Marilia Mendonça point of view
Sábado, dia do jantar.
" O que faz aqui? " foi a última coisa que eu ouvi antes de sentir todos os meus músculos tensionarem e entrarem em estado de alerta.
Tudo em minha volta começou a girar e eu lutei contra meu cérebro para não apagar alí mesmo.
De imediato, senti meu coração pulsar descontroladamente. Minhas mãos suavam, minha boca que se encontrava aberta tentando reproduzir algum som, estava completamente seca.Abri e fechei a boca repentinamente na tentativa de responde-la, mas nada saía.
Maraisa estava ali. Sim, ela estava.
Nada parecia fazer sentido.
Ela estava tão, tão diferente. É possível dizer que esses anos só serviram para deixá-la ainda mais bonita? Como pode?Maraisa agora tinha seus cabelos um pouco mais curtos, mas ainda possuem a mesma tonalidade. Suas expressões agora muito mais maduras, faziam com que ela ficasse ainda mais atraente.
Ela estava impecável esta noite. No rosto, uma maquiagem marcante, igualmente aos seus lábios que estavam pintados em um vermelho quase sangue. Que saudade deles.
No corpo, um vestido que definia e mostrava perfeitamente suas belas curvas. Curvas que eu já tive em minhas mãos por tanto tempo. Seu corpo sempre foi meu ponto fraco, minha perdição.
- Maraisa, isso é jeito de tratar nossas vistas? - Maiara me tira dos pensamentos, olhando com um semblante sério para Maraisa.
- Marilia, o que merda você está fazendo aqui? - Maraisa pergunta novamente, até então ela não tirou os olhos de mim, porém agora o seu semblante não é mais confuso e abalado. No seu rosto, ela carrega uma expressão fechada, e arrisco dizer que também carregada de mágoa.
- Maraisa, eu.. - me levanto do sofá ainda tentando formular alguma frase.
- Calma aí. - foi a vez de Maiara se levantar e se posicionar entre nós duas. - Marilia, Marília Mendonça? - ela pergunta espantada - Você é a Marila Mendonça?
- Sim. - foi tudo que eu consegui falar naquele momento.
Meus olhos não perderem os de Maraisa por um só segundo, e o mesmo ela fazia. No ambiente podia sentir-se as dúvidas, a mágoa, a saudade, o rancor, os questionamentos, pairando ao nosso redor.
- O que tá acontecendo aqui? - Gustavo pergunta se pondo ao meu lado.
- Eu quero você fora da minha casa. Agora. - Maraisa diz ríspida.
- Maraisa, se acalma, ok? João é o meu namorado, e eu não quero que você o trate assim. - Maiara diz se aproximando da irmã.
- Maiara, eu não estou falando com o seu namorado. Estou falando com ela. - diz e apenas aponta com a cabeça para mim.
- Maraisa, podemos conversar? - falo em um fio de voz, tentando me aproximar.
- Não se aproxime de mim. - ela fala dando um passo pra trás. - e não temos o que conversar, Marilia. Será que você pode, por gentileza, se retirar da minha casa? - novamente seu olhar se encontra com o meu.
- Maraisa, por favor. Não precisa agir dessa forma. Somos adultas, e podemos resolver isso de forma civilizada.
- Eu estou sendo civilizada, Marilia. - ela se altera. - Será que você não entende que não temos o que conversar? O que tinha pra ser resolvido, já foi. Já foi a muito tempo atrás, inclusive. Eu não tenho nada pra lhe falar, e não quero ouvir nada que você tenha a dizer.
Ela tinha razão. Tudo já tinha sido resolvido. Se ela não queria me escutar, assim seria. Todos esses anos eu tive que aprender a lidar com o seu silêncio, pois era tudo que eu tinha. Agora não será diferente. Irei respeitar o seu espaço, ainda contra gosto. Mais uma vez.
- Tudo bem, Maraisa. Me perdoe, mais uma vez. - desvio o olhar dela pra poder falar com Maiara - E me desculpe por tudo isso também, Maiara.
Antes de sair daquele lugar seguida por João Gustavo que ainda não entendia nada, olhei mais uma vez em seus olhos. Eu conseguia enxergar a tristeza, as palavras que não foram ditas, o medo, a surpresa... mas, ainda assim, eu enxergava o amor. Maraisa sempre foi boa em conter suas palavras, mas nunca em disfarçar suas afeições. Ela ainda me amava. Eu sabia que sim. Eu sentia que sim. Eu gostaria que ela soubesse que todo amor que um dia eu senti por ela, ainda está aqui. Eu só não sabia como poderia fazer isso.
{...}
Ao chegar em casa, João Gustavo me fez explicar tudo o que havia acontecido entre eu e Maraisa. Esse era o assunto que eu sempre fiz questão de fugir e ignorar, mas dessa vez eu precisava por tudo isso pra fora.
Eu nunca conversei sobre isso com muita gente, sempre que me perguntavam sobre ela, eu inventava qualquer desculpa ou simplesmente ignorava, e por conta disso, convivi com muitas palavras presas em minha garganta e me sentia sufocada a todo tempo.Foi até bom pôr tudo pra fora tendo João Gustavo como ouvinte. Era como se um fardo estivesse saindo das minhas costas, e agora me sentia um pouco mais aliviada.
- Caralho, Marilia. Eu não fazia ideia disso. Se eu soubesse, jamais insistira para que você fosse até esse jantar.
- Tá tudo bem, Gustavo. Não tinha como você saber, né? - sorrio fraco.
- Eu vou subir, tá? Preciso de um banho pra ver se consigo dormir.- Tudo bem, se precisar de alguma coisa, você me chama. - ele diz, e percebo que ele se sente culpado pelo ocorrido, nas não o culpo. Nem eu fazia ideia de que Maraisa estava morando aqui.
- Não fica se culpando, tá bom? A culpa realmente não foi sua. - deixo um beijo no topo de sua cabeça e sigo para o meu quarto.
Eu tenho certeza que essa noite seria longa. Mas, eu não fazia ideia do que ainda me esperava.
Entrei no banho e perdi a noção do tempo enquanto tentava tirar a todo custo a Maraisa dos meus pensamentos, mas vi que era inútil e me permiti chorar por isso. Eu só queria poder voltar no tempo e arrumar todo o estrago que eu tinha feito. Nada fez mais sentido depois que ela me deixou. Maraisa era a mulher, a única mulher que eu sempre quis e pelo visto, sempre vou querer. Quando olhei para o relógio, já haviam se passado 1h30 desde que entrei naquele banheiro. Terminei o banho, fiz minha higiene pessoal e sai dali.
Coloquei meu pijama, e deitei na cama enquanto mexia em meu celular. Acabei não resistindo e fui até a galeria rever nossas fotos juntas. Sim, eu ainda guardava todas as fotos minhas e de Maraisa.
Foi impossível conter as lágrimas ao ver o quanto éramos felizes. O brilho nos olhos, os sorriso bobos, as caras apaixonada estavam presentes em todas as fotos.Se você ao menos me ouvisse, Maraisa, saberia o quanto eu sinto sua falta. Eu poderia fazer o que fosse preciso pra ter você de volta.
{...}
2h40 a.m
Eu havia acabado de pegar no sono em meio as lágrimas, quando ouço o toque da campainha repentinamente. Resolvo ignorar, só podia ser algum maluco ou alguém querendo fazer graça. Minutos depois não ouço mais aquele barulho inconveniente e agradeço mentalmente por isso.
Poucos instantes depois, já quase dormindo novamente, ouço batidas na porta do quarto.
Que caralho, será que nem dormir eu posso mais?
- Gustavo, o que você quer? - grito da cama mesmo.
Ninguém responde.
- João, porra. fala logo. - digo levantando contra gosto.
Novamente tudo fica em silêncio.
- Caralho, por que você não resp... - as palavras somem quando eu abro a porta e não é o João Gustavo que eu vejo ali. - Como assim?
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Eita, gente. Que climão hein 😳
Vocês acham que a Maraisa deveria ter conversado com a Marilia ou não? Coitada né, só queria falar.
E quem será que apareceu na casa dela em plena 2h da manhã? Contem aí o que acham 👀Não esqueçam de deixar a estrelinha, e até o próximo capítulo!! 🥳
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Abandonment Of Incapable || Malila
Fiksi PenggemarMarilia Mendonça, 26 anos. Empresária, que passa 90% dos seus dias vivendo em prol do seu trabalho, para ver ver se assim preenche o vazio que insiste em permanecer no seu coração após a partida dos seus pais e da única mulher que ela conseguiu amar...