Consequences (Reescrevendo)

22.

" Então, você trouxe à tona o melhor de mim, uma parte de mim que eu nunca tinha visto.Você pegou minha alma e a purificou. Nosso amor foi feito para as telas de cinema "

Pov Marilia

Não sei nomear minhas emoções, não sei identificar o que estou sentindo, o gosto amargo do sangue na minha boca, as mãos suando pela ansiedade, as lágrimas que insistem em descer, e o vazio que corrompe até o mais lindo amor já visto.

Minha mãe sempre fala que a espera é como uma prisão sem grande, que te permite andar e andar sem sair do lugar, mas continua aqui. E é assim que eu me sinto, me sinto em uma prisão, não posso fazer nada, não posso demonstrar fraqueza, não posso. Esperar os médicos voltarem com notícias da Maraísa que ainda está na sala de cirurgia, por um acidente, que foi causado por mim, é um sentimento péssimo, como se eu fosse a real culpada por tudo o que está acontecendo.

- Você precisa respirar um pouco Lila - Luisa está sentada do meu lado com as mãos nas minhas costas - Ela vai ficar bem.

- A culpa foi minha - Começo a sentir o tremor nas minhas pernas voltando.

- A culpa não é de ninguém Lila - Maiara se faz presente - Meus pais já estão chegando...

Ficamos alguns minutos todas quietas, o que é uma raridade, sempre puxamos assuntos e costumamos irritar umas às outras.

- Quem são os parentes de Carla Maraísa Henrique? - Um médico alto se faz presente na sala de espera.

Eu e Maiara nos levantamos rapidamente e fomos em direção ao médico na nossa frente.

- Como ela está doutor? - Maiara diz ansiosa.

- Ela tá estável, foi só um susto, vamos manter ela em observação - Ele começa a mexer nas papeladas da sua prancheta - Mas infelizmente não conseguimos salvar a gravidez.

- Gravidez? - pergunto confusa sem entender do que ele estava falando, até lembrar de minutos atrás com Murilo.

" - Ela está grávida Marília "

- Merda - Maiara fala inconsciente - Ela ia te falar Lila, ela só estava esperando o melhor momento...

Luísa abraça Maiara que já estava chorando. Meu corpo simplesmente travou, não consegui chorar, não consegui ter reação alguma. É como se o mundo todo tivesse parado ali, como se a única coisa importante era o estado da minha noiva.

- Eu quero falar com ela doutor - Me coloco na frente de Maiara e sou direcionada para o quarto.

- Ela ainda está anestesiada - O médico explica antes de sair da sala.

Seu rosto está sereno como sempre, sua respiração está calma, seu rosto com alguns machucados, alguns cortes na testa me chamam a atenção, seus lábios estão inchados com um corte e sua pele está mais branca que o normal.

Me sento ao seu lado segurando a sua mão, faço uma leve massagem no lugar e deixo as lágrimas saírem de uma vez.

- Oh meu amor - Passo a mão pelo seu rosto delicadamente - Me perdoa, eu só queria acertar as coisas, eu só queria nos proteger...

" - Você é uma pessoa egoísta por achar que sabe qual é o melhor pra mim - encaro seus olhos - Você nunca vai sabe qual é o melhor para outra pessoa"

E era isso, o tempo todo julguei suas ações, de sempre tentar me proteger, mas no primeiro momento, eu fiz exatamente a mesma coisa, as mesmas atitudes, e tive as mesmas consequências, machucar a pessoa que eu mais amo no mundo.