Abandonment Of Incapable || Malila

Flashback pt.2

Maraisa Pereira point of view

Goiânia, 21 de novembro de 2013

Marilia havia passado o dia todo muito estranha, e eu não sabia ao certo o que estava acontecendo. Todas as vezes que perguntei se estava tudo bem, ela dizia que sim. Entretanto, Marilia é uma péssima mentirosa e é pior ainda para fazer surpresas. Ela sempre fica nervosa e sorrindo desesperadamente pra mim o tempo todo, então já imagino que ela está aprontando algo.

Ao fim de nossa aula, eu segui para meu estágio e mais uma vez minhas suspeitas de que alguma coisa estava acontecendo aumentaram, já que Marilia passou a tarde toda sumida, e geralmente ela me manda mensagem pelo menos a cada 15 minutos.

Por volta das 18h40 eu recebi sua ligação. No seu tom de voz eu pude sentir seu nervosismo, sua ansiedade, e ela parecia extremamente feliz. Estava com Luisa. Luisa é a famosa "topa tudo", então as chances de terem passado a tarde armando alguma coisa, só aumentam.

Isso tudo estava me deixando aflita, ansiosa, nervosa. Eu não sabia o que se passava e também não iria perguntar já que ela não me disse nada.
Mesmo com esse turbilhão de pensamentos e sentimentos, resolvi não transparecer. Seja lá o que ela está aprontando, não quero estragar.

Marilia usou a famosa desculpa de sairmos para algum lugar. Eu não fazia ideia pra onde iríamos, pois a mesma insistira em dizer que ainda não sabia. Repito, Marilia é uma péssima mentirosa.
Me arrumei ainda meio apreensiva por não saber pra onde estava indo, nem tão pouco o que vestir. Mas, ao me deparar com os olhos de Marilia brilhando ao encontrem os meus, percebi que havia feito a escolha certa.

Acredito que o brilho em meus olhos não estavam diferente dos seus. A mulher em minha frente estava simplesmente perfeita e não, isso não é um exagero.
Seus cabelos estavam soltos e possuíam leves ondulações, em sua pele ela usava pouca maquiagem, mas o suficiente pra realçar ainda mais sua beleza.

Marilia Mendonça é deslumbrante!

[...]

Já estávamos no carro faziam uns 30 minutos e Marilia não falava de jeito nenhum pra onde estava me levando.

- Marilia, por favor... só me diz o local. - pergunto manhosa.

- Já estamos chegando, gata. Quando chegarmos você vai ver. - ela diz repousando a mão em minha coxa.

- Não é justo. - cruzo os braços.

Sua risada anasalada preenche o ambiente.

- O que não é justo? - pergunta.

- Você sabe que eu sou curiosa e passou a tarde e a noite inteira me enrolando. - digo bufando.

- Mas, eu não tô lhe enrolando, meu bem! - ela diz fazendo um carinho em minha perna. - Inclusive... Já chegamos.

Marilia estaciona o carro em frente a um hotel, que eu nunca tinha ouvido falar, por sinal. Era enorme e aparentemente muito luxuoso. Eu nunca tinha vindo até essa parte da cidade.

- Um hotel? - pergunto confusa.

- Não necessariamente. - ela diz simplesmente.

- Você está me deixando mais confusa ainda. - digo tirando o cinto de segurança.

- Relaxa e só vem comigo, ok?

Dito isso, Marilia sai do carro e caminha em direção até a minha porta, abrindo a mesma e me estendendo a mão pra ajudar-me a descer, ato que me faz sorrir.