Matando a saudade!

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Emma Pov.


Minha cabeça estava explodindo. A delegacia estava cheia de gente, marginais mexiam comigo enquanto eu passava, policiais esbarravam em nós, tudo tão desarrumado, tanta bagunça que até a mim que sou a maior desordeira dessa vida, incomodou. Peguei meu celular e desbloqueei pra fazer uma ligação:


— O quê você ta fazendo? — Perguntou Killian, ao me ver com o aparelho na mão.


— Preciso avisar a diretora. A faculdade toda tá em cima desse caso.


— Você não pode. — Disse, segurando minha mão.


— E por que não? Por acaso fui eu que fui presa? — Perguntei, me irritando.


Eu gostava muito do Killian, mas ás vezes ele era muito intenso e possessivo e olha que éramos só amigos. Imagina namorar esse cara.


— Emma, acabamos de prender meu melhor amigo, se puder esperar algumas horas antes de fazer da vida dele mais infernal do que já está, eu agradeço.


Achei aquele motivo justo. Guardei o celular e fui tomar uma água. Do lado do bebedouro, Neal estava sentado em uma sala com vidros, sozinho e algemado. Achei aquilo completamente desnecessário, ele não tentou fugir nem nada... Olha pra mim, simpatizando com esse criminoso novamente. Tomei minha água sem tentar me distrair. Olhei novamente pelo vidro e o vi de cabeça baixa, gotas de lágrimas caiam em sua calça. Isso me deixou irritada, ele era um verdadeiro sociopata tentando convencer a todos. Não vi ninguém a minha volta, então entrei na sala.


— Acha que essas lágrimas vão te salvar? — Perguntei, num tom irritado.


Ele olhou pra mim, e as limpou, rancoroso.


— Como pode fazer isso comigo? — Perguntou.


— Como pode fazer isso com aquelas garotas, com Elsa, Neal.


— Não fui eu quem abusou dessas pessoas, Emma. Eu jamais faria isso.


— Não foi o quê eu vi ao entrar no seu quarto.


— Ela estava lá porque queria! — Disse, se irritando.


— Não tenho mais o quê te dizer, Neal. Eu me enganei por muito tempo, achando que não era você, mas agora vejo tudo com clareza.


Me virei e fui até a porta:


— Eu não esperava isso de você, Emma. — Disse, antes que eu pudesse sair.


Meu coração lutava em acreditar naquilo. Acreditar que Neal era essa pessoa, como podia? Tudo que eu conseguia ver agora, era uma criança assustada.

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