Toxic

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Oi gente! Tudo bem ?
Sejam bem-vindos a mais um capítulo!
Espero que todos estejam saudáveis e aproveitem a leitura!
Obrigada por estarem aqui comigo e beijo no coração. 💚



Damian Wayne pov

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Damian Wayne pov.

Uma das poucas vantagens de reuniões com acionistas — além de poder rir de Jason de terno — é o fato de sempre ter algum velho preguiçoso que acaba a reunião mais cedo e somos liberados de reuniões por uma semana, até que os acionistas em geral parassem de brigar, e nada melhor do que ver dois homens engravatados xingando um ao outro.
Bocejo mais uma vez, brincando com a caneta dourada entre meus dedos, posso ver o olhar de julgamento de Dick aos meus movimentos.
Hoje, esta reunião contava com Jason e Dick, além de mim.
Já que foram os últimos a usar dinheiro Wayne para investimentos, Bruce os forçava a encarar seus lugares como acionistas em troca do investimento. Eu pelo contrário, era obrigado a participar de todas as reuniões, sem exceções.
Sim, os outros tinham um pouco mais de sorte que eu.
Quando ouço uma confusão entre barulhos de papéis e cadeiras, constato que finalmente acabamos. Nós sempre éramos os últimos a sair, muitos apertos de mãos e puxação de saco eram feitas.
Quando sobraram apenas Bruce, eu, Jason e Dick, finalmente afrouxei minha gravata.
- Frank me contou. — comentou Jason repentinamente sorrindo malicioso, fazendo com que todos o encarássemos.
- Contou o que ? — pergunta Dick.
E antes que Jason pudesse terminar, ouvimos porta ser aberta abruptamente e encaramos um Tim estranhamente vermelho marchando em minha direção. Antes que eu pudesse prever, um soco bem dado foi deixado em meu rosto.
Entendi.
E não, eu não iria revidar, ele está no direito.
- Mas o que ? — pergunta Dick confuso agarrando os braços de Drake.
- Seu merdinha...— rosna Tim e posso ver Jason tomar seu lugar ao meu lado.
- O que está acontecendo cara ? — pergunta Dick afastando-o.
- Esse merdinha está comendo Bobby! — exclama. – Enquanto sabia que eu gostava dela...ele a desejava pelas minhas costas!
Encaro Bruce no canto da sala e vejo ele apenas acenar com a cabeça, fechando a porta ao sair.
Sempre nos era dito, que para que conquistássemos o respeito uns dos outros, deveríamos resolver nossas questões, às vezes isso significava ser primitivo se necessário, mas jamais desnecessariamente.
Agora, era um momento necessário.
Empurro Dick e desfiro um soco no rosto de Tim, segurando o contra a parede.
- Não use palavras de merda quando fala dela. — rosno. – E não seja um cuzão com ela. — empurro-o e ele limpa o nariz sangrando.
- Irmão de merda. — murmura ele para mim. – Faça bom proveito. — diz antes de empurrar a porta e sair.
- Oh, merda. — sorriu Jason. – Isso foi bom pra caralho.
- Não diga isso, idiota. — murmurou Dick.
- E no final, essa é a famosa família tradicional de Gotham. — comenta Jason rindo e se jogando em uma cadeira, apoiando seus pés na mesa. – O que exatamente você fez garoto ?.
Me jogo na cadeira bufando e apoio meus cotovelos na mesa, sentindo a dor em meu rosto.
- Bobby e eu acertamos as coisas. — respondo.
- Achei que isso nunca fosse acontecer. — comenta Dick. – Você seria um idiota se deixasse aquele avião partir.
- Você tem quantos anos ? 60 ? — pergunta Jason indignado e posso sorrir um pouco, sentindo meu rosto doer.
- Tim havia dito que gostava dela. — dou de ombros. – Mas foda-se ela sempre foi minha.
- E você disse que ele podia tentar ? — concluiu Dick e eu confirmo com a cabeça.
- Que cuzão. — xinga-me Jason. – Não seja um cuzão mas não deixe aquela garota escapar.
- Já estou sabendo. — abro alguns botões da camisa ainda irritado. – Por que a porra de Gotham inteira tem as garras nela ?
- Porque ela é bonita e gostosa para caralho. — responde Jason e eu e Dick o encaramos. – Mas minha Frank é mais. – Dá de ombros.
