Coragem

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Nervosismo, era tudo o que preenchia a mente de Arizona naquele momento. As crianças já ocupavam o palco e as coxias se preparando para o tão aguardado espetáculo. Nos assentos o restante dos alunos, professoras e até mesmo a diretora tomavam seus lugares. A loira respirava fundo tentando encontrar os olhos de Callie que estava do outro lado dos fundo do palco. A morena olha no fundo da imensidão azul e mexe seus lábios.

-Vai dar tudo certo. Arizona entende as palavras e sorri de volta tomando sua injeção de coragem e indo na direção do meio do palco.

-Queria agradecer a todos pela presença, e dizer que uma honra apresentar um dos maiores clássicos do teatro e da literatura hoje. Com vocês os alunos do 5º e 6º ano. Os aplausos davam início a apresentação.

Callie tinha confiança que tudo correria bem, e não conseguia tirar os olhos de Arizona que usava um vestido creme repleto de pequenas flores esverdeadas, seus sapatos baixos e casaco fino que combinava perfeitamente com o restante do figurino e em que em alguns momentos correspondia seu olhar com um sorriso tímido.

Tudo fora um sucesso o rosto de satisfação da diretora era visto mesmo de dentro da coxia e ambas estavam muito felizes com o resultado. Como recompensa pelo esforço de todos os alunos a diretora concordou em dispensá-los mais cedo, Arizona não continha seu sorriso de orelha a orelha. As duas foram para a biblioteca onde sempre passavam horas conversando. A bibliotecária que sempre estava lendo tinha seus olhos fechados por detrás dos óculos. Passam sorrateiramente entrando na sala.

-Meus parabéns professora. Callie lhe estende a mão em um tom baixo a fim de não acordar a senhora e irônico enquanto adentravam as sessões da biblioteca.

A loira sem pensar muito a puxa pela mão se agarrando em sua cintura e selando seus lábios que estampavam um batom suave. A atitude surpreendeu Callie que não teve tempo de pensar no que dizer apenas correspondeu o beijo abrindo passagem com língua. O beijo ficava mais intenso e ambas sorriam enquanto seus pulmões se enchiam de ar. As mãos de Arizona se entrelaçavam no pescoço de Callie que a tirava do chão colocando seu corpo menor contra parede. Com a falta de ar os beijos ficam mais suaves e Arizona os termina com pequenos beijos no pescoço de Callie enterrando seu rosto e sentindo o cheiro do perfume amadeirado.

-Precisamos comemorar nosso sucesso. Você viu a cara de satisfação da diretora? A loira perguntava com o rosto próximo ao de Callie.

-Acho que depois dessa ela vai ficar um bom tempo sem pegar no seu pé. Afirmava sorrindo ao ver as covinhas de Arizona a mostra e ainda com os braços em volta de sua cintura.

-Vamos almoçar lá em casa, temos a tarde toda livre. A morena fala levantando uma de seus sobrancelhas.

Arizona entende muito bem o que ela queria dizer com aquela frase e decide tentar não entrar em pânico, não por medo mais sim por ansiedade. A cada dia se via ainda mais hipnotizada por tudo o que Callie fazia,falava, por seu cuidado, por seu respeito com as inúmeras inseguranças e inexperiência que a rondava, pelo jeito sorridente e leve de levar a vida não se importando muito com a opinião das outras pessoas. Tudo nela fazia Arizona se apaixonar cada dia mais e esse sentimento já era muito grande para ser reprimido.

Elas passam como adolescentes ardilosas pela bibliotecária ainda imersa no sono e vão na direção da sala dos professores.
A calçada era iluminada pelo sol do restante da manhã, andavam juntas a passos leves sem pressa hora ou outra seus olhares se cruzavam e ambas davam sorrisos embaraçosos.
A poucos metros da casa de Callie, Daniel o pai de Arizona avista as duas e vai na direção das duas.

-Não tinha que estar na escola Ari? A loira reconhece a voz grave e se vira.

-Papai, a peça foi um sucesso ganhamos o resto do dia de folga. Ela fala deixando sua felicidade transparecer.

Forgive us ours sinsOnde histórias criam vida. Descubra agora