Volume 1 da série Andróginos
Adam Taylor Harris tinha tudo o que poderia querer: dinheiro, fama e garotas, mas não o que verdadeiramente precisava. Sob uma fachada de playboy durão, ele esconde feridas não cicatrizadas e fantasmas que ainda o atorme...
— Irmão, o James está louco por conta de sua ausência. — Dylan falou assim que atendi sua chamada duas horas depois do encontro com meu pai.
Após os últimos acontecimentos resolvi ir direto para casa. Não estava com saco para aturar caras idiotas e suas bobagens de fraternidade. O dia fora uma bosta completa e se dependesse de mim estava dado como encerrado.
— Ah cara, diz que estou mal e que não consigo sair de casa. — Pedi enquanto me ocupava em olhar para o teto em busca de alguma explicação para as merdas que afligiam a minha vida.
— Foi tão ruim assim? — Ele questionou desapontado.
— O almoço e todo o resto da porcaria do dia. Sinceramente nem pretendo sair de casa. Só quero dormir e sentir que nada do que houve foi real.
— Mas nem a pau. — Dylan protestou decidido. — Temos a semana inteira para farrear antes do início das aulas. Vamos deixar as merdas de lado e focar na curtição. Moira está contando com você hoje à noite e ela está especialmente feliz.
É claro que ela estaria. Provavelmente meu "rompimento" com Sam já estava sendo noticiado em todos os grupos estudantis do campus. Desde que comecei a transar ocasionalmente com Samantha, Moira iniciou a campanha Sam vadia para que eu ficasse o mais longe possível da loira mesmo aceitando fazer seus trabalhos em troca de quantias obscenas.
— Qual o problema dela com Sam? — questionei farto de toda a situação.
— Fora as palavras e atitudes elitistas que deixam a princesa do aço tão charmosa? — meu amigo questionou com sarcasmo.
Eu sabia sobre o que ele falava, mas sentia que a raiva de Moira ia além dos comentários preconceituosos da loira e eu estava afim de descobrir.
— A tampinha está em casa? — questionei já fora da cama.
— Acho que sim. Com Eve lá agora, ela quase não arreda o pé.
Claro. A vovó Berry é o mais novo projeto de Moira. Aposto como a essa altura uma deve estar fazendo trança no cabelo da outra.
— Vou ligar para saber se é seguro adentrar a cova das leoas nesse momento. — avisei.
— É o mais sensato a se fazer. Nos vemos na festa, então? — Dyl perguntou em expectativa.
— Me resta alternativa?
Ele sorriu respondendo que não, antes de encerrar a chamada.
Joguei o celular na cama e fui ao closet à procura de roupas e tênis adequados à uma corrida pela praia antes de ligar para Moira e convencê-la a me acompanhar. Nossas conversas sempre fluíam melhor em meio à atividade física. Plantei o polegar no botão do iPhone para que minha digital fosse reconhecida e a tela do celular desbloqueada, mas quase o joguei de volta à cama quando uma mensagem de Otavian fora sinalizada.
— Caralho. Será que ele já não ferrou o meu dia o suficiente?
Irritação correu pelas veias quando abri a aba de nossas poucas conversas do aplicativo e li a intimação:
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