Resiliência

Seu maior problema!

Emma já aguardava por Regina, há uma hora e meia. Sabia que a diretora estava enrolando de propósito e isso a fazia bufar a cada cinco minutos. Impaciente se levantou e começou a vistoriar os livros de Mills.

— Ela já leu toda essa merda? Essa mulher deve ser muito pancada das ideias.

Avistou um livro em específico numa prateleira muito acima de sua cabeça.

— Memórias de uma Beatnik?

Ao ver que não alcançaria o tal livro, subiu na cadeira de rodinha da professora e fez questão de não tirar os sapatos ao fazer isso, riu de si mesma ao perceber. Ao subir na cadeira, com toda sua postura desequilibrada e falta de cuidado com objetos alheios, não que pudesse evitar, se desequilibrou derrubando o livro que mirava pegar e mais alguns, enquanto escorregara da cadeira de rodinha, a empurrando com seu peso e a fazendo ir parar do outro lado da sala batendo contra a parede, enquanto se esbabacava no chão sendo seguida pela queda dos muitos e muitos livros em cima de seu corpo.

— Mas que merda é essa? — Disse Regina, ao adentrar a sala indignada.

Emma tentava se levantar do chão sem sucesso já que estava com livros em cima de todo seu corpo e percebeu que sua perna esquerda se prendera entre uma gaveta amassada pela cadeira e o chão.

— Olha, eu não reclamaria em receber uma pequena ajudinha. — Disse deitada olhando para o teto, virar o pescoço não era uma opção.

Regina colocou sua bolsa em cima de seu sofá de apoio, ainda incrédula com tamanha desenvoltura para destruir as coisas que Emma tinha. Parou em frente a jovem com os braços cruzados na altura do peito.

— Como? — Perguntou.

— Eu estava te esperando e ai quando dei por mim... — Começou a se justificar.

— Meus livros te engoliram acidentalmente.

— Exatamente. — Respondeu com ironia.

Ao ve-la respondendo entre livros, com o cabelo desgrenhado e o pescoço mal aguentando levantar o peso da cabeça, Regina não pode tomar nenhuma atitude que não fosse... rir.

Ela riu, gargalhou, riu alto, ria baixo se contorcendo, ria. O som dessa risada repentina e completamente inesperada assustou até Belle, que escutava tudo do outro lado da porta, interessada. Nunca ouvira o som da risada da diretora, provavelmente nem ela mesma havia ouvido.

Regina ria e passava a mão em sua barriga fazendo sinais de dores abdominais resultantes de tanta risada. Já Emma a olhava abismada.

— Que bom que minha humilhação diverte você.

A morena foi se acalmando, limpando as lágrimas dos olhos lacrimejados, enquanto tentava afastar alguns livros com seus pés vestindo mais um de seus scapins de classe, cor preta, dessa vez. Mas ao fazer isso, afastou um livro em cima da perna de Swan que urrou de dor. Ao perceber que a loira estava com o pé realmente preso, sua expressão de diversão se dissipou em pura preocupação.