Três passos para trás

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Si-eun andou pelos corredores de Jumadeung, sentindo seu peito doer. Sequer tentava limpar as lágrimas que caíam em seu rosto, pois sempre acabava chorando novamente. Sua visão estava embaçada, mas a única coisa em que pensava naquele momento era em Joong-Gil.

Como ele podia ter feito uma coisa tão terrível?

Por que ele havia feito aquilo?

Ela invadiu o escritório dele, o encontrando sentado a mesa, parado.

Ele não se moveu. Como se já soubesse que ela iria vê-lo. Como se a estivesse esperando.

Si-eun se aproximou, respirando fundo numa tentativa de controlar sua respiração desregulada.

— Por que fez aquilo?! – perguntou, se esforçando para não gritar. — Você poderia tê-la matado.

— Qual a diferença? – Ele a olhou. — Ela queria morrer, eu apenas fiz com que Koo Ryeon não pudesse interferir mais.

Si-eun deu um passo para trás, em choque.

Era como se a pessoa a sua frente fosse alguém totalmente diferente.

— Você não pode estar falando sério. – Ela o olhou com raiva. — Koo Ryeon estava a salvando. Esse é o nosso trabalho. – Si-eun andou em sua direção. — Você não pode simplesmente aparecer e fazer aquilo! – Ela franziu o cenho, o encarando. — Me diga por que você fez aquilo. Me diga que você foi forçado a fazer aquilo, qualquer coisa. – Lágrimas escorreram por seu rosto. — Por favor. – ela pediu.

Joong-Gil a olhou por um momento, sem a responder.

Ela esperou por uma resposta. No entanto, ele não disse nada.

Si-eun cobriu a boca com a mão, fechando os olhos e tentando se acalmar.

— Você fez isso para machucar Koo Ryeon? – perguntou por fim.

Ele desviou o olhar, tensionando a mandíbula.

— É o que ela merece. Ela me enganou. Ela trabalhou anos comigo, só para eu descobrir que ela é uma pessoa fraca, que tirou a própria vida.

Si-eun não soube como reagir. Como alguém poderia pensar daquela forma?

E o pior era o fato de que ele tinha feito aquilo apenas para machucar sua amiga. Como ele podia ser tão... cruel?

Ela apoiou as mãos na mesa.

— Como pode falar assim dela? Koo Ryeon definitivamente não merece isso. Ela é uma pessoa boa! E no entanto, você a odeia por um motivo tão ridículo como fato dela ter tirado sua própria vida. – Ela pausou, respirando fundo. — Eu nunca entendi porque você odiava nossa equipe, mas nunca pensei que esse fosse o motivo.

— Pessoas que cometem suicídio são egoístas e fracas, e merecem sofrer e pagar por isso.

Ele ficou de pé e se aproximou dela.

Si-eun o encarou.

— Isso é ridículo! Se você pensa assim, então eu acho que nossa relação, ou o que quer que seja isso que temos, termina aqui.

O encarando, Si-eun esperou por uma resposta, por um pedido de desculpas, por qualquer coisa. Entretanto, ele apenas retribuiu o olhar, sem dizer uma palavra sequer.

Ela passou a mão no rosto para limpar as lágrimas que caíram, engolindo em seco.

— Joong-Gil. – A voz dela falhou. — A partir do momento que eu sair desse escritório, tudo está acabado. Você tem certeza de que não tem nada para dizer?

Fio InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora