Si-eun andou pelos corredores de Jumadeung, sentindo seu peito doer. Sequer tentava limpar as lágrimas que caíam em seu rosto, pois sempre acabava chorando novamente. Sua visão estava embaçada, mas a única coisa em que pensava naquele momento era em Joong-Gil.
Como ele podia ter feito uma coisa tão terrível?
Por que ele havia feito aquilo?
Ela invadiu o escritório dele, o encontrando sentado a mesa, parado.
Ele não se moveu. Como se já soubesse que ela iria vê-lo. Como se a estivesse esperando.
Si-eun se aproximou, respirando fundo numa tentativa de controlar sua respiração desregulada.
— Por que fez aquilo?! – perguntou, se esforçando para não gritar. — Você poderia tê-la matado.
— Qual a diferença? – Ele a olhou. — Ela queria morrer, eu apenas fiz com que Koo Ryeon não pudesse interferir mais.
Si-eun deu um passo para trás, em choque.
Era como se a pessoa a sua frente fosse alguém totalmente diferente.
— Você não pode estar falando sério. – Ela o olhou com raiva. — Koo Ryeon estava a salvando. Esse é o nosso trabalho. – Si-eun andou em sua direção. — Você não pode simplesmente aparecer e fazer aquilo! – Ela franziu o cenho, o encarando. — Me diga por que você fez aquilo. Me diga que você foi forçado a fazer aquilo, qualquer coisa. – Lágrimas escorreram por seu rosto. — Por favor. – ela pediu.
Joong-Gil a olhou por um momento, sem a responder.
Ela esperou por uma resposta. No entanto, ele não disse nada.
Si-eun cobriu a boca com a mão, fechando os olhos e tentando se acalmar.
— Você fez isso para machucar Koo Ryeon? – perguntou por fim.
Ele desviou o olhar, tensionando a mandíbula.
— É o que ela merece. Ela me enganou. Ela trabalhou anos comigo, só para eu descobrir que ela é uma pessoa fraca, que tirou a própria vida.
Si-eun não soube como reagir. Como alguém poderia pensar daquela forma?
E o pior era o fato de que ele tinha feito aquilo apenas para machucar sua amiga. Como ele podia ser tão... cruel?
Ela apoiou as mãos na mesa.
— Como pode falar assim dela? Koo Ryeon definitivamente não merece isso. Ela é uma pessoa boa! E no entanto, você a odeia por um motivo tão ridículo como fato dela ter tirado sua própria vida. – Ela pausou, respirando fundo. — Eu nunca entendi porque você odiava nossa equipe, mas nunca pensei que esse fosse o motivo.
— Pessoas que cometem suicídio são egoístas e fracas, e merecem sofrer e pagar por isso.
Ele ficou de pé e se aproximou dela.
Si-eun o encarou.
— Isso é ridículo! Se você pensa assim, então eu acho que nossa relação, ou o que quer que seja isso que temos, termina aqui.
O encarando, Si-eun esperou por uma resposta, por um pedido de desculpas, por qualquer coisa. Entretanto, ele apenas retribuiu o olhar, sem dizer uma palavra sequer.
Ela passou a mão no rosto para limpar as lágrimas que caíram, engolindo em seco.
— Joong-Gil. – A voz dela falhou. — A partir do momento que eu sair desse escritório, tudo está acabado. Você tem certeza de que não tem nada para dizer?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fio Invisível
Hayran KurguDepois de sofrer um acidente ao tentar salvar a vida de um sem-teto, Im Si-eun descobre a existência de ceifadores. Com isso, recebe a oferta de trabalhar em Jumadeung por seis meses. Ao aceitar a oferta, no entanto, mal poderia imaginar que encont...