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Pov Maraísa

- Você está muito acelerada - Maiara tenta me acalmar - Vocês moram juntas, tem uma vida juntas, esse é só mais um passo.

Estávamos nos arrumando para ir no cartório, fazer um casamento tradicional no civil. Só que meus planos eram um pouco diferente, iríamos sim, nos casar, mas não como Marília imaginava.

- Eu sei Mara - me afasto para conseguir um pouco de ar - Mas e se der errado? Eu planejei tudo em cima da hora.

- Realmente - ela se aproxima novamente e começa à arrumar meu vestido - Poderia ter nos dado um prazo maior.

- MAIARA? - brigo com a minha irmã - Era para você me apoiar.

- Eu estou te apoiando - ela puxa com força o zíper do vestido - Você é boa com as palavras, vai saber, como fazer o momento ficar perfeito.

- E se ela desistir?

- A Marília? - ela se vira pra mim com uma cara de dúvida - A mulher, que é completamente apaixonada por você? A pessoa que chorou durante 2 anos, pela sua ausência? Sério?

Quando vou responder, Luisa bate na porta do quarto.

- Está tudo certo - ela diz batendo palma - Ela não desconfia de nada.

- Já está tudo certo? - Olho pra Luísa pelo espelho - Tudo mesmo?

- Sim! - ela diz com um sorriso confiante.

- Padre? - começo a listar as coisas na minha cabeça.

- Sim.

- Jardim?

- Com toda certeza - ela diz se vangloriando - Maraísa, eu sou um máximo, e ainda ajudei na roupa da Marília.

- Que roupa ela está usando? - tento tirar essa informação dela, mas sou barrada.

- Para de graça - Maiara me dá um tapa - Você já está pronta.

- Minha amiga - Luísa me vira para ela e começa a assobiar - Que legado é esse?

Maiara me vestiu com um vestido branco, mangas bufantes e um cinto, também branco. Meu cabelo estava preso em um rabo e minha maquiagem era clara, apenas para destacar meus detalhes.

- Achei que não ia ficar nervosa - Começo a fazer exercícios de respiração - Estava completamente errada.

- É normal - minha gêmea continua com seu trabalho de me acalmar - Mara hoje é um grande dia! É normal.

- Confia no processo - Luísa tenta me passar sua confiança - Planejamos tudo na pressão? Sim, mas vai dar tudo certo.

- Eu realmente espero isso.

Pov Marília

- EU VOU SER TIO? - Edu que estava me ajudando com a maquiagem, grita no mesmo segundo que eu conto a novidade - COMO ASSIM?

- PORQUE VOCÊS GRITAM TANTO? - grito mais alto ainda com meu amigo - Maraísa não sabe ainda.

- E eu posso saber, o porque não? - Ele faz uma pose, colocando a mão na cintura.

- Eu vou contar hoje - me levanto pata pegar a caixa que estava na bolsa - Eu fiz isso...

Eu preparei uma caixinha com um laço, dentro tinha um teste de gravidez positivo, e os detalhes da inseminação, eu sabia como isso era importante para ela, e como queríamos isso.

- Eu acho que eu vou chorar - ele começa a limpar as lágrimas falsas.

- Eu ia contar hoje mais cedo, mas achei melhor depois de estarmos casadas.

- Ela ia amar de qualquer jeito - ele me abraça e me dá um beijo na cabeça - "Hoje mais cedo"? Achei que vocês estavam brigadas, pelo o que Maiara disse.

Maiara e sua boca aberta.

- Eu estava com tanto medo - tento não pensar no momento, que me afligia tanto - Eu achei que ela ia terminar tudo.

- Ela não ia - sua voz reconfortante ajuda - Ela nunca vai fazer isso.

- Eu sei - dou um sorriso fraco - Eu não conseguia pensar, parece que sem ela, a vida não faz sentido.

- Com o amor também se aprende Marília - ele me coloca na frente do espelho para ver o seu trabalho - Vocês já erraram uma vez, não vão fazer de novo.

Tendo absorver cada palavra que meu amigo disse, mas a Lau praticamente estava a quebrar a porta.

- Está tudo certo aqui? - ela entra no quarto, e Luísa entra logo depois.

- Dona Ruth disse que já está nos esperando - Luísa diz enquanto digita alguma coisa no celular - Henrique também veio.

- Achei que era uma coisa simples - acho estranho ter tudo isso de pessoas em um casamento no cartório - Mais alguém vai vim?

- Além dos pais da outra noiva - Lau dá de ombros enquanto arruma a barra do meu vestido - Acho que mais ninguém.

Presto atenção em Luísa que não para de mexer no celular um minuto, além de ficar apressando todos, o tempo todo.

- Está na hora - Luísa levanta autoritária - Temos que ir.

Me levanto e espero todos saírem do quarto, Maraísa pelo o que eu tinha entendido, já estava lá. Estávamos todos a caminho do carro, não conseguia tirar a minha atenção da minha amiga que estava inquieta. Pego meu celular para ligar para Maiara, para saber se está tudo resolvido, mas não sou correspondida, ela não atende o telefone, acho estranho, já que Maiara sempre atende o celular.

- Será que elas estão bem? - Tento não ficar nervosa, com o fato de estar sem notícias - Elas não me responderam.

- Maiara deve estar ocupada - Edu segura minha mão - Você precisa ficar calma.

- É fácil dizer - murmuro

Quando entramos no carro, é o mesmo clima de sempre, menos Luisa, que dessa vez não colocou o som no último volume, nem tentou jogar a Lau do carro.

No caminho começo a ficar nervosa, minhas mãos estão suando e meu coração está acelerado. É doido, pensar em tudo que passamos, até chegar hoje. Foram momentos difíceis, doloros, até momento que eu pensei em desistir do amor, dias que eu pensei que não sabia mais amar, até voltar para os braços da mulher que eu sempre amei, e ver que tudo valeu a pena.

Viajo nos meus pensamentos, quando paro para observar, vejo que estamos seguindo um caminho diferente, não entendo e decido cutucar Luísa que estava no volante.

- Acho que o cartório, é lá pra trás.

- Lila, meu amor - Ela se vira rapidamente apenas para me olhar - Eu sei onde fica o cartório.

Decido não questionar mais, talvez estamos indo em um cartório diferente, apenas ignoro o caminho e tento ignorar todo aquele nervosismo. Depois de alguns minutos, estacionamos em um lugar que não era conhecido por mim.

- Chegamos - Luísa tira a chave do carro, desce e abre a porta para mim - Esse é o seu grande dia Lila.











Consequences (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora