Conflito

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Joong-Gil se aproximou deles, enquanto uma das ceifadoras da equipe de escolta explicava a situação.

- Ela viu a alma, mas não sabe onde está.

- A alma que você perdeu. - Koo Ryeon retrucou.

- Ela já foi da nossa equipe. - Joong-Gil falou, a olhando. - Sabe o que farei se não entregar a alma. Ela não a esconderia. Não é, chefe Koo?

-  Como sabe, estou no ramo de salvar pessoas. E ela é uma peça do nosso caso. Não posso entregá-la.

Joong-Gil olhou para Koo Ryeon, irritação visível em seu olhar.

- Que arrogância! - disse.

Si-eun piscou ao vê-los desaparecer, e então observou de olhos arregalados quando viu que Joong-Gil tinha empurrado Koo Ryeon contra a parede e estava a enforcando com uma das mãos.

Andando em passos rápidos, Si-eun tentou pensar em alguma forma de ajudar sua chefe, e quando não conseguiu pensar em nada útil, fez a primeira coisa que veio a sua mente.

Ela chutou ele, gritando:

- Solte-a!

Todos olharam para ela em choque. E sinceramente, Si-eun também estava surpresa com o que tinha feito.

Se afastando do homem, ela se escondeu atrás de Ryung-gu, que tentou sair de perto, mas foi impedido quando ela o segurou pelo braço.

Inclinando a cabeça para o lado, Si-eun viu Joong-Gil olhar em sua direção, furioso. Mas seu olano havia funcionado, porque ele tinha soltado Koo Ryeon.

Olhando para as outras ceifadoras que presenciaram a cena, ele ordenou que chamassem mais ceifadores para vasculhar a área.

Antes de ir embora, ele lançou um último olhar para Koo Ryeon, e então para Si-eun. 

Si-eun e Ryung-gu tinham ido atrás de Jun-woong e do Espírito, os encontrando escondidos num imóvel.

- Eu ainda não acredito que você fez aquilo. - Ryung-gu disse, espiando pela janela quando ambos entraram na casa.

- Nem eu. - Ela fez uma careta. - Não sei como ele não fez nada comigo.

Jun-woong, que tinha se assustado quando eles entraram, achando que fossem ceifadores atrás da fantasma, se aproximou de Si-eun.

- O que você fez?

- C-chutei o Senhor Park. - ela disse, sentindo as bochechas corarem.

A risada de Jun-woong só a fez ficar com mais vergonha. Podia sentir seu rosto enquentar novamente.

- A Escolta chegou. - anunciou Ryung-gu.

O ceifador se virou e estalou os dedos.
Si-eun olhou assustada para o espírito, que caiu inconsciente nos braços de Jun-woong.

- O que...

- Você a matou! - exclamou Jun-woong, se desesperando ao ver que a fantasma não respirava.

Si-eun revirou os olhos, ficando nas pontas dos pés e dando um tapa na testa do colega.

- Ela já está morta!

Ele a olhou, finalmente percebendo o que tinha falado, e coçou a cabeça, se sentindo envergonhado.

Olhando novamente pela janela, Ryung-gu voltou a estalar os dedos.

- Eu a escondi deles por enquanto.

O espírito se sentou, surpreso, e então o agradeceu.

- Você consegue mesmo salvar Koo Woo-jin? - ele indagou.

A fantasma confirmou.

Após terem explicado toda a situação para Koo Ryeon e ela ter concordado em ajudar, o quinteto saiu da casa em que estavam, mas pararam ao encontrarem um grupo de ceifadores os esperando.

Ryung-gu deu um passo a frente, fechando uma das mãos em um punho.
Si-eun olhou para os colegas, vendo-os partirem, e então decidiu ficar com o ceifador e ajudá-lo. Bem, tentar ajudá-lo.

Ela observou um dos ceifadores da equipe de escolta tentar atingir Ryung-gu, que desviou e o acertou com uma moldura que havia pegado do chão.

Olhando para o lado, Si-eun quase gritou ao ver uma mulher ir em sua direção, tentando atingi-la com um soco.

Ela se abaixou, e então pisou no pé da estranha, fazendo força para que o salto da bota que usava machucasse a mulher. Ao ouvi-la gemer de dor, Si-eun a puxou pelos cabelos, a empurrando para trás.

Ryung-gu se aproximou dela, e só então Si-eun percebeu que todos os outros ceifadores também estavam caídos no chão. A segurando pelo pulso, ele estalou os dedos e os transportou para o hospital no qual Woo-jin estava internado.

Si-eun piscou. Ainda não tinha se acostumado com aquilo.

Ryung-gu olhou para trás, e só então ela percebeu que não estavam sozinhos.

Atrás deles estava Na-young. E em sua frente, Joong-Gil os olhava.
Merda.

- Saiam da frente. - ele ordenou.

- Não posso fazer isso.

Ryung-gu correu na direção dele, tentando acertá-lo com um soco.

Aproveitando aquela distração, Si-eun se virou para a fantasma.

- Vá salvar seu marido.

Assentindo, Na-young se virou, entrando no hospital.

Quando estava prestes a seguir o espírito, no entanto, Si-eun ouviu um barulho e olhou para trás.

- Ryung-gu! - Ela arfou, dando alguns passos para frente, observando os dois ceifadores lutarem.

Estava assustada. Não sabia se deveria se preocupar ou não. Bem, eles estavam mortos, então não tinha perigo de um acabar matando o outro durante uma briga. Mas... era difícil convencer seu cérebro do contrário.

- Parem com isso! - ela gritou, se aproximando, tentando pensar numa forma de interromper aquilo.

Eles estavam se movendo rápido demais. E não é como se ela soubesse lutar ou tivesse a força deles, então não iria arriscar se meter no meio, porque com certeza seria atingida.

Perdendo o pouco bom senso que tinha, ela se curvou para a frente, tirando uma das botas que calçava e mirando no ceifador mais perto.

Quando viu que tinha atingido Joong-Gil ela riu sem humor, intimidada com o olhar que ele a lançou.

Ele soltou Ryung-gu, e quando Si-eun piscou, estava prensada contra uma parede, sendo enforcada por ele.
Ela balançou os pés, percebeu que estava suspensa no ar, e colocou suas mãos sobre a dele.

Estava ficando sem ar. Sua visão começava a ficar embaçada e seus olhos lacrimejavam.

- Está muito enganada se acha que esse é o único preço que irá pagar por esconder uma Alma Fugitiva, certo, chefe Koo?

- Solte-a! - Si-eun ouviu a voz de Koo Ryeon. - A chefe deles está sem habilidades. Eles só estão cumprindo minhas ordens.

Si-eun sentiu seu corpo ser jogado no chão e gemeu. Seu pescoço estava extremamente dolorido, assim como sua garganta.

Ela tossiu repetidas vezes, e respirou fundo, tentando recuperar o ar.

Se assustou quando sentiu Jun-woong a segurar gentilmente, tentando fazê-la se sentar.

- Você está bem?! - ele perguntou preocupado.

Sem responder, ela piscou, numa tentativa de afastar as lágrimas que tinham se formado em seus olhos, e olhou para Joong-Gil.

Ele a lançou um último olhar antes de sumir junto com Koo Ryeon.

Fio InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora