Duas semanas depois (semana de provas).
Tudo que Arizona queria era um descanso, muitas salas já haviam feito sua prova que não era considerada a mais difícil. Seu tempo com Callie era reduzido a profundas olhadas e algumas conversas sobre as provas, sentia falta das mãos da morena entre sua cintura; apesar da sua curiosidade ser cada vez maior ela ainda era esmagada pelo medo de tocar o corpo latino bronzeado pelo sol, seus sentimentos começavam a se expor mostrando algo que jamais tinha sentido na vida. Ela estava na sala dos professores em mais um dia corrigindo suas provas, naquele dia a morena só teria aulas na parte da tarde o que deixava Arizona triste por não ver o sorriso e seu bom humor de manhã. O silêncio da sala é quebrado por passos firmes de uma aluna.
-Quero dizer para você que não vou repetir sua prova. Ruth uma das inúmeras alunas de Arizona segurava sua prova em mãos com uma nota escrita em vermelho. Ela tinha cabelos castanhos trançados que iam até as costas e um rosto furioso.
A loira que estava mergulhada no cálculo das notas levanta seus olhos na direção da menina.-Você me escutou bem. Eu não vou refazer essa prova.
-Abaixe o tom Ruth Morris. Ela vê a menina exaltada colocando o pedaço de papel na mesa.
-Eu não quero diminuir o tom para você. Ou você aumenta minha nota ou o padre fica sabendo o que você e a professora de francês estavam fazendo no auditório.
Arizona sentiu como se fosse rasgada de dentro para fora, não entendia seus batimentos mais fortes quando Callie chegava perto mas entendia seu medo de alguém descobrir o que se passava entre elas. Parte dela se renderia aos braços firmes da latina mas a outra parte se negava a acreditar no que estava fazendo. A menina sai largando a prova na mesa e deixando sua ameaça no ar. Arizona sabia para onde correr.
O sol passava pela fina cortina e chegava em seu rosto, Callie olhava para lado vendo parte da cama vazia, Mark já não estava em casa. O silêncio tranquilizava os pensamentos da morena a fazendo esquecer do horário. Gostava do sossego sempre acompanhado de uma xícara de chá. Mesmo depois de dias ela ainda podia sentir o toque no lábios de Arizona; toda vez que fechava seus olhos podia lembrar de como as covinhas apareciam quando ela sorria ou de como suas bochechas coram facilmente. Ainda de camisola ela tomava seu café quando escuta batidas desesperadas na porta.
-Quem está batendo na porta assim! Já estou indo. A morena corre pela casa vestindo seu robe. Ela abre a porta vendo a dona de seus pensamentos com os olhos marejados.
-Arizona? O que está acontecendo?
-Alguém viu, eu tinha te falado que alguém tinha visto..... Sua respiração estava rápida e ela se engasgava nas palavras.
-Quem viu o que? Callie ainda tentava entender o que estava acontecendo. A loira corre os olhos na casa a procura de Mark.
-Não tem ninguém aqui, estamos sozinhas.
-Uma das meninas do ensaio viu a gente no colégio. Ruth viu a gente e ameaçou contar tudo para o padre. Ela tomava fôlego a cada sílaba enquanto Callie se lembrava do dia no auditório em que Arizona escutou um barulho vindo da porta. A morena a puxa para perto sentindo seus olhos se encherem de água.
-Não posso acreditar que ela te ameaçou com algo tão delicado. Callie tirava os cabelos do rosto avermelhado da loira os levando até detrás da orelha.
-Não faz ideia do quão difícil foi chegar até onde estou, ainda mais sendo uma mulher. De ir para a universidade escutar as represálias do meu pai até conseguir o cargo de professora. Pensar que tudo isso pode acabar por um equívoco.-Um equívoco? Elas se afastam e Callie enchuga suas lagrimas que caiam involuntariamente.
-Em toda minha vida no colégio isso nunca aconteceu, não é correto.
-O que não é correto? Que sejamos carinhosas que cada vez mais está ficando claro que a gente tem algo uma pela outra.
-Tudo está errado, tudo. Arizona exalta sua voz. -Como você não entende por deus você é uma mulher casada e eu...
-Você o que?
-E eu não sou como você.
-Como eu ? Callie deixa sua expressão de duvida aparecer.
-Nunca estive com ninguém muito menos com uma mulher, eu sinto muito calliope mais eu não sei o que se passa entre a gente, eu realmente não sei. Arizona sentia suas forças indo embora, estava cansada de tudo isso.
-Arizona não me diga isso por favor eu te suplico. Ela pega no rosto úmido pelas lágrimas e o levanta fazendo encarar seus olhos marejados.
-Temos tanto o que perder, tanto. A loira sente seu peso ser descolado para as pernas da morena que a envolve em seus braços.
-Não queria que isso acontecesse. Callie fala e respira fundo o cheiro do cabelo loiro enquanto sentia Ari se agarra em seu corpo.
Arizona desejava que aquele momento nunca acabasse, se sentia segura embrulhada na mistura de perfumes.
-Seria muito ruim caso você mudasse a nota da Ruth? Assim que escuta callie falar ela sai do colo da morena em um pulo.
-Que? Eu não vou me deixar amedrontar por uma menina malcriada. Minha carreira é intocável Calliope. Jamais vou fazer esse tipo de coisa.
-Sim claro tem razão.
-Pensei que fosse diferente, que entendesse meu lado. Callie assisti a loira deixar sua casa do mesmo jeito que entrou; ela apenas se sentava no sofá deixando o pranto escapar de seus olhos.
Arizona andava o mais rápido que conseguia para casa, em seu quarto ela enterra a cabeça no travesseiro procurando respostas. Ela só acorda com os gritos de seu pai vindo do andar debaixo para o jantar.
Antes de dormir ela sempre rezava e diferente das outras noite nessa ela pedia ajuda para descobrir o que fazer.Callie passou o resto do dia remoendo as palavras que Arizona lhe falava sempre que algo saia fora do controle; entendia seu medo. Quando chega em casa vê Mark sentado na sua poltrona lendo o jornal.
-Em casa tão cedo, achei que ficaria corrigindo suas provas. Ele observa a esposa se jogar no sofá e tirar os sapatos do pés.
-Sai mais cedo minha cabeça está cheia.
-Pensei que poderíamos jantar no restaurante no final da rua. Você precisa se distrair um pouco. O homem fala se levantando e pegando seu terno.
-É uma boa ideia. Mesmo hesitando a ideia na sua cabeça, ele estava certo precisava parar de pensar um pouco em Arizona. Ela coloca seus sapatos e o segue até a porta.
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Forgive us ours sins
RomanceInspirado na novela chilena -Perdona nuestros pecados. Arizona é uma menina inocente ingênua e católica sua mãe morreu cedo é ela vive com seu pai e seu irmão mais velho,é a filha perfeita. A primeira de sua família que saiu para fazer universidade...