L'AMORE IMPROBABILE

LIX - Reazioni e Decisioni

POV Toni

Voltar para casa depois de terminar com Cheryl o que tínhamos não foi nenhum pouco fácil. Eu não sabia com que cara iria entrar em casa e encarar Fangs depois de tudo que descobri sentir por ele. Nosso casamento já não era o mesmo desde muito tempo, mas eu nunca me vi forçada a enxergar a realidade. Assim como eu não o amava mais, ele também não me amava. Nós éramos apenas amigos, melhores amigos. Ele me traía e eu pouco me importava e justo por quê? Por não amá-lo mais ou por não querer a separação? Será que nós duraríamos muito, mesmo não nos amando mais? Será que era tão confortável para Fangs ficar comigo mesmo não me querendo como antes? Era confortável para mim? Creio que sim, pois até então eu não havia percebido o quanto meu casamento era uma merda.

– Tudo bem, Walz? – tremi de susto com a voz baixa de Betty ressoando no interior do carro. Desviei meus olhos da paisagem de cidade urbana para o rosto delicado com expressão forte de Betty. – Você parece tão distante. – sorri assentindo lentamente com a cabeça. – O que tanto pensa? Quer dividir comigo para que eu possa refletir com você? – suspirei após ouvir sua sugestão.

Eu poderia dividir com ela o que eu estava pensando, mas do que adiantaria refletir sobre a merda que era meu casamento? Do que adiantaria Betty se meter nos meus pensamentos depois de ter passado a madrugada comigo, me acolhendo por chorar por outra pessoa? Ela mesma me disse que Fangs e eu não nos amávamos, que nosso casamento não fazia mais sentido, que nossa relação estaria melhor se fossemos amigos e eu seguisse atrás de quem realmente balança meu coração. Do que adiantaria ouvir tudo aquilo novamente? Passamos o café da manhã inteiro conversando sobre aquilo, sobre o que eu deveria fazer assim que chegasse em casa. Segundo Betty, eu deveria ficar com Henry e passar os dias refletindo sobre minha relação com Fangs.

– Betty, você acha que vale a pena eu continuar casada? – perguntei quando a dúvida se instalou em minha cabeça. Betty sorriu de canto e desviou os olhos da rua para mim.

– Você sabe minha opinião sobre isso, Toni. – assenti esperando que ela continuasse. – Mas se quer ouvir novamente, não vejo problema em falar. – ela disse abrindo um largo sorriso. – Eu acho que você e Fangs não se amam mais, o amor de vocês se transformou em amor de amigo, sabe? Você entende quando eu digo que o amor é mais fraternal do que carnal? – assenti. – Pois é, minha opinião sobre isso já está formulada desde quando vocês se casaram.

– Mas eu o amava quando nos casamos. – afirmei sem ter dúvida. Eu tinha certeza que amava Fangs quando nos casamos.

– Certo! Mas o que conta é o agora, Toni. – disse pegando minha mão. Paramos em uma esquina e Betty virou-se para mim. – Vocês não se amam mais, não se desejam mais e se tem algum interesse sexual na relação de vocês, é puramente sexo. Não vai ter sentimento se vocês transarem e você sabe disso. Você sabe que se for para cama com ele, vocês não farão amor. – eu suspirei desconfortável coma aquela conversa.

– Eu não estava falando sobre relação sexual quando te fiz essa pergunta. – murmurei envergonhada. Betty gargalhou.

– Mas é a segunda coisa que prende vocês dois nessa relação. – franzi o cenho buscando em seus olhos qual era a primeira. – Henry. – ela disse respondendo minha pergunta mental.

– Eu não quero que meu filho sofra caso nós venhamos a nos separar. – disse um tanto preocupada.

Eu poderia chorar rios, poderia sofrer até definhar, mas meu filho não. Eu não suportaria fazer Henry sofrer. Eu suportaria tudo, menos ver meu filho chorar. Eu não queria arriscar ver Henry sofrer por ver seus pais se separando, não queria arriscar perder o carinho e amor do meu filho por isso. Eu não queria arriscar ver Henry renegar Cheryl depois de tantas declarações, depois de tanto nutrir amor por ela. Não havia como negar, Henry era mais apaixonado por Cheryl do que por Fangs, do que eu pela fotógrafa.