Batom vermelho

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Durante toda a madrugada Arizona não conseguia dormir se revirava na cama procurando uma maneira de esquecer tudo o que havia acontecido. Não se arrependia de absolutamente nada do que dissera, afinal era tudo verdade mas sua mente não saia de Callie, pensar em como ela enfrentou seu pai lhe deu coragem para fazer o que já deveria ter feito a muito tempo, sua censura já se prolongava demais. Com os olhos inchados e a mente cheia ela levanta ouvindo o barulho rotineiro do despertador, como aquilo tudo poderia ter acontecido em um dia, pensava sentindo sua cabeça doer. Apesar de tudo, no banho ainda se recordava de como Callie lhe segurava firme como se a impedisse de cair de um penhasco. Seu vestido azul marinho estampado com pequenas bolinhas já estava em seu corpo e ela seguia pelas escadas sem parar na mesa que estava posta para o café não queria cruzar com seu pai e iniciar outra discussão.

Com os olhos atentos para atravessar a rua ela via uma morena do outro lado da rua esvoaçar em seu vestido de cetim plissado vinho, era exuberante como seu andar confiante exalava sensualidade mesmo sem ter essa intenção. Não podia negar que Calliope era realmente linda e ficava cada dia mais difícil disfarçar seus olhares a ela.

Assim que Callie a avistou seu semblante muda passando de uma cara cansada para um sorriso em instantes. A morena segue em sua direção e a puxa para um canto cercado de arbustos que ficava dentro da escola.
-Achei que só os alunos sabiam desse lugar. Arizona fala de forma sarcástica enquanto envolvia seus braços no pescoço de Callie ficando quase na ponta dos pés.

-Eu descubro muita coisa sozinha, senhorita. A latina sussurra em seu ouvido descendo uma das mãos que estava na cintura até alcançar a bunda de Arizona que sente o calor de seu toque mesmo por cima do tecido do vestido.

Arizona ri escondendo a cara no pescoço desnudo, podia sentir o cheiro único do perfume de Callie entrar em seus pulmões poderia ficar daquela forma para sempre mas não dura muito, Callie sobe seu rosto e envolve os lábios delicados em um beijo.

A loira se deixava levar sentindo Callie conduzir cada movimento ainda não sabia muito bem onde colocar suas mãos ou como fazer quando sentia o ar acabando, porém gostava cada vez mais de sentir os lábios da morena de encontro aos seus. Ela que já tinha experiência o suficiente apertava as mãos em volta da cintura e dos cabelos loiros ouvindo um fraco gemido entre sua boca,vendo seu ar acabando ela finaliza o beijo com uma leve mordida no lábio de Ari observando o quão fofa ela ficava abrindo os olhos alguns segundos depois de todo beijo guardando o sabor de cada um.
-Vamos, ou a gente se atrasa. Arizona recuperando o fôlego e já quase pronta para sair em direção à porta do colégio sente seu braço ser puxado.

-Você tem certeza que quer dar aula desse jeito? Callie lhe aponta o pequeno espelho que sempre levava na bolsa mostrando os lábios inchados e avermelhados da loira que leva a mão na boca imediatamente. -Toma passa isso para disfarçar. A morena tira da bolsa um tubo de batom revelando a cor dele, vermelho, assim como a cor que ela usava nos lábios agora amarrotados.

Arizona hesita por um momento, não costumava usar batons de cor forte. Muito disso era influência de sua família que sempre lhe ensinava que ela não deveria ser o tipo de mulher que usava muita maquiagem no rosto. Ela observava Callie consertar a cor de seus lábios que quase sempre estampavam uma variação do vermelho ao vinho. A morena se volta para ela com o tubo nas mãos esperando que ela fale alguma coisa, mas o silêncio é acompanhado de um sorriso quando ela toma das mãos de Callie o batom e passa em seus lábios vendo no espelho um reflexo novo. Callie não imaginava como ela ficaria linda com os lábios coloridos.

-Acho melhor a gente andar rápido ou eu te agarro aqui mesmo e só saímos daqui quando sua boca estiver sem cor. Callie fala com os olhos vidrados em Ari que sorria como uma criança para o espelho. Elas saem detrás do jardim denso e passam pela porta cruzando com Ruth que passa como um furacão para fora do colégio.

Forgive us ours sinsOnde histórias criam vida. Descubra agora