Vortex 3:33 -Segunda Chance +18

3- Fuga

Fiquei esperando ansiosa para falar com Márcio German, meu amigo mais de 3 anos. Por vezes senti meu coração disparar mas não sei porquê depois do acidente toda vez que ficava muito nervosa acabava desmaiando, então achei melhor respirar fundo e me acalmar.

Quando meu telefone vibrou , tive um pequeno enfarto. Atendi rápido e Márcio apareceu na vídeo chamada, ele parecia bem mais cansado e machucado do que eu. Meu coração bateu forte.

- Como é bom te ver minha amiga, estou usando o telefone da enfermeira não posso falar por muito tempo. É verdade o que a enfermeira Eny falou; estamos em uma outra dimensão. Quando entramos naquela nuvem o copiloto e eu começamos a ver coisas estranhas alguns relâmpagos , redemoinho e a nuvem ficou em um tom de lilás. A aeronave começou apresentar problemas, meu relógio ficou parado por cerca de 10 minutos e a bússola enlouqueceu.

- 3:33 . - Falamos em coro.

- Eu já havia lido coisas do tipo: portais ,Vórtex e coisas assim, mas nunca achei que fosse acontecer comigo. Quando saímos da nuvem tentei falar com a torre e foi então que descobri que nosso voo não existia. Pedro ficou desesperado não sabíamos o que fazer, mas na verdade não tínhamos muito o que fazer , o avião já estava caindo. Duda não sabemos o que eles irão fazer com a gente e nem como voltar para casa. Por volta das 3:00 da madrugada é a troca de turno você ficará sem segurança na porta por mais ou menos 10 minutos e eu darei um jeito no segurança que estará em minha porta, temos que fugir. Temos que ir para algum lugar seguro até sabermos como voltar.

O telefone claramente foi desligado as pressas, alguém de certo deve ter entrado no quarto , tomara que isso não tenha colocado todo plano a perder.

Esperei um pouco e vendo que ninguém entraria no quarto , comecei a pesquisar sobre nosso vôo e descobri que apenas três pessoas haviam sobrevivido: uma passageira eu e o meu amigo piloto.

Meu coração disparou e comecei o processo de tentar me acalmar, um desmaio agora colocaria todo plano de fuga por água abaixo.

Descobri que realmente nosso vôo não existia nessa dimensão, também descobri enúmeras teorias da conspiração, inclusive uma que levantava a hipótese de termos vindo para aqui de propósito para estudar e destruir essa dimensão , outra falava que éramos alienígenas e outra que viemos do futuro ou do passado.

A enfermeira Eny entrou em meu quarto falando baixinho mais de maneira acelerada:

-Por volta das 3:00 da madrugada entrarei no quarto com uma desculpa qualquer e você irá aplicar em mim uma injeção de calmante que seria para aplicar no piloto , em seguida pegará minhas roupas e fugirá junto com ele. Ainda tem um pouco de dinheiro e alguns documento seus no armário . Essa pode ser a única chance que vocês irão ter, ouvi dr Ricardo falar que amanhã irão vir buscá-los.

Assim que a enfermeira saiu continuei minhas pesquisas e joguei meu nome na internet para saber se existe outra de mim naquela dimensão e descobri que não existia mais, existia uma rede social no meu nome mas a última postagem foi a 8 anos atrás e era um post avisando os amigos do horário do meu velório quero dizer o velório da Duda.

Comecei a olhar outras postagens e descobri que a minha versão dessa dimensão havia morrido após ter mergulhado da cachoeira de Matilde e se afogado.

Parei por 5 minutos olhando para o nada. Era exatamente como no meu sonho ou pesadelo, de alguma forma eu estava ligada com essa dimensão, sei lá talvez como no efeito Mandela ou coisa parecida.

Continuei olhando as postagens e não tinha nenhuma foto minha como o Jean (meu marido na minha dimensão) mais havia bastante fotos minhas com Rafael Bittencourt meu melhor amigo até os 18 anos.