pov Callie
Quando soube que nós iríamos para o interior de Seattle Mark já estava arrumando as malas em cima da cama. Ele não era do tipo caladão pelo contrário me encantei pelo seu jeito espontâneo, éramos casados há sete anos e raramente paramos muito tempo em uma mesma cidade,mas a oferta de emprego no Seattle Grace tinha vindo com algumas discussões, com a promessa de um emprego para sua esposa os olhos de Mark brilharam mais ainda.Pela primeira vez não queria sair da onde estávamos por quase 1 ano, o centro de Seattle me chamava a atenção por ser uma cidade animada, tinha um emprego bom na escola como supervisora, tinha conseguido fazer algumas amigas, porém tudo foi tirado de mim de uma vez só quando ele deu a última palavra no final da tarde de sábado. Desde então estávamos dentro do nosso Bel Air de cor branca. O barulho dos sinos da igreja anunciavam a missa de domingo quando chegamos no interior, o cheiro de ar puro fazia bem aos meus pulmões, porém não estava gostando nem um pouco dessa mudança. O vilarejo era aconchegante e um pouco afastado do pequeno centro ficava uma pousada, a única da região e onde Mark e eu fomos obrigados a passar a noite pois só poderíamos ir para a pequena casa que alugamos no dia seguinte.
Ele havia descido para o jantar que era servido todo dia no mesmo horário não estava com fome e fingi que estava dormindo para poder ficar no quarto. Tomei um banho quente deixando que a água levasse minha frustração pelo ralo, estava mesmo chateada porém não tinha muitas opções no momento a não ser me adaptar.
-Achei que ainda estava dormindo. Mark entra tirando o paletó de seu terno cinza e afrouxando a gravata azul escura ficando com somente com uma blusa social branca que realçava seus músculos.
-Acordei tem pouco tempo, desculpa não ter descido com você. Atravesso a distância do banheiro até a cama que ele estava sentado com minha camisola rosa claro e o robe que combinava com ela.
-Tudo bem, se estiver com fome posso pedir para trazerem alguma coisa aqui para você. O homem pelo qual havia me apaixonado com seu tom gentil finalmente tinha aparecido depois de dias sufocado na impaciência e na ignorância.
-Estou sem fome, cansada demais para comer. Vou a passos lentos para perto dele abraçando seu corpo quente. Ele gentilmente me puxa para mais perto colocando meu peso sobre seus joelhos, me sento e sinto seu cheiro amadeirado invadir meus pulmões.
-Ainda chateada por estarmos aqui? Sabe que infelizmente não temos escolha. Ele fala acariciando meu braço aconchegando sua cabeça entre meus seios.
-Não só estou cansada da viagem, amanhã tenho que levantar cedo para ir até o colégio.Vou conversar com a diretora. Estava cansada de brigar e aquele seria o início de mais uma discussão então o deixei vencer pelo cansaço que estava sentindo.
Sai de seu colo tirando meu robe e me encolhendo nas cobertas, ele ainda ficou sentado alguns minutos na beirada da cama antes de entrar no banheiro, depois disso o sono já havia me pegado. O barulho do relógio anunciava um novo dia e antes de me levantar percebi a ausência de Mark ele já tinha saído para seu primeiro dia como atendente no Seattle Grace deixando um bilhete escrito a caneta preta no criado mudo ao meu lado com um envelope.
DEIXEI O DINHEIRO DA DIÁRIA E TAMBÉM PARA PAGAR O RAPAZ QUE VAI LEVAR NOSSAS MALAS PARA A CASA.
ESPERO QUE TENHA UM ÓTIMO DIA.
MARK.
Depois de me arrumar e colocar um dos meus vestidos preferidos pego o envelope e desço as escadas indo em direção às mesas de café da manhã. Com meu estômago roncando entrego o pequeno envelope amarelado para o jovem que estava na recepção e sigo para uma das grandes portas. Tudo estava tranquilo podia sentir o cheiro do café saindo de dentro da cozinha quando escuto um barulho vindo da escada e vejo uma pilha de papéis se desfazendo no chão. Em meio às folhas uma mulher levanta ainda um pouco tonta arrumando sua saia lilás. Era parecia um anjo que tinha literalmente caido direto dos céus, alguns fios de seu cabelo loiro que estavam presos no penteado atrás da cabeça tinham se soltado e seus olhos eram de um azul hipnotizante que podia se ver a quilômetros de distância .Uma das folhas estava vindo em minha direção e como num reflexo me abaixei para pegá-la.
-Obrigada ela quase voou para fora. Ela ainda arrumava sua roupa em seu tão bem desenhado corpo.
-Não há de que. Falei educada fitando seus olhos. -Oh deus que falta de educação a minha. Quando estava nervosa passava a mão nos cabelos e naquele momento não foi diferente,alguma coisa naquela mulher me intrigava. -Me chamo Callie, prazer.
-Me chamo Arizona prazer, eu que peço desculpas por ser tão desajeitada. Ela encontra meu olhar que não saia de seu rosto delicado e sorri sem graça.
Com pressa ela pega todas as folhas as organiza novamente em uma pilha e sai pela porta.
-Obrigada novamente. Não pude deixar de segui-la com meus olhos, nunca tinha encontrado uma pessoa desse jeito.
Meu estômago não parava de roncar e ainda intrigada com a mulher tomo meu café.
A escola da região era comum, tinha um portão de grades, um pequeno jardim na frente e alguns banquinhos de madeira perto da porta do prédio. Entrei procurando pela diretora e logo estávamos em sua sala iluminada pelo sol.
-Estamos precisando de uma professora de francês, a senhora é apta para este cargo? A pequena diretora nariguda me olhava no fundo dos olhos enquanto preenchia uma série de papéis.
-Sim senhora, antes de ser supervisora dava aulas de francês no colégio católico no centro de Seattle. Falei lhe encarando de volta.
-Duas semanas de experiência. Se adaptando o cargo é seu. Ela virava o papel e colocava sobre a mesa uma caneta me observando assinar o contrato. Ainda não estava feliz de estar naquela pequena cidade mas com um emprego para ocupar minha cabeça seria mais facil viver ali.
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Forgive us ours sins
RomanceInspirado na novela chilena -Perdona nuestros pecados. Arizona é uma menina inocente ingênua e católica sua mãe morreu cedo é ela vive com seu pai e seu irmão mais velho,é a filha perfeita. A primeira de sua família que saiu para fazer universidade...