- Ela é linda, simpática e está fazendo um bom trabalho no time da faculdade de Gotham. — responde Dick com mais sutileza.
- Por que sinto que não será a última vez que vou ter que socar a cara de alguém por ela ? — bufo irritado.
- Porque grandes bundas exigem grandes responsabilidades. — responde Jason distraidamente e depois que nota os olhares indignados de Dick e eu, sorri.
- Você nunca para de falar ? — pergunta Dick.
- Nosso trabalho é falar a verdade para o garoto. — rebate.
- Pra mim já deu. — me levanto. – Vejo vocês no jantar de sexta.
- Leve a Bobby. — sorri Dick.
- Para você ficar encarando discretamente a bunda dela de novo ? — pergunto irritado lembrando-me dos olhares rápidos de Dick.
- Então nosso garoto inexpressivo é do tipo ciumento. — comenta Jason maldoso e eu reviro os olhos.
- Me comportarei. — promete Dick e eu bufo.
- Tchau. — despeço-me deles me enfiando rapidamente no elevador diretamente para a garagem.
Assim que entro em meu carro, bufo irritado ao ver o hematoma em meu rosto.
A parte que me deixava mais puto, era toda a atenção e comoção que Bobby sempre atraía.
Sempre trabalhoso e complicado, merda.
Eu costumava ser um cara quieto, contido e odeio ser o centro de atenções e holofotes. Porém, desde que Bobby se acomodou em minha vida, sempre há comoção, sempre estou puto.
Por que todos os homens precisam travar seus paus em uma obsessão por ela ? Porra.
Dirigindo com a mente afogada em pensamentos, acabo estacionado frente ao prédio universitário.
Oh, merda.
A grande verdade é que depois da conversa nos fundos de um bar, Bobby e eu apenas nos contatamos virtualmente.
E ela foi responsável por grande parte do meu alívio mental durante uma tarde insuportável de reuniões que pareciam não ter fim.
E então, ela me enviava fotos sorrindo durante seu treino, fotos de contas matemáticas de seus trabalhos que soavam impossíveis e que resolvi escrevendo em folhas de documentos e enviando a ela.
Eu gostava desse clima.
Assim que saí de meu carro, colocando um óculos escuro, já que o por do céu ardia meus olhos. Quando bati a porta do Porsche 911 GT3 que dirigia, já podia sentir os olhares dos alunos universitários.
Aparentemente, nossa tentativa de sair clandestinamente do bar não rendeu bons frutos e agora, mais atenção desnecessária.
Subo pelo elevador e ao chegar em seu andar, suspiro ao encarar a porta com a placa com seu nome.
Dou algumas batidas na porta e ouço a movimentação, aguardo alguns instantes enquanto ela checa o olho mágico e destranca a porta.
- Oi. — sorriu e escondeu seu corpo atrás da porta, me oferecendo passagem. – Acabei de voltar da academia. — comentou e passei detalhadamente meus olhos por seu corpo.
Oh, merda.
O short preto de marca esportiva colava em seu corpo como uma segunda pele, a bunda enorme projetava-se e eu sabia que ela estava sem calcinha. Subo meu olhar e vejo a barriga lisa a mostra e mais acima, um top preto que mantinha seus mamilos projetados.
Ela tinha saído assim.
Merda, eu poderia devora-lá agora.
Meus olhos estavam inflamados e eu quase podia sentir a pulsação do sangue que desceu até meu pau.
- O que aconteceu com seu rosto ? — perguntou encarando-me preocupada e aproximando-se tocando a lateral de meu rosto.
- Tim.
- Tim fez isso ? — perguntou chocada. – Ele não é alguém agressivo.
- Aparentemente, quando alguém rouba sua garota ele não se torna a melhor das pessoas. — dou de ombros.
- E o que você fez depois ?.
- Soquei ele de volta. — dei de ombros e ela arregalou os olhos aproximando-se de meu rosto e tocando-o com delicadeza.
- Isso vai ficar bem ruim. — murmurou ela e se afastou, pegando a maletinha cor de rosa sobre sua mesa. – Senta ali, vou tentar ajudar.
- Não precisa, seria apenas mais um del...— antes que pudesse terminar minha frase, ouvimos um barulho alto colidindo contra a janela.
- Isso foi um pássaro ? — pergunta Bobby se apoiando no batente da janela de vidro. – Oh meu Deus...— diz chocada e me encara.
Me aproximo e quase posso sentir a raiva latente se acomodar em meu peito, pássaros, milhares deles jogados mortos sobre a calçada.
Problemas.
Não haviam ferimentos, apenas o sangue sutil na janela de Bobby pela colisão do pássaro agora jogado sobre o pequeno espaço da janela.
Merda.
Toxinas no ar.
Quando constato isso, já ouço meu comunicador disparar o alarme de problemas. Envenenaram o ar de Gotham, e estava em seu período inicial para evolução, quando a toxina apenas provocava desmaios em um humano, mas muito mais do que isso em animais.
Eu precisava sair daqui e tirar Bobby daqui.
- Nós precisamos ir para um lugar seguro. — seguro em sua mão. – Vou tirar você daqui.
- Mas o prédio e Wally...— tentou argumentar preocupada.
Wally provavelmente já estava em um pequeno apartamento começando a estudar amostras de gás com seu mentor, Barry, ele ficaria bem.
- Ele vai ficar bem, eu prometo. — digo arrastando-a e juntos corremos pelos corredores, evitando o elevador e descendo correndo as escadas vazias que precisavam de manutenção.
Descemos correndo exasperados, e quase nos últimos degraus, ouvi Bobby murmurar baixo, encaro-a apoiando-se no corrimão e seguro sua mão.
- O que foi ? — pergunto. – Quer parar ?
- Não, tudo bem, vamos continuar. — diz determinada.
Havia uma comoção de alunos frente ao prédio, alguns garotos desmaiados e outros observando a quantidade de pássaros frente ao prédio. Merda.
- Tente não respirar. — digo a Bobby quando paramos na entrada do prédio.
Ela assente, prende o fôlego e juntos corremos até meu carro, abro-o rapidamente e ao fecharmos a porta, digito a senha e vejo a tela comunicadora ser liberada.
Aperto a liberação do comunicador e ligo o purificador de ar dentro do carro.
Posso ouvir Bobby liberar sua respiração e tossir um pouco, ela estava vermelha.
- Tudo bem com você ? — encaro-o e ela assente. – Preciso que prometa algo, por favor, não surte.
- Surtar com o q...— antes que ela termine sua pergunta ouço a chamada com Bruce ser iniciada.
- Batman para equipe. — chama e vejo gradativamente meus irmão responderem seus comunicadores. – Precisam ir para local seguro, a liga entrará em contato assim que possível, alerta para civis já foi distribuído.
Isso significava que já tinham ordenado que civis ficassem em suas casas e trancassem portas e janelas, cobrindo qualquer vácuo.
Isso controlaria os efeitos do ataque químico por algumas horas, até que ficasse letal a humanos.
Dou partida no carro, seriam vários minutos até o local seguro na colina.
- Estamos bem. — respondo e viro-me encarando Bobby com a boca aberta e olhos arregalados.
- Aqui também, Frank e eu estamos indo ao local seguro. — responde Jason.
- A caminho com Tim. — responde Dick.
Desligo a chamada e acelero até a estrada, utilizando atalhos criados apenas para a equipe.
- Você está bem ? — pergunto a Bobby que permanecia em seu silêncio atônito.
- E-estou. — respondeu baixo. – Isso até que faz um pouco de sentido.
- Por que ?
- Vocês são musculosos demais para pessoas que não frequentam academias. — constatou ela e eu sorri. – Vi alguns deles uma vez, na Califórnia, um cara de azul bonito, com bastões legais. — sorriu e já imaginei uma pequena Bobby admirando Dick. – E ele era acompanhado por um garoto baixinho, de cabelos para cima e uma roupa feia com um "R". — fico chocado.
- Ei. — resmungo. – O cara legal era Dick e eu ainda que garoto, era muito legal também e minha roupa não era feia! — protestei.
- Oh, eu sinto muito. — sorriu. – Era você ? Wow! — diz chocada. – Você era um pouco estranho mas é bom que tenha crescido e se tornado um homem grande e bonito. — provocou. – Meu Deus, você é um super herói. — murmurou ainda em choque.
- Então me acha maior e bonito que Dick hoje ?
