Resiliência

Pedido de Ano Novo!

Era manhã e o termostato público localizada em frente a praia Moss Beach apontava 4 graus negativo.

Sinclair, dono do quiosque mais movimentado de toda a praia chegou para um típico dia. Ele abria seu quiosque cedo, pois o movimento ali não parava nessa época de festas. Mas sabia que era o primeiro a chegar na praia. Ele destrancou suas portas despreocupadamente, pensando no luau noturno que teria que hospedar novamente aquela noite. Ao adentrar seu estabelecimento, pegou as cadeiras de madeiras empilhadas no canto do balcão e as colocou na parte externa do quiosque, foi então que avistou um BMW vermelho estacionado a alguns metros de onde ele estava, solitário. Desconfiado, Sinclair se aproximou do carro.

Chegando cada vez mais perto sua visão foi tomando forma, dentro do luxuoso carro havia uma mulher loira, aparentemente desfalecida. Ela vestia blusa, mas tremia, sua pele estava pálida e pôde ver pelo painel apagado, que o aquecedor estava desligado.

Ele bateu na janela algumas vezes e nada, bateu com mais violência e nada. Decidiu agir com pressa, mas com cautela. Tirou do bolso de seu casaco, uma chave rodeada por chaveiros, pegou um dos arames que seguravam os chaveiros as chaves e o entortou até que ficasse reto. Seu período servindo o exército americano da guarita de vigia lhe seriam úteis para salvar uma vida. Sinclair ajustou bem seu arame agora reto e o colocou na fechadura da sofisticada BMW.

— Esses carros luxuosos, muita beleza e pouca segurança. — Disse ao girar o arame para a direita com cuidado e em seguida para esquerda, com mais firmeza. — Voilà! Quem disse que o velho Sinclair estava enferrujado? — Disse a si mesmo enquanto abria a porta da BMW.

Ele retirou Swan do carro com cuidado e a levou no colo até seu quiosque. A colocou sentada na pequena salinha embaixo da escada, onde guardava alguns mantimentos do depósito. Fechou a porta deixando o ambiente mais caloroso e foi buscar um copo com leite. Voltou com um copo cheio de leite e chocolate fervendo e colocou a fumaça no nariz de Emma, aumentou o aquecedor geral do quiosque, quase suando naquela pequena salinha.

— Vamos lá menina, não me faça ter que chamar a ambulância. — Disse esfregando seus braços, tentando aquece-la.

Após alguns minutos de tentativa, Emma abriu os olhos de forma extremamente lenta. Demorou alguns segundos para abri-lo totalmente... Ela encarava o copo de leite em sua frente sem toca-lo, levantou suas pálpebras até ir de encontro ao olhar preocupado de Sinclair.

— Vamos, tome isso, aqueça esse corpo, ande. — Exigiu Sinclair aproximando o copo de sua boca.

Swan sem ter muito controle de seus movimentos, ainda sentindo seus dedos congelados, abriu seus lábios de forma sútil e deu espaço o bastante pra deixar a bebida entrar. Sinclair levou o copo até sua boca, entendendo a dificuldade da garota em reagir.

— Isso. Isso. Nada como um bom chocolate quente com um leve toque de licor. Minha mãe dizia que o licor aquece o corpo e o chocolate aquece a alma. — Disse, erguendo o copo com cuidado para não faze-la engasgar.

Quando a bebida já lhe era suficiente, Swan fechou seus lábios. Sinclair entendeu e colocou o copo no chão, ao lado do corpo da moça. Com dificuldade, a garota tentava murmurar algumas palavras.