Oi gente! Tudo bem ?
Desculpem o sumiço, eu estive lidando com várias coisas ultimamente...mas prometo que nunca abandonarei vocês definitivamente.
Bom, sejam bem vindos a mais um capítulo!
Espero muito que gostem e que estejam bem e saudáveis.
Beijo no coração 💚
Damian Wayne pov.A grande coisa de Gotham eram as luzes.
Quando mais novo, quando eu estava puto com as ordens e a completa ausência sentimental de Bruce, eu costumava me sentar sobre terraços de prédios abandonados, onde o barulho e as luzes consumiam minha mente e aquilo era fodidamente bonito.
Minha mãe costumava dizer que as luzes refletem o que existe dentro de nós.
E aqui estava eu, pendurado em um prédio abandonado vendo as luzes da cidade.
Preocupado demais, cansado demais, confuso demais, adulto demais.
Os pés que costumavam balançar com botas folgadas agora eram substituídos por pernas longas, estáticas e sapatos sociais.
Talvez essa fosse a grande merda de crescer.
Ser grande demais.
E quando se é grande demais, proporcionalmente, seu cérebro fica mais cheio e parece sempre maior.
Negócios, missões, sangue, sexo.
Agora era só isso.
Que merda de adulto eu teria virado.
Ou talvez quando se é mais novo, não percebemos que ser adulto inclui a pressão na mente.
Observar era a minha coisa.
Gostava de ver os aprendizes de meu avô meditando e lutando. Suas mentes pareciam cheias demais para incertezas e seus corpos sujos de sangue demais para sentir alguma pressão.
Um pouco mais velho, eu parei de observar.
Sempre irritado, sempre sendo testado.
"Seja controlado, seja obediente, seja comportado, não seja impulsivo, não deixe emoções fluírem por você e seja o que a sociedade precisa que você seja."
Todas as falas que se repetiam compulsivamente por todas as pessoas de minha vida através dos anos.
Quando adolescente, eu só precisava ter raiva o suficiente, arrumar brigas, gritar com Bruce e cortar meus calcanhares toda a merda de noite, pensando nas palavras de meu avô e fazendo da dor, minha emoção.
Em momentos como esse, nesse mesmo lugar, no alto vazio da avenida principal, eu sempre pensava nela.
Os cabelos negros, os olhos afiados como uma águia e o sorriso caloroso a cada história contada na borda de minha cama.
Meu avô dizia que ela me faria frouxo.
Minha mãe me dizia que meu avô me faria doente.
Bruce me dizia que eu seria impulsivo.
Sempre alguém falando.
Falando, falando e falando.
Então por quê me sinto tão vazio agora ?
Atingindo as expectativas de todos, controlado, inteligente, quieto, cheio de sorrisos falsos e sendo o que a sociedade espera de Damian Wayne.
Quando eu só queria gritar, soltar a merda do cabelo engomado em minha cabeça, tirar a gravata que pinica todos os dias em meu pescoço e chutar esses sapatos que me dava bolhas nos tornozelos.
Eu ainda podia ouvir as palavras de Bruce, dois dias atrás atrás no jato, correndo por meus ouvidos, ainda que as buzinas dos carros abaixo consumissem parte de meu raciocínio.
"Homens da nossa família não são pessoas que podem esperar amor, o último de nós que teve sua dose, morreu por isso, por um colar."
E então eu apenas encarei-o, assenti e me estiquei até uma fraternidade, sendo minha pior versão e fodendo Hadley violentamente.
E então ela pediu calor e eu precisei sumir.
Hoje, de novo, as palavras de Bruce grudavam em minha mente, depois de mais um dia com acionistas me encarando duvidosamente enquanto eu conduzia uma reunião de um projeto econômico.
Bruce sorriu orgulhoso, recebi apertos em meu ombro e milhares de comentários de como seria bom quando eu assumisse todas as empresas Wayne.
Ligações, charutos que queimavam meu nariz, Martinis que queimavam minha garganta e sorrisos de velhos pretensiosos e arrogantes, que nem ao menos se importavam com o coletivo de moradores e trabalhadores de Gotham.
Uma multidão de olhares invadindo minha mente, e quando tudo acabou, meu corpo queimava, assim como meus olhos e a dor em minha cabeça latejava.
E agora, covardemente, eu fugia de mim mesmo.
Até pensando quais as funções de meu coração.