- Não é inapropriado demais manter seu ego em uma situação como essas ? — pergunta revirando os olho.
- Sim, mas estamos chegando em nosso destino. — dou de ombros e encaro um ponto específico do monte de pedras.
Com o reconhecimento de minha retina, uma fenda se abre e avanço com o carro.
- Onde estamos ? — pergunta encarando a escuridão.
- Essa é a caverna da equipe Batman. — resmungo. Odeio esse nome.
- Vocês realmente conhecem o Batman...— diz chocada.
- Você guardará o segredo, certo ? — encaro-a enquanto descemos pelo elevador de carros.
- Com a minha vida. — respondeu séria.
- Se alguém souber, estaremos mortos. — alerto-a. – Estou confiando meu segredo a você, não foda com isso.
- Vou proteger seu segredo com a minha vida. — coloca sua mão sobre a minha. – Meu Deus, isso é mesmo real. — murmura.
Eu podia sentir seus dedos percorrendo algumas das cicatrizes de minha mão.
Cicatrizes essas que me foram dadas antes mesmo de que pelos nascessem em meu peito.
A maioria delas, devo a meu avô. Eram uma constante memória de que não importaria o quanto eu me afastasse, o inferno ainda moraria em meu peito, estava marcado em minha pele.
Ao estacionarmos, encaro as feições levemente impressionadas por Bobby estar aqui, com exceção de Frank, que sorria, e Tim, que apenas encarava Bobby.
- Sua garota está vazando. — aponta Jason assim que nos vê e eu encaro Bobby pressionar sua mão contra seu joelho.
- Eu sinto muito. — diz exasperada e solto sua mão pressionada, encarando seu joelho sangrento.
- Foi na escada ? — pergunto e ela assente. – Oh, merda. — aponto para um pequeno banco e ela se senta.
Frank e Dick se aproximam preocupados, Dick rapidamente havia pego a pequena caixa contra desastres físicos que ficava na caverna e se ajoelhou ao lado de Bobby.
- Posso ? — perguntou encarando-a e ela assentiu.
Dick tocou a perna machucada de Bobby e pressionou o spray contra sua pele, vejo ela morder os lábios e fechar os olhos mas sem emitir nenhum barulho.
Garota corajosa.
- É um corte feio...como foi ? — pergunta Dick.
- Havia um ferro de corrimão solto muito próximo a parede, quando estive correndo, minha perna teve esse estrago. — explicou.
- Vou te dar uma injeção e damos poucos pontos. — disse ela levantando-se. – Você aplica ? — pergunta a Frank que sorri.
- Claro. — afaga os ombros de Bobby. – É uma anti tetânica, pra que nada fique pior. — explica ela.
Dick entrega a Frank a seringa de pressão e a ruiva rapidamente pressiona contra o braço de Bobby.
Vejo o rosto da loira se contorcer.
- Termina essa merda logo. — resmungo encarando a seringa.
- Wow, isso doeu. — diz Bobby assim que Frank cola um pequeno curativo em seu braço.
- Assumo daqui. — diz Dick. – Vou começar com o anestésico, vão ser poucos pontos, gatinha. — sorri simpático e pisca um olho.
Simpático demais.
Piscando um olho.
Para a minha garota.
Ele só está sendo legal, Damian, não seja um animal imbecil.
Vamos contar 1,2,3...
Dick aplica o anestésico e faz dois pontos pequenos e rápidos no joelho da loura, que contava com o apoio da amiga segurando sua mão. Eu me ofereceria, mas Frank é uma mulher bem rápida.
- Pronto. — cola um curativo. – Vou só checar se ocorre sangramento por vazamento ou pressão. — anuncia ele e sorri pressionando a coxa de Bobby.
Oh, merda.
Alerta vermelho.
- Tire a mão da coxa dela, idiota. — dou um tapa em sua nuca e Dick se levanta com as mãos erguidas em rendimento.
- Desculpe, homem das cavernas. — diz se afastando e encaro Bobby que me fazia cara feia.
Ah, foda-se.
Dick sorriu, piscou demais e ainda ficou alisando a perna de Bobby, eu não era um santo.
