Fio Vermelho

2.4K 309 42
                                    

A/N:
Simplesmente odiei esse capítulo, mas não posso descartar ele porque ele é importante pra evolução da relação dos dois.
Vocês não tem ideia COMO é difícil escrever sobre o ponto de vista dele mds 😅
Boa leitura

------------------------------------------------------------

Joong-Gil estava em seu escritório, sentado à escrivaninha, perdido em pensamentos.

Desde o acontecimento no hospital, ele não conseguia parar de pensar em uma coisa.

Um fio vermelho. Ligando-o àquela humana.

Era ridículo.

Estúpido.

Impossível.

Ele saberia se houvesse uma alma gêmea. Ah, até pensar naquilo o fazia sentir nojo.

E mesmo que possuísse uma, era irracional que fosse uma pessoa como ela.

Inconsequente.

Idiota.

Ingênua.

Fraca.

Não, aquilo deveria ser um erro. Com certeza aquilo era um erro.

Se levantando, ele saiu do escritório, caminhando até o escritório da Imperatriz de Jade, determinado a descobrir o que estava acontecendo.

— Por que a humana que trabalha na equipe de prevenção tem um fio vermelho que me conecta a ela? - ele perguntou a Diretora assim que entrou no escritório.

A mulher o olhou surpresa por sua súbita presença, e então voltou a relaxar, se recostando contra a cadeira a qual estava sentada.

— O que quer dizer com isso?

Joong-Gil respirou fundo, tentando se acalmar.

— Isso tudo foi planejado? Ela trabalhar aqui?

— Coincidências acontecem, você sabe. - A Imperatriz disse. - Além disso, mesmo que não seja coincidência, não há como eu saber.

Ele tensionou o maxilar, e então se curvou levemente, se virando para sair, quando ouviu a Diretora falar:

— Eu me pergunto porque isso o incomoda tanto.

Sem responder, ele saiu escritório afora.

Joong-Gil não possuía um motivo racional para explicar o porquê de isso o incomodar.

Talvez fosse porque não fazia sentido.

Ele não lembrava dela, e isso provavelmente significava algo. Sequer sabia ds sua existência até ela começar a trabalhar em Jumadeung. Era estranho, para dizer o mínimo, que ele não se recordasse de nada relacionado a humana.

Ele balançou a cabeça.

Era inútil pensar naquilo.

Enquanto pensava sobre tudo isso, percebeu que havia andado até o escritório da equipe de prevenção.
Parando por um instante, ele decidiu entrar, sem um objetivo real.

A sala estava vazia, exceto por uma pessoa.

A humana.

— O que está fazendo? - perguntou levemente curioso, arqueando uma sobrancelha.

Observou-a dar um pulo assustada, quase derrubando o que segurava.

— E-eu... tô me maquiando... - ela respondeu, corando.

Ele a analisou por um breve momento. Ela estava com um olho pintado de roxo, e segurava uma paleta e um pincel com as mãos.

— Hm, desculpa. - Ela se levantou, soltando os objetos sobre a mesa. - O senhor quer algo? A Srta Koo saiu, mas deve voltar em alguns minutos... eu acho, se quiser esperar. - Sorriu nervosa.

Ah certo. Ele não tinha pensado nisso.

— Eu... volto outra hora. - falou, saindo do escritório, a deixando sozinha.

"Me deixe sozinha!", gritou.

Ele a ignorou, tentando se aproximar dela, mas parou quando um objeto foi atirado em sua direção.

"Você tem que parar de agir assim! Já faz quase um ano. Precisa ao menos se alimentar direito!", ele bradou.

Ela riu sem vontade, o olhando com a visão embaçada por conta das lágrimas.

"Fala como se o que tivesse acontecido fosse algo irrelevante, patético!", ela soluçou. "Mas talvez a culpa seja minha por esperar que você entenda como é amar alguém."

Joong-Gil abriu os olhos.
Sequer tinha notado que tinha adormecido.

Franzindo o cenho, ele encarou seu escritório vazio. Aquele sonho havia sido diferente.

A mulher de seus sonhos dessa vez era ela. Diferente, mas ele tinha certeza que era ela.

Passando uma mão por seu rosto, ele suspirou. Estava mais confuso que nunca.

Olhando para o relógio em seu pulso, decidiu que estava na hora de ir descansar.

Se levantando, ele começou a caminhar em direção a saída, mas parou quando ouviu uma batida na porta.

— Entre. - disse, voltando a se sentar.
Ao ver a humana entrar no escritório, surpresa preencheu seu olhar, assim como curiosidade.

Ele franziu o cenho.

— O que quer?

Ela parou apenas alguns metros de onde ele estava, olhando ao redor do cômodo. Mexia as mãos nervosamente.

— Eu não tenho o dia todo. - falou quando percebeu que ela estava levando tempo demais para falar.

— Eu... só vim me desculpar. Sabe, por ter te chutado e atirado uma bota na sua direção aquele dia. - O rosto dela ficou vermelho, e ela ainda evitava seu olhar.

Aquilo o surpreendeu. Mais do que esperava. E fez com que sentisse algo estranho.

A observando, ele disse:

— Eu também lhe devo desculpas.
Ao ouvir isso, ela finalmente o olhou, os olhos levemente arregalados e a boca aberta em choque.

Joong-Gil quase riu, principalmente ao vê-la ficar ainda mais vermelha.
Quase.

— B-bom, era só isso. - ela gaguejou. Sorrindo minimamente, ela se curvou. - Hm, acho melhor eu ir agora. Boa noite.

— Boa... noite.

Após ela sair, ele ficou parado, pensando no que tinha acabado de acontecer.

O sentimento estranho que tinha sentido havia passado. Entretanto, sentia algo novo e estranho, que não conseguia reconhecer.

Suspirou. Provavelmente era apenas o cansaço.

Fio InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora