Era madrugada da véspera de natal, Regina não conseguira dormir ao ouvir Emma chorar mais uma vez no banheiro. Ela se levantou, exausta e bateu na porta.
— Amor, fala comigo? — Pediu, com a testa encostada na porta.
— Eu tô bem, paixão, volta a dormir. — Sua voz saiu entre fungadas e soluços.
Regina deitou em seu travesseiro tentando pensar em alguma forma de alegrar Swan, e acabou pegando no sono no processo.
Era manhã e Emma finalmente conseguira dormir, Mills a observava enquanto se levantava com todo cuidado do mundo, temendo acorda-la. Se vestiu em silêncio, escreveu um pequeno bilhete, deixando na sala de estar e fora colocar seu mais novo plano em ação.
Swan acordou e fitou o teto, como de costume. Queria liga pra sua mãe, dizer que estava indo pra casa para o costumeiro natal, mas não conseguia, sempre que pegava o telefone, era bloqueada pelos pensamentos que a fizera ter pesadelos durante toda sua vida, mesmo agora sabendo que a culpa não era de seus pais, sentia um ódio absoluto de qualquer pessoa envolvida naquela história.
Se levantou, percebendo a ausência de Regina na cama, seguiu pra cozinha, passando pela mesa da sala de estar, onde tinha um bilhete:
"Meu amor, precisei resolver umas pendências da universidade, não demoro."
Ela bufou, se incomodando com a falta da mais velha mas tentou não se abalar. Regina estava sendo completamente paciente com seu estado, não sabia o quê seria de sua sanidade mental se não a tivesse em sua vida. Por isso, teve uma ideia de como agradece-la. Se trocou rapidamente torcendo pra que houvessem lojas abertas. Desceu depressa, saindo na rua e pedindo um taxi, após entrar no taxi avistou o taxímeto...
"Todo dinheiro que uso, é deles, quão hipócrita isso me faz?".
Pensou em economizar e usar o menos possível, mas sabia que jamais conseguiria. Sacudiu a cabeça tentando tirar a reflexão de sua cabeça. Maturidade tinha limite.
Emma chegou em uma loja de artefatos artísticos, quadros, papéis e lápis especiais, se animou ao perceber que estava aberta. Entrou certeira do que levaria. Ficou hipnotizada com as coisas que encontrara na loja, e ficou com vontade de levar absolutamente tudo, após alguns minutos pra ela, mas o que foram na verdade algumas horas de compras, retornou ao apartamento de Regina, mas a mais velha ainda não havia voltado, o quê a deixou aliviada.
Do jeito que conhecia a morena, ela levaria o dia todo se fosse preciso pra resolver tais "pendências". Pediu um almoço rápido pelo celular, nada que a distraísse. Após seu almoço solitário, montou um pequeno estúdio em sua sala, colocou uma lona branca portátil que havia comprado na loja, no chão, mudou a mesa de centro de lugar, espalhando a lona por uma grande área e ali montou seu cavalete de madeira.
Depois de mais ou menos três ou quatro horas trabalhando nisso, Swan presenciou seu trabalho pronto. Se sentia realizada quando pintava, quando desenhava, quando expressava o quê sentia através da arte e Mills reavivou isso nela, não só a vontade, mas o quanto podia e devia abraçar esse dom. Durante essas horas esquecera de todos os problemas que lhe atormentava nos últimos dias, esquecera tudo que lhe fizera mal, só pensara em Regina e em como ela a fazia se sentir, seu quadro era colorido, transbordando vida, que era o efeito que a professora lhe causava, cheia de vida, cheia de esperança, de perspectiva.
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Resiliência
FanfictionRegina Mills, é uma imponente e arrogante diretora/ professora, que irá aprender muito mais com Emma, sua aluna de vinte e quatro anos, do quê jamais a vida lhe ensinara. Emma, por sua vez, terá que passar por cima de toda a educação mimada que rece...