo, já estou atrasada. - digo recolhendo minha bolsa. - Já troquei de roupa e deixei a sua no banheiro. Obrigada pela hospedagem, e até qualquer dia desses. - digo um pouco tímida por lembrar do que tinha acontecido no banheiro.

- Que isso, não precisa agradecer. Se cuida, viu?  E o que precisar, você já sabe onde me encontrar. - ela diz com um sorriso.

- Ok, até mais, Marilia. - digo e logo saio do quarto.

{...}

Depois de sair dali, passei em casa apenas pra colocar uma roupa adequada para trabalhar e tive que responder ao enorme interrogatório da Maiara, com perguntas do tipo:

" E ae? Transaram? "
" Nem uma recaída? "
" Vocês fizeram muito barulho? "
" Nem um beijinho, Maraisa? "

Na cabeça dela eu e Marilia tínhamos transado. Mas, mal sabe ela que isso só aconteceu em sonhos.

Hoje o dia no escritório foi um tanto exaustivo. Tinham muitos processos acumulados e eu precisava dar entrada em todos eles ainda hoje.
Decidi não sair no horário do almoço e resolvo comer por lá mesmo, pra ver se assim não perco tanto tempo.

Por volta das 13h30 da tarde, recebo uma mensagem da minha secretária.
" Senhorita Pereira, chegou uma encomenda pra senhora. Posso deixar entrar? "

Encomenda? Mas, eu não pedi nada. Penso com o cenho franzido.

" Pode. " respondi.

No instante seguinte, um rapaz entra em minha sala, e acredito que seja o entregador.
Em suas mãos ele carrega um enorme buquê de margaridas. São as minhas preferidas, e só uma pessoa sabe disso.
Sorrio ao cogitar a possibilidade de ter sido enviado por ela, mesmo achando improvável.

Recebo o buquê e agradeço ao rapaz que sai da minha sala logo em seguida.
Noto que havia um bilhete no buquê, não perco tempo e o abro para ler.

Antigamente, a margarida era considerada a flor das donzelas, e ainda hoje simboliza a juventude, simplicidade e inocência.

Te enviei essas flores, pois é assim que eu te vejo, como uma donzela. E podemos representar muito bem o nosso amor como "simples, jovem e inocente". Ele é simples, mas rico em detalhes. É jovem, pois nunca foi envelhecido e é inocente, pois é o sentimento mais puro que eu já senti.

Espero que essas flores tragam alegria para o seu dia, assim como você traz alegria para minha vida.

Com amor, sua Marilia!

Não consegui conter um sorriso que rasgou meu rosto por inteiro. Marilia sabia ser muito carinhosa, quando queria.
Mas, se ela pensa que isso irá mudar algo em nossa relação, está muito enganada.

" Boa tarde, Marilia. Obrigada pelas flores, foi muito gentil da sua parte ☺️" - lhe envio uma mensagem, que logo é respondida.

" Você gostou mesmo? "

" Sim, gostei. "

" Fico feliz com isso. Se você está feliz, eu tô também 😍 "

" ☺️♥️ "

Finalizo a conversa e deixo o celular de lado.

Ainda que Marilia mexa comigo, eu não vou permita-la entrar novamente em minha vida. Não dá forma que ela quer.

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Oii, gente! Esse capítulo tá mais curtinho que o normal, pois tô um pouco doente e tá difícil pra pensar em muita coisa. Postei só pra não deixar vocês na mão, espero que gostem.

Comentem o que tão achando e não esqueçam de deixar a estrelinha, beijos e até o próximo capítulo! 🥳