Há tanto sangue em minhas mãos que não é meu, que as vezes penso se em algum momento, ele parou de bater.
Há sangue e suor. Apenas.
Não há lágrimas, eu não chorava.
Nem mesmo quando minha mãe morreu, nem uma lágrima sequer.
E agora, merda, eu queria poder sentir um pouco disso. Cansado demais, preocupado demais, solitário demais.
Pensando em Bobby.
Ela era uma daquelas mulheres que destruíam homens e poderiam acabar com guerras. As vezes penso que não poderia explicar ou narrar sua beleza.
Mas a questão com Bobby, não era apenas sua beleza. Ela prendia meu cérebro no dela.
A gentileza, a suavidade, a incapacidade de ser desonesta, injusta ou cruel até com o maior filho da puta do mundo.
Bobby era pura.
E eu era o maior filho da puta do mundo.
Porque eu queria sua inocência, queria sua pureza, sua gentileza, seu sorriso e queria que ela precisasse de mim.
Contrariando toda a pressão que eu odiava ter, e o quanto eu me sentia fodido com isso.
Eu queria a pressão de cuidar dela para mim.
E queria ela para mim, de alguma forma eu podia entender meu incômodo.
O incômodo de vê-la sempre com homens demais cercando-a o quão confiante ela parecia agora.
Eu queria sua confiança eu respeitava-a agora.
Mas eu a queria confiante ao meu lado.
De certa forma, e da forma mais narcisista que eu podia confessar, minha posição soava como a realeza.
E eu odiava isso.
"Príncipe dos assassinos"
"Príncipe de Gotham"
Por um momento, só por um pequeno momento, eu aceitaria isso.
Se houvesse uma rainha, uma que eu saberia que foderia comigo e com tudo o que construí.
Mas que se foda isso agora.
Suspiro e solto a gravata apertada, jogando-a fora, abro os primeiros botões da camisa social branca colada em meu corpo, exibindo o medalhão de minha mãe em meu peito.
Bagunço os fios escuros em minha cabeça, sentindo o alívio de desgruda-los.
Eu nem me lembrava como era isso.
Desço as escadas e esfrego minhas têmporas ao pensar no que eu faria.
Mas agora já era tarde.
Digito a senha do painel multimídia de meu carro ao sentar-me no banco de couro caro.
Ligo o localizador e digito o nome no satélite da cidade.
Eu não gostava dos nomes unidos, mas me sentia meio louco agora.
Liguei o carro, sorrindo ao ouvir o ronco do motor e o painel ligar em meu rosto como fogos.
Acelero pelas ruas de Gotham imprudentemente, que se foda todo os discursos.
"Você é o príncipe de Gotham, Damian."
"As pessoas esperam coisas de pessoas como nós"
Essas palavras repetem-se compulsivamente em minha mente quando avisto o bar universitário a minha frente.
Abro a porta surrada e encaro o ambiente.
Reminder, do cantor The Weekend soava alto pelos auto-falantes do bar.
Avisto a cabeleira loura e meus olhos automaticamente grudam na cabeleira ruiva ao seu lado, com um braço sobre seus ombros, o peito estufado protetoramente e o anel dourado brilhava em seu dedo médio, eu sabia o que aquilo era. O raio como brazão era quase um clichê.
Mas a pior parte, era o sorriso brilhante de Bobby ao seu lado, que conversava animadamente com os garotos a sua frente.
Seus lábios moviam de forma rápida e ela sempre falava com as mãos balançando. Ela não se importava com as cabeças direcionadas em minha direção e os murmúrios aumentando gradativamente.
Ela nem ao menos havia me notado lá.
Por um tempo, era tudo o que eu queria, e agora, o que eu merecia.
Mas vim buscar minha garota.
Vim a buscar um sorriso sincero, sua pureza e a voz que fazia toda a merda confusa esvair.
Ela poderia gritar comigo, me dar um tapa e fugir de mim.
Mas hoje, como o neto direto e primogênito direto de Ra's al ghul, coisa que por muito não me orgulhei, agora, eu faria como ele, e conquistaria o que era meu.
Andei em passos firmes até a mesa no canto do bar, e pude ver os olhos azuis cerrarem em minha direção.
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Íris
Fanfiction"And I don't want the world to see me 'Cause I don't think that they'd understand When everything's made to be broken I just want you to know who I am" - Iris, Goo Goo Dolls. ("E eu não quero que o mundo me veja Porque eu não acho que eles entender...