- Vamos agilizar, pessoal. — anuncia Dick. – Vamos recolher mais amostras com o tempo gradativo e de vários locais para calcularmos o tamanho do estrago. — suspirou. – Damian cuida das maiores altitudes usando os discos de corda, Jason cuida das áreas armadas e Tim e eu cuidamos das áreas cívicas. — assentimos e começo a digitar a senha em meu aparelho para desbloquear os jatos acima de nós.
Ouço um leve murmúrio tímido e vejo Bobby levemente apoiada no joelho bom.
- Poderia me emprestar um casaco para irmos ? — pergunta baixinho.
- Querida, eu estarei pendurado em um jato em altura insuportável procurando partículas, talvez seja melhor você fic...— somos interrompidos.
- Você pode ir comigo, B, estarei no centro e será seguro. — Tim diz sorrindo para Bobby. – E bom...— começa a dizer e tira lentamente sua jaqueta entregando a ela. – Posso cuidar de você melhor.
- Você realmente quer mais uma surra ? — rosno.
- Garotos...— apazigua Dick mas é interrompido por Jason.
- Deixe-nos, somos uma equipe, precisamos resolver as coisas antes de sairmos como uma.
- Então você se tornou um cachorro psicopata que rosna para qualquer um que se aproxima ? — provoca Tim sorrindo.
- Só quando alguém tem intenções de roubar o que é meu. — bufo. – Qual é o seu problema ?
- Você sendo um cuzão em tempo integral! — rebate.
- Meninas. — chama Bobby e nos viramos irritados. – Estou acostumada com o chilique de senhoras em homens que se dizem fortes no campo, então apenas direi que, não ajam como idiotas e vamos por favor salvar pessoas. — resmunga antes de marchar até Dick. – Posso ir com você ?
- Claro. — sorri. Idiota.
- Você não vai com ele. — esclareço.
- Estamos de partida. — diz ela e sobe na pequena plataforma, subindo com Dick.
Encaro Jason e Frank irritado e eles sorriem.
- Adoro o espírito selvagem dela. — comenta Frank. – Tão sensata e bonita.
- Bonita e selvagem, boa sorte garoto! — sorri Jason elevando-se na plataforma.
Encaro Tim e suspiro.
- Sinto muito. — murmuro baixo e vejo ele suspirar cansado. Meu avô já teria me batido até desmaiar apenas por essas palavras, mas foda-se eu estava sendo um merda.
- Estou sendo um idiota também. — resmunga. – Vamos trabalhar. — diz e eu assinto.
Nos elevamos em nossas plataformas entrando nos respectivos jatos e partindo.

.

.

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Bobby Montana pov.

- Isso é bem legal. — sorrio encarando as nuvens pelo jato de Dick. – Quando aprendeu a dirigir um desses ?
- Eu provavelmente tinha uns doze ou treze anos. — responde.
- Isso é muito legal. — digo maravilhada. – Com essa idade eu costumava roubar limões da minha vizinha.
- Não sabia que filhas de astros do futebol precisavam roubar limões. — riu ele.
- Eu precisava arrecadar mais dinheiro para o hospital que costumava ajudar, e então fazia uma limonada beneficente, mas só meus pais compravam e era bem ruim, eu acho. — ri lembrando-me da época.
- Você é uma pequena criminosa beneficente ?
- Os limões eram caros e eu não queria desperdiçar dinheiro, fui uma das maiores contribuintes naquele mês. — digo orgulhosa.
- Eu entendo. — diz Dick e eu o encaro confusa.
- O que ?
- Porque Damian se amarrou a você.
- Por que sou uma ladra de limões ? — pergunto rindo e ele me acompanha.
- Porque é linda e gentil. — diz e sinto meu rosto tornar-se quente. – Mas não comente que eu disse isso ou é provável que ele me morda.
- Será nosso segredo.
- Chegamos. — anuncia ele e levanta-se de seu assento. – Fique confortável, vou me trocar, coletar as amostras e subirei.
- Obrigada. — sorrio. – Pelo curativo, a carona e por me deixar confortável. – levanto um polegar. – Não gosto quando Damian se irrita e desta vez, quis evitá-lo.
- Conte comigo. — sorri mandando uma piscadinha.
Dick caminha até uma pequena porta do jato e em alguns momentos volta com seu traje azul e seus bastões.
Oh. Meu. Deus.
Então era ele ?
A Bobby de doze anos provavelmente estaria extasiada agora.
