Íris

Avenue

Oi gente, tudo bem ?
Sejam bem vindos a mais um capítulo!
(Sim, tô meio inspirada)
Aproveitem e um grande beijo no coração 💚

Bobby Montana pov.

Me jogar do prédio do dormitório seria uma morte muito trágica ?
Provavelmente sim, Nicky se acabaria e eu tenho medo de altura.
Talvez um acidente de carro, então...mas eu não sabia dirigir.
Estava ficando sem opções e minha rotina de acordar ainda de noite e voltar de madrugada estava acabando comigo. Apenas quatro horas de sono estava diminuindo meu rendimento na aula e nos treinos e tudo por culpa de Damian.
Ok, a culpa era completamente minha e das drogas daquelas quatro cervejas que literalmente acabaram comigo.
Acabaram comigo e com qualquer pretensão de vida que eu teria enquanto morasse com Damian, já que eu estava fugindo dele como o diabo fugia da cruz.
E tudo isso começou no dia seguinte da minha bebedeira, quando além da ressaca moral infernal, tive os flashes que me causaram praticamente uma síncope.
As palavras...o toque...
Merda!
Ninguém jamais tinha chegado tão longe e lá estava ele, a droga do infernal Drácula, me vendo pelada, fazendo a revelação de que não era gay e literalmente deixando uma bêbada burra, ridiculamente molhada.
Mas eu jamais admitiria isso, eu preferia tomar veneno ao assumir a sensação de tê-lo daquela forma.
O corpo, o cheiro, as mãos fortes em mim...foram um sonho! Apenas isso, um sonho!
Um sonho de vários dias atrás, que venho me escondendo firmemente.
Evito encara-lo até na hora do almoço, quando infelizmente, precisamos compartilhar o mesmo refeitório, ainda que ele se sente na mesa dos lutadores e eu esteja bem escondida entre as montanhas que chamo de colegas do futebol.
Do contrário de minha péssima perspectiva em casa, minha vida acadêmica anda correndo bem durante a semana e Wally me acompanha em todas as refeições do dia, me abrigando em seu alojamento. Wally e eu estávamos bem próximos e ele havia se preocupado na noite fatídica, ainda que eu tenha explicado que tudo correu tranquilamente e não havia nada com o que se preocupar.
E quando não estava com Wally, ou fugindo de Damian, eu ficava no refeitório, desfrutando da minha própria companhia.
Bom, quase.
- É sério que vai me ligar todo santo dia ? — perguntar TJ tediosamente. – Está acabando com as minhas chances com as garotas.
- Seja um bom melhor amigo e me faça companhia durante meu desespero. — resmungo enquanto como minha salada.
- É difícil te fazer companhia em uma sexta-feira à noite sendo um solteiro universitário. — reclama do outro lado da tela de meu computador. – Por que não vai pro dormitório ou sai um pouco ?
- E encontrar Damian ? — pergunto.
- Você está fazendo muita tempestade por isso. — revira os olhos. – Ele te viu pelada e você gostou um pouco demais da pegada do tal Drácula. — sorri malicioso e eu choramingo.
- Isso é um pesadelo!
- Pesadelo é você estar empacando a foda do seu melhor amigo pra que ele fique vendo você comer uma salada de dez dólares e se martirizando, sendo uma virgem excitada. — agradeço por estar de fones nesse momento.
- Não foi bem iss...— ele me interrompe.
- Qual é, B! — reclama. – Eu te conheço desde que usava enchimento no sutiã, sei que se assustou e está fugindo do cara.
- Estou sendo ridícula ? — pergunto incerta.
- Claro, ele provavelmente nem lembra disso! — tranquiliza-me. – Fora que você tem o álibi da bebida, muitas pessoas esquecem de tudo quando estão bêbadas.
- Essa é uma boa ideia. — sorrio pensativa. – Obrigada, Tee! — me despeço. – E bom encontro!
Ele acena e desliga a videochamada.
Ok, eu simplesmente poderia ser uma mulher corajosa e fingir que me esqueci completamente de tudo isso.
Era maduro ? Não.
Mas eu faria ainda sim ? Exatamente.
Suspirei,  me levantei,  joguei a embalagem de minha salada fora, peguei minha bolsa e segui meu caminho até meu quarto.
Destranco e suspiro aliviada ao encontrá-lo vazio.
- Quase achei que tinha voltado pra sua casa na Califórnia. — ouço e solto um gritinho assustado.
- Droga! — vejo minha bolsa no chão e me viro para encara-lo, voltando a fechar meus olhos rapidamente.
- O que foi ? — pergunta calmamente enquanto caminha até sua cama. – Não é como se nunca tivesse me visto assim. — posso sentir a malícia em sua voz.
Não se intimide, Bobby.
Suspiro e abro meus olhos, encarando-o enquanto ele sorri com os braços flexionados sobre a cabeça, exibindo o corpo bronzeado e musculoso, além de um sorriso perfeito e presunçoso.
- Você não anda muito sem camisa no dormitório então me assustei. — me levanto e evito seu olhar, tentando sustentar minha farsa.
- É...eu costumo estar assim antes ou depois de me molhar. — diz subjetivamente e eu ignoro a provocação.
- Imagino. — sorrio sem graça caminhando para o closet.
Fecho a porta sentindo meu coração pular em minha garganta enquanto tento controlar o nervosismo.
Ok, Bobby...você está indo muito bem, então coloque seu pijama e seja a garota esquecida.
Eu seria a garota com falha de memória.