Consequences (Reescrevendo)

38.

Pov Maraísa

- EU VOU MATAR ESSE FILHO DA PUTA

- Maraísa você precisa parar - Meu acessor tentava me acalmar - Vamos resolver isso, você só precisa se acalmar.

Chegamos em casa e ligamos para todos do escritório, não conseguia enxergar outra solução, além de matar esse homem.

- Eu não quero me acalmar - tento pegar meu celular que estava na sua mão - Me dá essa merda.

- O que está acontecendo? - Maiara entra na sala, já com outra roupa.

Quando chegamos, Maiara estava toda vomitada, pedi para Marília, cuidar dela, até eu resolver tudo, o que claramente não estava acontecendo.

- Você está visivelmente alterada - Edu tentava me puxar para sentar do seu lado - Ficar desse jeito só vai te deixar pior.

- Eu não vou me acalmar até resolver isso - Fujo dos braços do meu amigo.

- Irmã está de madrugada - Maiara estava parada, com os olhos fechados massagendo a própria nuca - É só uma música, você pode fazer outra.

- Eu não quero fazer outra - eu estava gritando, tentando deixar claro que não queria abrir mão de uma coisa tão importante para mim - Essa era uma das principais do álbum.

- Se você não for se acalmar por mim - Maiara me segurava pelos ombros - Se acalme pela sua mulher, e pelo seu filho.

Foi como se tivesse sido um estalo, para lembrar o motivo de tudo aquilo, eu estava gritando para o vazio, naquele momento não tinha o que fazer. Quando procuro pela sala, não encontro minha esposa, tento fazer minha cabeça voltar ao normal, me permito relaxar daquele momento estressante.

- Ela está lá em cima - Minha irmã sussurra devagar - Eu cuido por aqui...

Subo correndo as escadas, não queria estressar ninguém, nem brigar ou algo do tipo, só queria deixar claro, o que eu estava sentindo.

- Lila? - pergunto enquanto entro no meu quarto devagar.

- Eu tô aqui.

Ela estava deitada na cama, assistindo alguma coisa na TV, já tinha trocado de roupa, o quarto estava cheirando sabonete, e seu óculos que acompanhava ela para todo lugar.

- Você está mais calma? - ela diz ainda sem desviar o olhar da TV.

- Como você está tão calma? - pergunto enquanto arrumo seus cabelos rebeldes.

- Eu não vou me estressar com isso.

- Como não? - Eu estava começando a ficar nervosa com tanta tranquilidade, na minha cabeça não fazia sentido toda aquela postura - Lila essa era nossa música.

- Você realmente está brava pela música? - Ela me perguntava, ainda olhando para a TV - Ou porque foi o Murilo que roubou?

Não respondo, não consigo pensar em uma resposta sensata agora, e de verdade, nem sei se tenho uma.

- E isso importa? - retruco apenas para não ficar sem falar nada.

- Importa - ela se sentava para me olhar melhor - Ele sabe que você vai ficar irritava com isso, por isso faz.

- E você não se importa?

‐ Me importo - ela dava de ombros - Mas eu me importo mais com a nossa família, com você, com nosso filho e até mesmo com a Maiara bêbada - Ela dava risada da sua própria fala - Eu não vou trocar meus valores, é só uma música, e eu sei o quanto é importante para você, mas eu me importo mais com o que estamos construindo.

E realmente, eu estava gritando sem necessidade, agindo por impulso, sem me importar com que realmente é importante, minha família importava, mas não era o que eu estava mostrando.

- Eu só estava preocupada, queria que tudo estivesse perfeito - admito derrotada, as palavras dela pesaram mais do que deveria - Desculpa...

- E o que não está perfeito? - Sua voz saia calma, e suas mãos acariciavam meu rosto - Nossa relação está perfeita, vamos aumentar nossa família e eu ainda estou em um projeto, com as duas mulheres que eu mais amo nessa vida.

Sempre aprendi a ser grata na vida, por tudo, mesmo se você não estiver tendo uma vida dos seus sonhos, seja grato, tudo nessa vida é passageiro.

- Eu te amo - abraço minha esposa com o máximo de força que eu consigo - Você não sabe o quanto eu sou grata, por ter você na minha vida.

- Você é a minha vida Maraísa Mendonça Henrique - ela me abraça na mesma intensidade - Eu prometo que vamos resolver isso.

- Me sinto uma idiota - me afasto apenas para olhar nos seus olhos - Briguei com todo mundo lá embaixo.

- Eles vão entender - ela dizia rindo - Você brava, é a coisa mais linda do mundo.

- Eu estava puta, e você estava me admirando?

- Eu sempre vou te admirar - ela deixa um pequeno beijo na minha boca - Sempre.

- Não faz assim - tento me afastar um pouco - Eu perco a postura.

- Que postura?

Não digo nada, um sorriso de indignação sai do meu rosto, começo a fazer cócegas nela, posso perder nos argumentos, mas jamais em uma guerra de cócegas, sinto um travesseiro vindo na minha direção, começamos uma guerra de travesseiro e eu ainda tentava ganhar.

- O que tá acontecendo aqui? - Maiara apareceu na porta do quarto, recebendo um travesseiro na cara.

Ninguém fala nada, Maiara fica parada na porta, sem reação, Marília tenta se desculpar por ter acertado nela sem querer, mas a única resposta da minha irmã é jogar um mais forte ainda de volta.

E assim foi quase 20 minutos, Maiara tentava acertar Marília a todo custo, enquanto eu puxava ela para defender minha esposa.

- Maiara eu tô grávida - Lila tentava usar como desculpa para ver se Maiara parava - VOCÊ GANHOU.

- Obrigada - minha gêmea saia do quarto sem dizer mais nada - Eu só vim dar tchau, Edu vai me levar para casa, boa noite.

Marília dava risada de tudo isso, eu aproveitei o momento para tomar um banho, antes de me deitar.

- Você está cheirando sabonete - me encaixo no pescoço da minha esposa - Eu amo seu cheiro.

- Você viu? - ela falava enquanto me puxava mais pra perto - Quando você tirou isso da sua cabeça, não conseguiu ficar mais irritada, até perdeu na guerra de travesseiro.

- Eu não perdi - me defendo rindo da situação - Foi empate.

- Se você diz - sinto suas mãos fazendo uma linha imaginaria nas minhas costas.

- Você está certa - começo a beijar o seu pescoço devagar - Eu não estava olhando para o que realmente importa.

- E o que realmente importa? - Ela me olhava com aquele brilho no olhar, que eu tanto amava.

- Você.