- Por que está me encarando como se você me devesse dinheiro ? — pergunta confuso.
- Vi você contendo um assalto com reféns uma vez aos doze anos e cara, você estava muito legal! — sorrio levantando meus polegares mais uma vez. – Fui obcecada pelos bastões de eletricidade legais.
- Deixo você segurar meu bastão depois. — diz mas depois arregala os olhos. – Oh, merda, isso soou mal, me desculpe e por favor, não conte a Damian.
- Pode deixar. — respondo.
- Volto logo. — anuncia antes de pressionar um botão vermelho e descer do jato.
Acompanho seu trajeto pelo grande visor do jato.
Dick libera alguns hidrantes para conter toxicidade e coloca pássaros mortos em um saco que ele levava. As ruas já estavam desertas e as pessoas, graças aos heróis da Liga, já tinham máscaras e alguns purificadores.
Ainda sim, a fumaça tóxica poderia se espalhar e destruir cidades, plantações e espécies inteiras.
Dick voltou ao jato, guardou suas amostras e voltamos juntos ao esconderijo seguro.
Quando descemos a plataforma, apenas Jason e Frank haviam chegado, me posicionei ao lado de minha amiga e sorri.
- Como foi ? — perguntou Frank.
- Dick é bem legal. — comento. – Ele me deu um pacote de jujubas de jato e contrabandeei algumas para você. – entrego o pacotinho a ela que sorri.
- Obrigada. — pega as jujubas e sorri maliciosa. – Jujubas e uma carona de jato com um cara bonitão, ham ? — diz sugestivamente erguendo suas sobrancelhas.
- Eu ouvi isso. — murmura Jason do outro lado da sala.
- Você é o mais bonito, amor! — responde ela, enviando beijos. – Mas Dick é crushavel, já tive essa fase.
- Já gostou dele ? — pergunto chocada.
- Um tempo antes de conhecer Jason. — sorri envergonhada. – Mas Dick era diferente na época e não funcionou.
- Ele é bom agora.
- E bem gostoso. — sussurra em meu ouvido. – Sou casada, posso falar besteiras de vez em quando. – dá de ombros.
- Damian é...tudo isso. — sorrio e ela me manda uma piscadela.
- Eu entendo, eles são hipnotizantes.
- Algo assim. — digo por fim ao ouvirmos o barulho do resto dos jatos chegando.
Vejo Damian suado e com a testa sangrando.
Corro até ele e seguro seu rosto, preocupada.
- O que aconteceu ?
- Crane. — diz e todos o encaram.
Quem era esse ?
- Armou defesas áreas em altas altitudes para proteger o dissipador de gás tóxico. — continuou.
- Oh merda. — geme Jason. – Mais outro plano de chantagem.
- Avisarei a liga e levarei as amostras para laboratório. — diz Dick. – Tomem banho, comam algo da dispensa e durmam até que tenhamos respostas.
Todos assentimos e vejo Damian delicadamente segurar meu cotovelo, nos direcionando a uma escada e me levando a um corredor, com várias portas. Ele abre a última porta e entramos no cômodo.
Um quarto pequeno com uma janela, uma cama, uma pequena mesa e um banheiro.
- Estamos aqui por hoje. — diz ele e se senta na cama suspirando.
Me ajoelho ao seu lado e seguro sua perna, encarando seu rosto.
- Vamos cuidar disso. — digo a ele vendo a pequena caixa vermelha com uma cruz hospitalar em seu centro.
Ele permanece em silêncio enquanto limpo seu rosto, sua ferida e pressiono o curativo em sua testa.
- Ei, querida. — segura meu pulso me encarando.
- O que foi ?
- Preciso que cuide de mim de outra forma. — diz encarando profundamente meus olhos. – Fiquei um pouco puto e preciso de cuidados.
Damian tinha um olhar escuro em seus olhos verdes, sua voz estava um pouco rouca e ele estava quente.
- Preciso de você. — avisou antes de me levantar em seus braços e levar minhas pernas a enlaçarem seus quadris.
Damian me segura forte e toma meus lábios.
Um fato sobre Damian, ele era arrebatador e espontâneo...como um vulcão em erupção.
Não haviam avisos, não haviam alertas, ele apenas explodia, deixava tudo em chamas e causava em mim, uma sensação semelhante.
Damian era do tipo que me faria queimar.

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