Consequences (Reescrevendo)

8.

" - Eu não desisti de você, só te deixei em paz porque essa era a sua vontade..."

Pov Marília

Sabe a sensação de colocar tudo a perder? O sentimento que está perdendo toda o seu esforço, todo o seu desenvolvimento? Me sinto assim nesse exato momento. Talvez o amor não seja um ciclo completo, apenas suba e desça, entre e saia, assim como as pessoas nas nossas vidas.

- Chegamos - Maraísa anuncia enquanto estaciona o carro.

- Eu acho melhor você me levar para casa - Falo enquanto encosto em suas mãos que estão no volante - Me desculpa.

- Te desculpar pelo o que exatamente?

- Eu não quero fazer nada, foi impulso, não deveria ter feito aquilo.

- Podemos só procurar uma lanchonete então? - Ela procura meus olhos - E acabar com o cardápio, como fazíamos antes quando estávamos entediadas?

" - Será que vão matar a gente se pedirmos tudo? - pergunto olhando para o cardápio

- Matar talvez não - Maraísa diz tentando escolher apenas uma opção do extenso menu - Ah fodasse, vamo pegar tudo "

- Com certeza - vejo seu sorriso como se fosse o mesmo de anos atrás.

Quem estamos tentando enganar? Não há como fugir do amor, você pode tentar, e sofrer com todas as tentativas fracassadas, como eu. Ele sempre, sempre estará onde você tenta sabotar.

Chegando na lanchonete sinto memórias voltando, momentos tão especiais que na minha cabeça já tinham desaparecidos, mas não, ainda estavam lá.

- Vamos querer tudo - Maraísa afirma para o garçom - Menos as saladas.

- Com todo respeito - O garçom pega o cardápio - Vocês vão aguentar tudo? Temos taxa de desperdício.

- Sim - Ela sorri animada - Queremos tudo.

Não consigo controlar o sorriso que saí do meu rosto, Maraísa parecia uma criança, como se estivesse na sua primeira vez em uma lanchonete.

- Lila? - Maraísa senta ao meu lado - Você tá quieta, quer ir embora?

- O que estamos fazendo? - Pergunto sem ao menos responder suas perguntas anteriores.

O tão falado silêncio se estabelece no ambiente. Ótimo!! Nenhuma das duas fazem ideia do que está acontecendo.

- Eu só queria ficar perto de você, eu não queria te forçar a ficar, podemos ir embora se você quiser.

- Eu não quero - Dou de ombros - Senti sua falta.

- Você podia me mandar mensagem...

- Você tá brincando, não tá? - Debocho da sua última fala.

- Você já tentou parar de ficar tão na defensiva?

- Você tentou me entender? - Pergunto incrédula - Não é possível que você seja tão hipócrita assim.

- Eu sou hipócrita - Ela diz apontando para si - E você é ignorante, olha?! Estamos na mesma.

Me calo, não como forma de redenção, mas sim para não se formar uma nova briga. Passamos bons minutos em silêncio, até que os nosso pedidos foram chegando.

- Me desculpa - Maraísa quebra o gelo enquanto arruma os pedidos na mesa - Não posso medir seus sentimentos, eu não sou você.

- Me fala o que você sente, enquanto você sente.